Um pacto pelo Maranhão que negue o passado recente é um acordo de cumplicidade

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Um pacto pelo Maranhão que negue o passado recente é um acordo de cumplicidade

Blog do Raimundo Garrone 


O pacto pelo Maranhão proposto pelo ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), não precisaria sequer ser sugerido pois deveria constar dos princípios de qualquer político eleito por um estado para defender os interesses da sua população, independente das diferenças políticas.

Aliás, o próprio governo Flávio Dino fez um pacto pelo Maranhão a partir da sua relação com a bancada do Estado na Câmara Federal, onde o líder é o deputado federal Pedro Fernandes (PTB), que foi secretário de educação do governo Roseana e mantém uma agenda conjunta em defesa do que é melhor para a população maranhense.


Tanto Fernandes como outros – nem todos – federais aliados do grupo Sarney demonstram exercer seus mandatos em sintonia com às necessidades do Estado, sem que isso signifique uma adesão ao atual governo.

A própria escolha do petebista para liderar a bancada é um exemplo desse pacto, já que Dino poderia utilizar o poder da cadeira para eleger um deputado aliado, como sempre ocorreu durante o regime Sarney, quando a liderança sempre foi exercida pelo irmão da governadora Roseana, Zequinha Sarney(PV).

É natural que José Reinaldo Tavares depois de mais de 10 anos de rompimento com a família Sarney e 8 do seu mandato de governador, quando sentiu o peso da ira dos ex-aliados, começe a olhar pra frente e deixar o passado pra trás diante do novo cargo que ocupa.

Mas Flávio Dino tem a responsabilidade de governar o Estado e como tal não pode ignorar as evidentes suspeitas de desvio de dinheiro público durante o último governo Roseana.

Ao promover uma ampla auditoria e apontar esses desvios não quer dizer que ele esteja promovendo uma perseguição política, mas demonstrando a seriedade com que trata o bem público.
Essa ladainha de governar olhando pelo retrovisor, como acusam a nova administração, é uma artimanha de quem perdeu a proteção do Poder e teme investigações que possam revelar seus crimes, aos quais só passa a borracha quem também quer cometê-los!

Neste caso não seria um pacto pelo Maranhão, mas um acordo de cumplicidade!
Se por um lado, Flávio Dino teria a ganhar com a união de todos em defesa de interesses comuns, o que Sarney ganharia em contrapartida a não ser a proteção aos mal feitos protagonizados por sua família e seu grupo político durante o domínio que exerceu no Estado?

O ex-governador José Reinaldo cita o caso dos espanhóis, que depois enfrentar uma guerra civil sangrenta, assinaram o Pacto de Moncloa, fundamental para a construção da Espanha moderna.
Mas esquece que ele foi assinado em 1977, depois de 35 anos de ditadura do General Francisco Franco, e mais de 40 da guerra civil, reunindo partidos políticos, sindicatos, empresários, etc. para enfrentar a grave crise econômica que ameaçava a então incipiente democracia espanhola.
Além da questão econômica, o pacto garantiu os direitos e deveres dos cidadãos e a liberdade de imprensa, para não malograr a transição democrática tardiamente iniciada no País, 32 anos depois da segunda guerra mundial.
É uma situação bem diferente da nossa, onde esses direitos estão garantidos desde a transição democrática ocorrida na década de 80, a qual o próprio Sarney teve papel preponderante.
No mais, é bom ter claro que o passado que impede olhar para o futuro, não é o mesmo que antecede de imediato o presente, cujo as consequências ainda são reais e comprometem as gerações vindouras, mas o que realmente ficou pra trás e somos todos sobreviventes.
Falar em passado seis meses após o fim de um governo é ignorar o próprio tempo, prescrevendo de forma instantânea os delitos cometidos, e reafirmando que o crime compensa desde que se firme um pacto em nome do futuro.

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