Testamento de Judas do Laborarte – 2015

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Testamento de Judas do Laborarte – 2015

Judas : Eduardo Cú Cunha ¨achacador¨


Preto, pobre, podre
Branco, rico, burguês
Chequem aqui perto
Que hoje é a minha vez
Depois que traí jesus
Eu entrego minha cruz
Para cada um de vocês

Povo da minha urbe
Meus súditos leais
Dividirei minha herança
Para todos em partes iguais
Calma, não tenham medo
Pois o motivo deste enredo
Não é sarney nem satanás


Pro ano de 2015
Começarei com excelência
Eu deixarei uma crise
Repleta de reticências
Ordem, progresso, economia
Uma vã filosofia
E um caldo de paciência

Ao tal ministro da fazenda
O levy leviano
Deixo uma ruma de aumento
Numa trouxa de pano
De economia ninguém entende
E falta a barriga sente
Do prato que o imposto come

As viúvas de sarney
Ricardo murad e lobinho
Deixarei de herança
A cabeça do meu pintinho
Pra essa dupla se ajeitar
Também irei deixar
Flávio dino em seu caminho

Ao camarada flávio dino
Governador do maranhão
Deixarei de herança
Muita cautela e atenção
Pois inda tem urucubaca
Do povo que levou taca
Nesta última eleição

Ao prefeito holandinha
Desta ilha esburacada
Deixo quilômetros de asfalto
E uma pá de cal virada
Pra que ele encontre a solução
E até a próxima eleição
São luis seja asfaltada

E é num buraco desses
Que eu vou deixar entalado
O pneu de um busão novo
Todo branco e articulado
A passagem só aumenta
O povo não se contenta
E o trânsito congestionado
Ao fascista bolsonaro
Homofóbico politiqueiro
Deputado mais votado
Do rio de janeiro
De herança vou deixar
Pra sua língua queimar
As brasas de um fogareiro

Ao empresário eike batista
Que quis ser comendador
Deixarei alguns trocados
Para ele de favor
De tanto causar dano
Seu carro e seu piano
Dei de presente ao promotor

Já que as sinhazinhas
Que gostam de panelaço
Deixo um kit tramontina
Detergente e palha de aço
Nunca lavaram louça
Mas vestiram a melhor roupa
Pra sair no fantástico

Para a babilônia
Coordenada pela globo
Vou deixar no cardápio
O tipico pão com ovo
Beijo gay no horário nobre
Horror a gente pobre
E vale a pena ver de novo

O ex-companheiro dutra
Que voltou a trabalhar
Deixarei como herança
Uma banca pra advogar
Ele não se reelegeu
A mulher dele escafedeu
Não tem mais teta pra mamar

Deixarei como herança
Pra um certo conselheiro
Um cofo de promessas
E um saco de dinheiro
Afinal quem foi que disse
Foi fernando ou berenice?
Que ele é fiel companheiro

Ao marcio jardim deixo
A bola da sorte
Se ele tentar salvar
O velho papão do norte
Para ele assumir
Teve que levar gigi
Pra secretaria de esportes

A nova misa da assembleia
Deputada andreia murad
Deixarei um dicionário
Pra ela estudar
Sentar a bunda na cadeira
Parar de falar besteira
E aprender a legislar
Ao carnaval de são luís
Que só tende a piorar
Onde a favela é campeã
E o quinto é quarto lugar
Deixo um corpo de ananás
Pra equipe de moraes
Comer e se lambuzar

Ao ilustre petista
Professor marlon botão
Deixo de herança a func
Pra lhe dar preocupação
Já que o companheiro chico
Disse: aqui não fico
Vou pra humanização

Já que não tem solução
Chico gonçalves vai ganhar
Dez caminhões trucados
Para ele viajar
Levando pão e água
Pra são roberto e belágua
Neste mais idh

Deixarei pra zé reinaldo
Um banho com água e sal
Na secretaria de minas
Energia e coisa e tal
Pra sentar na burra da grana
E deixar dra luana
Ser deputada federal

A írmãeliziane
Que quer mandar na prefeitura
Deixarei como herança
Pra melhorar sua estrutura
Advinha o que é?
Lógico, é a professora ester
Nossa secretaria de cultura

Ao nosso mestre nelsinho
Que já foi vereador
Deixarei a esperança
E o votodo eleitor
Ele quis continuar
Mas para contrariar
Honorato não deixou

Somente quando a seduc
Aceitar diploma de artista
Vai acabar com a onda
De professores grevistas
A resenha vai ser temática
Tabuada e gramática
Virarão coreografia

Para opoeta moizes nobre
Largar do meu pé
Deixarei como herança
Uma linda quase mulher
Para ele ficar de vez
Lá pras bandas de santa inês
Assessorando daffé
Pro mestre pato
E sua congelante aventura
Deixarei a frozen
E mais uma travessura
Um forro pra acompanhar
Que na neve sabe brincar
E conversar com a lua

À nossa amiga rosa reis
Cantora fenomenal
Lhe darei um contrato oficial
Ela diz: não tem recusa
Eu sou melhor do que vanusa
Cantando o hino nacional

O amigo omar cutrim
Em rabo de vaca deu nó
Nos deixou de repente
Mas fez a vida melhor
O guriatã também voou
E quando o boi urrou
Amargou que nem jiló

Pra carla coreira
Deixarei meu cassetete
Pra ela dar no couro
De norte a nordeste
Suassuna desistiu
E nada de comer a peste

Ninguem melhor do que eu
Já dizia patativa
Estampando o xiri meu
Em capa de revista
O bicha táqueimado
Só de fumar baseado
E deixar cair faísca

O fogo arde minha venta
E embaça minhas pestanas
É chegada minha hora
Acabou-se minha herança
Se esqueci algum infeliz
Escafedeu-se por um triz
Ficará só na lembrança

O último escarro de vida
Deixarei aqui no chão
Saio deste tribunal
Sem dever nenhum tostão
Todos os desgraçados
No inferno serão chamados
E um dia me encontrarão.



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