Confusão, dificuldade e euforia marcam o terceiro dia de Carnaval da Passarela do Samba

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Confusão, dificuldade e euforia marcam o terceiro dia de Carnaval da Passarela do Samba


Noely Moura, porta bandeira da Favela 


Por Luciene  Vieira (Jornal Pequeno) 

A Liesma deve penalizar escola que quebrou regulamento; enquanto a Favela teve problema técnico com o tripé da comissão de frente.
Mas, a euforia tomou de conta de blocos, turmas do samba, e escolas, na apresentação de fantasias, carros alegóricos e com sambas-enredo na ponta da língua.

A noite de domingo (26), a terceira de desfiles na Passarela do Samba, no Anel Viário, foi marcada por confusão, dificuldade, euforia e versatilidade por agremiações que só pararam nas primeiras horas da madrugada de ontem (27). A festa carnavalesca foi aberta pelo desfile de blocos e turmas de samba e atingiu a temperatura máxima com a passagem das escolas, que levantaram o público nas arquibancadas e camarotes lotados do sambódromo. O acesso à Passarela foi liberado mediante a retirada gratuita de ingressos, por pessoa e por setor, desde as 14h. A distribuição dos ingressos ficou sujeita aos quase cinco mil lugares por dia.

O desfile do domingo foi aberto pelas turmas de sambas Ritmistas de São José de Ribamar e da Madre Deus, além dos Fuzileiros da Fuzarca, esta última fundada em 1936, levou para a avenida o agrupamento da velha guarda com a renovação das novas gerações. Com as cores preto, branco e prata, os Fuzileiros da Fuzarca tiveram o tema “Sandália de Prata”, tendo prestado homenagem ao músico e compositor, o maranhense José Ribamar Costa Pivot, que faleceu na terça-feira (21), aos 87 anos. Zé Pivot, como era conhecido,cantou 19 anos na turma de samba, mas fazia parte do FF desde o ano de 1979.

Logo em seguida, teve a apresentação da Vinagreira do Samba, da Vila Palmeira, seguida do bloco Os Liberais, cujo tema foi “O Sítio do Pica-pau Amarelo no Carnaval dos Liberais”. Encerrando a programação, o bloco Mocidade Independente de Fátima mostrou criatividade ao trazer o tema futebol para o desfile; traves, bolas em chapéus, nas mãos e nos pés relembraram a paixão do brasileiro pelo esporte. O bloco trouxe também um tigre estilizado e uma explosão de cores de verde, azul, branco e amarelo, e o tema foi “Folia de Negros no Cavaco”.

A Polícia Militar, somada ao efetivo de 40 homens da Guarda Municipal, garantiu mais segurança na Passarela do Samba e entorno do Anel Viário. Também foram montados postos de atendimento médico para primeiros socorros, com ambulância disponível durante o horário da programação.

O ponto alto da festa se deu num clima de muita animação e um exuberante colorido das escolas de samba do grupo especial de São Luís. O brilho dos fogos de artifício clareando o céu anunciou o sinal verde para que milhares de foliões pudessem desfilar pela Passarela. Cada agremiação carnavalesca tinha apenas uma hora para mostrar na avenida aquilo que foi ensaiado nas quadras das escolas de samba para buscar a conquista do título.

A primeira agremiação a pisar na Passarela foi a Unidos de Ribamar, que trouxe este ano para o corredor da folia o tema “A Paz Esteja Convosco”. Nas cores vermelha, branco, azul e amarelo, a escola se apresentou com dois mil integrantes em 12 alas e três carros alegóricos, entre eles o irreverente carro do “Amor”, todo em vermelho preenchido por corações. Tiveram também as alas de anjos e arcanjos, além dos monges, figuras religiosas que expressam a paz espiritual.

