O que sobrou do PT maranhense
Em 2010 os petistas maranhenses definiram o apoio à aliança com PCdoB, PSB e PPS em torno da candidatura de Flávio Dino ao governo do Maranhão. José Sarney farejou a força eleitoral do candidato comunista, então deputado federal, e tratou de montar uma operação a partir de Brasília. Antes, tentara dissuadi-lo da candidatura ao governo acenando com uma vaga ao senado abençoada por Lula. Flávio Dino disse não e seguiu na luta.
Sarney foi a Lula e arrancou dele o compromisso de intervir no PT maranhense, arrancando-o da companhia do bloco progressista e o acomodando na chapa da filha Roseana Sarney. Um duro golpe, com repercussões negativas na mídia nacional, mas o suficiente para colocar um forte obstáculo a Flávio Dino que ainda assim chegou à casa dos 30% e por ínfimos 0,08% dos votos não conquistou uma vaga no segundo turno.
Passados quatro anos, o PT chega a uma nova eleição em estado deplorável. Perdeu o vice, que foi deslocado à força para o TCE; foi despejado da candidatura de Edinho Lobão(PMDB), onde pretendia novamente a vice; perdeu todos os cargos no governo estadual e não “fede nem cheira” no grupo liderado por José Sarney. Um dos maiores partidos no país, o PT foi reduzido a um mero coadjuvante no consórcio que domina a política estadual.
O que fizeram com o PT dá uma boa medida do que querem agora fazer com o PDT. O partido de Jackson Lago está sendo fortemente assediado para romper com a oposição e se juntar aos algozes do ex-governador. Basta olhar o PT para concluir qual destino esperaria o PDT caso sucumbisse à tentação do poder sarneysista.
Fonte: Editorial do Jornal Pequeno - 29.05.2014
http://jornalpequeno.com.br/edicao/2014/05/29/atos-fatos-baratos-1709/
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