Registros das artes plásticas maranhense

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Registros das artes plásticas maranhense

Artista plástica Marlene Barros 
CARLA MELO / DO ALTERNATIVO
 09/07/2016

Projeto “Arte Maranhão” faz um panorama das artes plásticas no estado com documentário sobre os principais nomes das artes plásticas contemporânea
Registrar nomes das artes plásticas maranhenses das últimas décadas por meio do audiovisual e, assim, manter viva a trajetória destes artistas é uma das funções do projeto “Arte Maranhão”, que reúne 13 de uma série de 39 filmes sobre artistas plásticos maranhenses dos últimos 70 anos. Dividido em três etapas – duas com nomes da contemporaneidade e outra com os que já morreram – o trabalho é realizado pelo Museu da Memória Audiovisual do Maranhão (Mavam).
E é a primeira delas que será lançada na próxima sexta-feira, 15, na Galeria Trapiche Santo Ângelo (Praia Grande), às 19h. No local, será montada uma exposição com obras dos artistas retratados que permanecerá em cartaz até o dia 19 de agosto.
Airton Marinho, Dila, Ciro Falcão, Cláudio Costa, Péricles Rocha, Marlene Barros, Paulo César, Fernando Mendonça, Marçal Athayde, João Atanásio, Jesus Santos, Mondego e Thiago Martins são os artistas contemplados nesta primeira etapa do projeto.
Com direção de Beto Matuck e produção executiva de Joaquim Haickel, o “Arte Maranhão” percorre o universo criativo dos principais artistas visuais maranhenses e começou a ser produzido ano passado. “O projeto dá continuidade a um trabalho que a gente vem realizando há mais de cinco anos, o de valorizar e registrar a história, o pensamento e as ações criativas de nossos artistas e personagens”, afirma Haickel, que dirige o Mavam, cujo objetivo é a salvaguarda da memória cultural do estado.
Os documentários têm duração média de 26 minutos e serão disponibilizados por meio de um canal do YouTube, que será lançado no dia da exposição. “É um panorama vivo da arte visual do Maranhão. Um perfil desses artistas a partir das experiências e depoimentos vividos em seus ateliês e pelas cidades onde vivem”, afirma Beto Matuck.
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Etapas
O projeto terá outras duas etapas, uma que contempla mais 13 artistas contemporâneos e outra que privilegiará artistas que já morreram. “Nossa pretensão é lançarmos a segunda etapa até o fim deste ano. A terceira, até mesmo por ter uma linguagem diferente e ser mais complexa pelo fato de falarmos de artistas que já morreram, demorará um pouco mais”, adianta Beto Matuck.
Na próxima fase, estão Miguel Veiga, Lobato, Cosme, Ana Borges, Almir Valente, A. Garcês, Luis Carlos, Tita do Rêgo, J. Bezerra, Fransoufer, Cordeiro do Maranhão, Rosilan Garrido e ainda um vídeo com novos nomes da cena visual no Maranhão.
Os documentários sobre artistas mortos contemplarão Antônio Almeida, Celso Antônio de Menezes (sobre este está sendo feito, além do curta, um longa-metragem), Fernando P, Floriano Teixeira, Flory Gama, Maia Ramos, Nagy Lajos, Newton Sá e ainda Ambrósio Amorim, Telésforo Rêgo, Zaque Pedro e Tonico Tavares.
Perfis
Entre os 13 primeiros artistas retratados está o xilogravurista Airton Marinho. Nascido em Vitória do Mearim em 1952, encantou-se pelas velas do Portinho, casario e manifestações culturais de São Luís e as representa criativamente em suas obras, ricas em detalhes e cores.
Uma das expoentes do estilo Naif no Brasil, a artista plástica Dila, que nasceu em Humberto de Campos em 1939, representa, em suas telas, o trabalho e a vida no campo.
As lendas e festas populares maranhenses. Este é o combustível que move o ludovicense Ciro Falcão, que nasceu em 1952. Sua obra traz cores fortes em longas pinceladas, características predominantes em sua obra.
Já Cláudio Costa, que também nasceu em São Luís no ano de 1963, se caracteriza por ser um artista performático, que vem trabalhando na manufatura de suas próprias tintas provindas de cascas de árvores. Com uma técnica de derramamento, cria formas de maneira livre e espontânea.
Quem também prepara suas próprias tintas e com elas representa tanto o sagrado quanto o profano é o codoense Péricles Rocha. Nascido em 1946, o artista já expôs em diversas cidades do Brasil e também no exterior.
Irmãos

Os irmãos Marlene Barros e Fernando Mendonça, ambos nascidos em Cajapió (ela em 1952 e ele em 1962) também estão no documentário. Marlene representa o universo feminino em suas esculturas e telas e tem a rua como espaço de criação para suas intervenções urbanas. Já Fernando Mendonça traz o cotidiano urbano. Treliças e movimentos destacam-se em suas telas coloridas.
Dono de uma obra que representa objetos do cotidiano em azulejos, o traço de Paulo César, nascido em Brejo no ano de 1960, é simples e leve em seus trabalhos.
Nascido em Pedreiras, em 1962, Marçal Athayde representa figuras humanas e espaços urbanos diluídos em reflexos e ilusões de ótica, enquanto João Atanásio que nasceu em Dom Pedro em 1948, dedica-se à gravura em metal na qual representa as formas dos seres microscópicos em seus detalhes.
Um dos mais importantes artistas plásticos maranhenses contemporâneos, o ludovicense Jesus Santos, de 1950, traz em sua obra o universo onírico da antiga São Luís.
O expressionista Mondego, de São Luís (1959), se dedica a representar cenas urbanas e personagens da cultura popular. O jovem Thiago Martins (São Luís, 1981) pinta de forma figurativa as questões brasileiras, como a reforma agrária, o índio e o negro.
O projeto “Arte Maranhão” foi aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Cemar, Mateus e Fribal.
Serviço
O quê
Lançamento da primeira parte do projeto “Arte Maranhão”
Quando
Sexta-feira, dia 15, às 19h
Onde
Galeria Trapiche, Praia Grande
Ficha Técnica projeto “Arte Maranhão”
Direção, roteiro, imagem, montagem e finalização - Beto Matuck
Produção Executiva - Joaquim Haickel
Som e direção musical - André Lucap
Música original - João Simas




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