Cine Lume exibe documentário “Eu não sou seu negro”

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Cine Lume exibe documentário “Eu não sou seu negro”


O documentário “Eu não sou seu negro”, do diretor haitiano Raoul Peck, e o show intimista da cantora Núbia Rodrigues são as atrações de estreia do projeto Lumearte, que ocorre nesta quarta-feira (19), às 19h, no Cine Lume (Renascença). A proposta é apresentar filmes contemporâneos que possam dialogar com outras formas de arte despertando no público reflexões acerca de temas variados. As sessões serão exibidas mensalmente.

O projeto é uma iniciativa da psicóloga Bartira Oliveira e do jornalista Pedro Sobrinho, que escolheram para dar a largada o documentário “Eu não sou seu negro”. Com 95 minutos de duração, a película - não recomendada para menores de 16 anos – foi indicada este ano ao Oscar de Melhor Documentário em longa-metragem. O filme estreou no Brasil em fevereiro deste ano e alterna imagens de protestos dos anos 1960 e de marchas recentes. “A escolha do documentário foi feita pela Bartira Oliveira que se baseou em dados a respeito da violência contra os negros aqui em São Luís e não só isso, mas também questões de segregação no mercado de trabalho que, de uma forma geral, ainda é muito presente”, diz Pedro Sobrinho.
Para ele, o filme será exibido em um momento bem pertinente. “Mesmo sendo uma cidade literalmente negra, em São Luís, como em todo o país, o negro vive em opressão e o filme mostra isto”. Sobre a escolha da cantora e compositora Núbia Rodrigues, ele explica que é admirador do trabalho da jovem artista. “A Bartira Oliveira ouviu uma música dela e se encantou. A Núbia é uma mulher negra e empoderada, engajada e representa bem o conceito do projeto”.
Após a exibição do filme e antes do show, os organizadores abrirão espaço para que a plateia possa se manifestar quer falando sobre a produção ou relatando episódios de suas vidas que tenham relação com o tema abordado pelo longa-metragem. A ideia é fazer algo bem informal, onde as pessoas possam falar sobre suas experiências pessoais.
Filme
Sob a batuta do diretor e ativista haitiano Raoul Peck, a obra é baseada no manuscrito “Remember This House”, de James Baldwin (1924-1987), que descreve as relações étnicas durante a luta pelos direitos civis de negros nos Estados Unidos. O enfoque principal são as mortes de ícones como Medgar Evers, Malcom X e Martin Luther King. Amigo destas personalidades, Baldwin lutava pelos direitos civis nos Estados Unidos na década de 1960.
Para fazer o filme, o haitiano Raoul Peck obteve o manuscrito do livro que começou a ser costurado em 1979, mas nunca chegou a ser concluído pelo escritor. Esta narrativa foi o fio condutor do documentário que tem narração de Samuel L. Jackson.
A produção deixa claro que, embora trate de outros personagens, é a visão de mundo de Baldwin, bem como a construção de sua identidade o que prevalece. O filme traz imagens de depoimentos do escritor e dos outros ativistas em cenas como um debate transmitido pela TV no qual Malcom X e Luther King trocam farpas e deixam claras as diferenças entre eles.
O documentário não só expõe a violência vivida pelos negros na época, mas intercala com cenas atuais, como as do movimento Black Lives Matter, que milita ao lado do já antigo movimento Black Panther. Expõe e faz questionar a forma que a mídia representava os negros na época, tornando claro que, na sociedade, eram sempre inferiorizados.
Engajado politicamente, o diretor Raoul Peck refugiou-se com sua família no Congo para fugir da ditadura em seu país. Foi taxista em Nova York, fotógrafo e jornalista na Alemanha, onde se formou em cinema. Retornou ao Haiti com o objetivo de se estabelecer como cineasta e ativista político. Naquele país exerceu por um breve período o cargo de ministro da Cultura (entre 1996 e 1997).


Projeto
De acordo com o jornalista Pedro Sobrinho, o Lumearte visa proporcionar ao público oportunidade para pensar a sociedade a partir da integração de vertentes artísticas. “Pensamos em uma programação composta por filmes contemporâneos, que têm em sua narrativa ou em aspectos formais, uma relação direta com outras expressões artísticas. Ao final das exibições são realizados shows, performances e outras intervenções, a fim de criar uma reflexão aberta ao público. Desta forma, o projeto tenta despertar o interesse da plateia por aspectos do cinema e sua relação com outras artes de maneira descontraída e informal”, destaca o jornalista.
Para Pedro Sobrinho, as pessoas têm muito contato com o audiovisual, mas é preciso aprofundar esta visão. “Temos de tentar entender a construção desse discurso, ele é importante para que se compreenda o audiovisual como uma representação da sociedade”, reforça.
E quem vai fazer a ponte artística nesta primeira edição do projeto é a cantora Núbia Rodrigues. Ela subirá ao palco depois da exibição do filme, acompanhada por Rodrigo Nascimento (violão e backing vocal), que integra a banda da cantora.
No show, a maranhense apresentará canções autorais com letras fortes e inspiradas em discurso de cunho social e cheias de personalidade. O repertório escolhido para a ocasião vai conversar com o filme e com o conceito do projeto. Entre os ritmos escolhidos pela cantora estão o blues, jazz, rock e reggae, em composições próprias e também em releituras de clássicos destes gêneros.
Serviço
O quê
Projeto Lumearte
Quando
Hoje, às 19h
Onde
Cine Lume – Renascença
Ingresso
R$ 15,00


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