Operação Lava-Jato: escola de samba recebeu dinheiro de propina

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Operação Lava-Jato: escola de samba recebeu dinheiro de propina


Redação SRZD*A 31ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta segunda-feira (4), aponta que uma escola de samba teria recebido dinheiro de propina desviado da Petrobras.  


A etapa chamada de Operação Abismo aponta que o ex-vereador do PT em Americana (SP) Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, recebeu, através de suas três empresas, mais de R$ 1 milhão das construtoras do consórcio Novo Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello), no Rio. Romano foi o intermediário para o ex-tesoureiro do partido Paulo Ferreira. 
"Os valores foram recebidos por meio de contratos simulados e repassados a pessoas físicas, jurídicas relacionadas a Paulo Ferreira, inclusive em favor dele próprio, familiares, blog com matérias que lhe são favoráveis e escola de samba".

O ex-deputado Paulo Ferreira teria utilizado dinheiro para financiar agremiações de Porto Alegre. Ele chegou a ficar conhecido como "O Rei do Carnaval", além de já ter sido homenageado e tema de desfile.  
No Carnaval deste ano, o enredo da Academia de Samba Praiana foi "Uma declaração de amor em Verde e Rosa: Paulo Ferreira, um homem do Carnaval". Já em 2009, a escola Império da Zona Norte homenageou o ex-deputado bordando uma bandeira oficial com o nome dele durante inauguração da quadra da agremiação.
Ouça samba-enredo da Academia de Samba Praiana:

Mais sobre a Lava-Jato:
A operação é feita em parceria com a Receita Federal, que mobilizou 20 de seus servidores para auxiliarem o trabalho dos 110 policiais que atuam no cumprimento de 35 ordens judiciais, sendo uma prisão preventiva, quatro prisões temporárias, sete conduções coercitivas e 23 mandados de busca e apreensão. A diligências são realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
São investigados os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitação, no que configurou, segundo a PF, um esquema que impôs prejuízos sistemáticos à Petrobras, através inclusive da realização de pagamentos indevidos a funcionários da companhia e repasses de dinheiro a partido político em decorrência de negócios fechados com outras empresas.
Criado há mais de 40 anos, o Cenpes foi recentemente ampliado e modernizado para atender às demandas de exploração do pré-sal. A reforma do local já havia aparecido em delações premiadas anteriores como fonte de desvios de recursos públicos para partidos.
Resultado combinado e notas falsas
De acordo com o Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR), algumas empresas integrantes do Consórcio Novo Cenpes - formado pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia, Schahin Engenharia e Construcap CCPS Engenharia - participaram de um grande cartel para fixar preços e fraudar a licitação da reforma do centro de pesquisa da Petrobras.
Após acordo de leniência feito pela Carioca Engenharia e delações premiadas de seus principais executivos, a força-tarefa da Lava-Jato colheu indícios de pagamento de R$ 18 milhões para que a empresa WTorre Engenharia, que havia apresentado melhor preço, desistisse do certame, beneficiando o Consórcio Novo Cenpes, que assinou contrato de quase R$ 850 milhões com a Petrobras e passou a fraudar notas fiscais para desviar recursos da estatal.
As irregularidades ocorreram entre 2007 e 2012 no âmbito da diretoria de serviços da Petrobras, então ocupada por Renato Duque, que se encontra preso preventivamente devido a outras denúncias da Lava-Jato.
Em depoimento à força-tarefa, Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras, disse que a reforma do Cenpes rendeu propinas de 2% do valor do contrato a Duque e ao PT. Os operadores Mario Frederico de Mendonça Goes e Alexandre Romano admitiram aos investigadores terem intermediado os pagamentos por meio de dinheiro vivo e contas no exterior.
Em relação ao PT, Romano disse ter usado três de suas empresas - Link Consultoria Empresarial, Avant Investimentos e Participação e Oliveira Romano Advogados - para receber mais de R$ 1 milhão do Consórcio Novo Cenpes e repassar o dinheiro a Paulo Ferreira, então tesoureiro do partido. Os contratos falsos foram feitos mediante o uso de blogs e até mesmo de uma escola de samba.
Os investigadores identificaram, ainda, o pagamento de outros R$ 15 milhões por empreiteiras do Novo Cenpes a empresas de Adir Assad, doleiro que cumpria prisão domiciliar por envolvimento em outros esquemas revelados pela Lava-Jato e voltou a ser preso na semana passada, na Operação Saqueador.
Foram descobertos, ainda, R$ 3 milhões em contratos falsos com empresas controladas pelos operadores financeiros Roberto Trombeta e Rodrigo Morales.

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