O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, entregou o seu cargo de representante da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) no Comitê Executivo da Fifa.

A decisão foi tomada depois de uma reunião com membros da Conmebol na sede da CBF, no Rio, nesta quinta-feira (26).

O cartola não deixa o Brasil desde maio, quando José Maria Marin, seu antecessor, foi preso na Suíça acusado de receber propina em negociações de competições no país e no exterior.

A CBF não deu explicações oficiais sobre a renúncia. A Folha, porém, apurou que Del Nero informou que vai se dedicar apenas à CBF.

Para o seu lugar no Comitê Executivo da Fifa, Del Nero indicou o vice-presidente da CBF Fernando Sarney, representante da região Norte do país.

Filho do ex-presidente da República José Sarney, Fernando é forte aliado de Del Nero. Ele caiu nas graças de Del Nero pela boa articulação política para tratar de temas como a CPI do Futebol e a liga Sul-Minas-Rio.

A efetivação dele no cargo só será confirmada no início de dezembro, numa reunião do Comitê Executivo da Fifa, em Zurique, na Suíça. Será avaliada a ficha de Sarney, já que a Fifa está evitando dirigentes que tenham problemas na Justiça.

Apesar da renúncia, Del Nero continua como membro executivo da Conmebol. Ele tem a vaga direta por ser presidente da CBF.

SUBSTITUTO

Fernando Sarney, 60, engenheiro formado na politécnica em São Paulo é hoje o homem de confiança de Marco Polo Del Nero na CBF.

Vice da região norte, é o mais longevo dos cartolas da entidade, tendo assumido a vice-presidência em 2004, ainda no mandato de Ricardo Teixeira.

Sarney nunca foi um expert em futebol, dentro de campo, mas tem habilidade política e membros da Conmebol notaram isso nas últimas reuniões da Conmebol da qual participou, representando a CBF.

A CBF, hoje, tem quatro vices– o quinto, Jose Maria Marin, foi afastado depois de ser preso na Suíça, acusado de receber propina para fechar acordos comerciais de torneios da América do Sul e Brasil. Ele representava o Sudeste, e não tem substituto.

No Sul está Delfim Peixoto, de Santa Catarina, que hoje é a única oposição declarada a Del Nero. No Nordeste é Gustavo Feijó, de Alagoas, e no Centro Oeste e Espírito Santo está o capixaba Marcus Vicente, deputado federal, e por algum tempo considerado o favorito a assumir a CBF caso Del Nero renunciasse.