Muricy Ramalho não é mais técnico do São Paulo. A derrota contra o Botafogo por 2 a 0, domingo, em Ribeirão Preto, tornou insustentável a sua permanência. Segundo o clube, Muricy soube nesta segunda-feira que seu estado de saúde é mais grave do que parecia e ele deve ser operado na próxima semana para retirada de pedra na vesícula.

O treinador está em reunião coma diretoria tricolor neste momento e ainda não há um substituto definido. Muricy já havia se queixado de problemas de saúde. Segundo pessoas próximas do treinador, ele se sentiu indisposto na manhã desta segunda-feira e teve de trocar o horário de uma consulta médica que já estava marcada.

Muricy já estava com o cargo em risco no São Paulo. A falta de padrão tático, a saúde debilitada e a aposta em jogadores experientes no elenco contribuíram para o desempenho irregular do São Paulo na temporada. Mesmo com tropeços do time em campo, o técnico contava com o respaldo da diretoria, que bancava sua permanência até o fim do ano. 

O técnico assumiu o time em 10 de setembro de 2013. Ex-atleta do São Paulo na década de 70, Muricy foi discípulo de Telê Santana. Enquanto Muricy comandava o time principal do São Paulo nos anos 90, Muricy dirigia o Expressinho Tricolor.

Muricy reassumiu a equipe após o Mundial de 2005 e foi tricampeão brasileiro. Com juras de amor ao São Paulo, o técnico tornou-se um dos maiores ídolos da história. Teve seu nome cantado no Morumbi entre 2009 e 2013, enquanto treinou Palmeiras, Fluminense e Santos – dois deles rivais, outro carrasco na Libertadores.

No fim de 2013, voltou ao São Paulo e salvou o time do rebaixamento, com excelente campanha de recuperação. Foi vice-campeão brasileiro no ano seguinte. Muricy é imenso no São Paulo. Fosse outro treinador, sem a mesma história, a crônica seria comum. Mas como já disse o próprio treinador, "tem que ser fera para me derrubar". Fosse outro o técnico que foi eliminado para Ponte Preta, Penapolense e Bragantino, já teria sido demitido.