A Unidos de Fátima foi a segunda escola de samba a se apresentar, com enredo “Bodas de Diamante: Unidos de Fátima, uma longa metragem de uma brilhante história”. Com o objetivo de levantar a multidão nas arquibancadas, a escola fez um resgate na história da agremiação, que foi fundada em 1957. A comissão de frente mostrou criatividade e versatilidade na avenida, sempre acompanhada de uma bateria que imprimiu um ritmo forte e esquentou os tamborins na avenida. Cerca de 950 componentes tentaram contar a história dos 60 anos da Unidos de Fátima.

CONFUSÃO
Entre essas duas escolas de samba, a Liga Independente das Escolas de Samba (LIESMA), apontou uma falha delas, quando não seguiram o regulamento da Liesma e se aprestaram com o mesmo Mestre Sala e Porta Bandeira, o casal Eduardo Souza e Cristina Lobo.  De acordo com a direção geral dos desfiles, não é permitido que o Mestre de Sala e a Porta Bandeira de uma escola, se apresentem em outra, e por conta disso, a Unidos de Fátima, quem repetiu o casal, deve perder pontos, visto que a Unidos de Ribamar passou primeiro.

Depois da apresentação da Unidos de Fátima, foi a vez da Terrestre do Samba entrar na passarela. Com o enredo “Um Grito de Alerta, um Sonho de uma Nova Era”, fazendo uma referência a água, como fonte de vida, riqueza natural, em especial no Maranhão, onde são abundantes as fontes de água doce e salgada. A escola desfilou com 1.200 componentes, em quatro carros alegóricos e um tripé.

Império Serrano - a escola que surgiu no bairro Monte Castelo e tem como presidente a mestre Mary Lucy Viana trouxe este ano para a Passarela do Samba o enredo “Na Festança Imperial tem Barrica Cultural”. Fundada em outubro de 1957, a Império Serrano tem como cores básicas o verde e o branco, símbolos da Coroa Imperial. Trouxe na ala das baianas a força da comunidade do Monte Castelo para continuar enfrentando outros carnavais, mesmo diante de inúmeras dificuldades.

DIFICULDADE

Já era madrugada quando o clima esquentou na avenida e as atenções se voltaram para a quarta escola a desfilar na Passarela do Samba. No entanto, a Turma da Mangueira, que foi a penúltima a desfilar, numa cena atípica, teve dificuldade para colocar a escola na avenida, e a demora na estrada dos carros e componentes fez a Turma da Mangueira abrir vários buracos durante sua apresentação nas primeiras horas de ontem. A agremiação teve de apressar seus componentes e deve perder pontos nos itens Conjunto, Evolução e Harmonia; a falha comprometeu o desfile da escola.

Fundada em dezembro de 1928, a agremiação carnavalesca é uma das mais antigas do Maranhão, nascida de uma turma de amigos no bairro João Paulo. Tem como cores o tradicional verde e rosa e presidente Itamilson Lima. Com quase dois mil componentes, a Turma da Mangueira trouxe este ano para a Passarela do Samba o tema “Amor, Crença e Tradição 120 anos de Glória da Folha de Pajé”, uma homenagem à Maioba.

A Favela do Samba, encerrando o dia de desfile das escolas de samba, passou por um sufoco na entrada do carro da Comissão de Frente, que teve problemas com o tripé do veículo. As rodas do carro alegórico fizeram com que ele parasse várias vezes durante o desfile, e na tentativa de resolver a questão do tempo de desfile, a Favela do Samba acelerou sua apresentação no final. Ela também deve perder pontos nos itens Evolução e Conjunto, segundo o regulamento

Neste Carnaval de 2017, a Favela do Samba desfilou a história dos 200 anos do Teatro Arthur Azevedo, dentro do enredo “Delírios de Sonhadores: União... São Luís... Arthur Azevedo... Um Templo do Povo, o Templo do Carnaval”. Fundada em 1950, a escola conseguiu em 2012 o heptacampeonato em premiações consecutivas, igualando-se à Portela do Rio de Janeiro. 

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