LEI SECA - Casos de embriaguez ao volante estão aumentando em São Luís, conforme mostram dados do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran)
De julho a agosto deste ano, o número de casos desse tipo aumentou 61%, passando de 21 para 34 ocorrências.
09/09/2014- Jornal O Estado do Maranhão
No domingo, dia 7, Golf colidiu com um poste
O número de casos de embriaguez ao volante estão aumentando em São
Luís, conforme mostram dados do Departamento Estadual de Trânsito do
Maranhão (Detran). Somente de julho a agosto, aumentou em 61% o número
de condutores autuados por dirigir sob a influência de álcool na
capital, passando de 21 para 34 ocorrências. O total registrado de
janeiro a agosto de 2014 já corresponde a 62% do número de ocorrências
do tipo ao longo de todo o ano de 2013, o que contribui para a
ocorrência de acidentes.
Apesar da Lei Seca (Lei nº
11.705) ter ficado mais rígida em 2013, casos de embriaguez ao volante
continuam comuns em São Luís. Em 2012, foram registradas 98 ocorrências
do tipo na cidade. Em 2013, o total passou para 280, um aumento de 185%,
e este ano já soma 174 infrações, 62% do total registrado em todo o ano
passado. O total de ocorrências aumenta ainda mais, se considerados os
números dos quatro municípios da região metropolitana - São Luís, São
José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa -, onde 219 motoristas já foram
autuados por dirigir sob o efeito de álcool.
São
Luís é o município que concentra o maior número de infrações do tipo,
174 do total registrado na região metropolitana este ano. No ano
passado, das 280 ocorrências de janeiro a outubro, 201 foram registradas
na capital. Em 2012, dirigir sob o efeito de álcool era a 83ª infração
mais cometida no trânsito da cidade. Este ano, ela já subiu 26 posições e
ocupa a 57ª colocação no ranking de infrações cometidas em São Luís. O
problema se reflete no trânsito da capital, onde os acidentes provocados
por motoristas alcoolizados estão cada vez mais comuns.
Acidente
- No domingo, dia 7, um veículo modelo Golf colidiu com um poste de
iluminação pública do canteiro central da Avenida Jerônimo de
Albuquerque, próximo ao Elevado Alexandre Costa (Elevado da Cohama),
quando seguia no sentido Vinhais/Angelim. Por causa da colisão, o
motorista de um ônibus que trafegava pelo local precisou desviar para o
matagal para evitar um acidente mais grave. Ninguém sofreu ferimentos
graves, mas o condutor do Golf foi conduzido para o Plantão Central da
Beira-Mar, pois apresentava sinais de embriaguez.
No
dia 17 do mês passado, a morte do 1º sargento da Polícia Militar (PM),
João Eudes Barros Carneiro, de 57 anos, atropelado pelo médico Marco
André Carneiro Salomão, de 27 anos, que dirigia alcoolizado pela Avenida
dos Holandeses, no Calhau, causou indignação e protestos pela cidade.
Marco André Carneiro Salomão teve concedido um habeas corpus pela
desembargadora Maria dos Remédios Buna Costa Magalhães, no dia 19, que
substituiu a prisão preventiva. Ele responde, em liberdade, por
homicídio doloso (quando há intenção de matar).
Fiscalização
- Para tentar coibir a prática, a Polícia Militar reforçou, desde o dia
25 de julho, a fiscalização no trânsito da Região Metropolitana de São
Luís. Nos fins de semana, são montadas barreiras policiais em pontos
estratégicos da Ilha para fazer a abordagem dos condutores. Durante as
atividades, são utilizados 50 etilômetros (bafômetros) que foram doados
pelo Detran à PM. As blitze são realizadas simultaneamente em pontos
pré-determinados e cada barreira conta com etilômetros, que são
utilizados para aferir o nível de álcool no sangue dos motoristas.
Conforme a Lei Seca (Lei nº 11.705), é considerado ato criminal quando o
motorista for flagrado dirigindo com índice de álcool no sangue
superior ao permitido pelo Código Brasileiro de Trânsito (CTB), que é
0,34 miligrama de álcool por litro de ar expelido ou seis decigramas por
litro de sangue. Nesse caso, a pena é de detenção de seis meses a três
anos, multa no valor de R$ 1.915,40, perda de sete pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), suspensão temporária da carteira de
motorista ou proibição permanente de obter a habilitação. O valor da
multas é dobrado caso o motorista tenha cometido a mesma infração nos 12
meses anteriores.
Se o bafômetro registrar um
índice igual ou superior a 0,05 miligramas de álcool por litro de ar,
mas abaixo do 0,34 permitido pelo código de trânsito, o condutor é
punido apenas com multa. No exame de sangue, o motorista será multado
por qualquer concentração de álcool e pode ser preso se tiver mais de
seis decigramas de álcool por litro de sangue.
Saiba mais
A
Justiça considera que quando o motorista dirige embriagado assume o
risco de causar um acidente. Por isso, quando há mortes o crime é
considerado homicídio doloso - caracterizado pela intenção de matar. Em
janeiro do ano passado, a Lei Seca foi alterada, ficou ainda mais rígida
e estabeleceu o parâmetro de 0,05 miligramas de álcool por litro de ar
apenas porque é uma recomendação do Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) como margem de segurança do etilômetro.
Esse valor equivale a dois copos de cerveja, que é notado pelo
bafômetro de três a seis horas depois do consumo. Quantidades maiores
podem ser detectáveis por períodos bem superiores, até 12 horas. Mas na
prática a lei assumiu tolerância zero em relação à bebida alcoólica, e
pelo novo entendimento da lei os motoristas estão proibidos de beber
qualquer quantidade de álcool.
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