Centenário Mário Meirelles

java redirecionamento

Tecnologia do Blogger.

Centenário Mário Meirelles


Há exatos 100 anos nascia o historiador Mário Martins Meireles; autor de quase 40 livros, o maranhense, natural de São Luís, faleceu em maio de 2003

Ana Luiza Almeida Ferro*
Especial para o Alternativo
Trabalhou no Ministério da Fazenda (1933-1965), com passagens pelos estados da Bahia, Maranhão e Minas Gerais e pelo antigo Distrito Federal. Após aposentar-se no cargo de Agente Fiscal de Tributos Federais em 1965, foi Diretor-Secretário do hodiernamente extinto Banco do Maranhão (1965-1967) e Secretário-Chefe do Gabinete e da Casa Civil do Governo do Estado do Maranhão, durante a administração de Pedro Neiva de Santana (1972-1975).
Contratado em 1939 como Professor de História Universal e do Brasil no curso ginasial do Colégio Cysne, de São Luís, ingressou, 14 anos depois, no magistério superior, na qualidade de catedrático-fundador da cadeira de História da América, no Curso de Geografia e História da Faculdade de Filosofia (FAFI) da Universidade (católica) do Maranhão, a qual seria mais tarde incorporada como Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras à Fundação Universidade do Maranhão, nascida em 1966, na atualidade Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Foi Professor Titular, posteriormente aposentado, do Departamento de História dessa tradicional instituição de ensino superior, em que deixou marcas indeléveis como Chefe do Departamento de História, criador e Coordenador do Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica e Geográfica, Presidente do Conselho Editorial, Assessor da Secretaria dos Colegiados Superiores, Chefe de Gabinete da Reitoria, Vice-Reitor Administrativo e membro do Conselho Universitário.
Foi membro efetivo da Academia Maranhense de Letras; sócio efetivo e, ulteriormente, honorário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; sócio honorário da Associação Comercial do Maranhão; membro e presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha, no Maranhão; sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; sócio correspondente dos Institutos Históricos e Geográficos de Santos, da Paraíba e do Distrito Federal e das Academias de Letras Paulista, Carioca, Santista, Paraense e do Triângulo Mineiro (Uberaba); sócio fundador e membro do Conselho Diretor da Sociedade Brasileira de História da Medicina (São Paulo); e sócio colaborador da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, no Maranhão.
Recebeu numerosas condecorações, entre as quais a Ordem Nacional do Mérito (Portugal), a Ordem das Palmes Académiques (França), a Ordem de Rio Branco (Brasil), as medalhas comemorativas Gonçalves Dias (do Ministério das Relações Exteriores), do Sesquicentenário da Independência do Brasil (do Senado Federal e da Câmara dos Deputados), Santos Dumont (do Ministério da Aeronáutica), do Mérito Timbira (Maranhão), do Tricentenário da Fundação de São Luís, João Lisboa, de La Ravardière, Sousândrade do Mérito Universitário, Simão Estácio da Silveira e do Mérito Judiciário (do TJMA).
Autor prolífico, de quase 40 livros, é indubitavelmente “a maior figura da historiografia maranhense dos séculos XX e XXI”, na justa avaliação de Milson Coutinho. Escreveu, dentre outros, O imortal Marabá (1948), Gonçalves Dias e Ana Amélia (1949), Panorama da literatura maranhense (1955), História do Maranhão (1960), França Equinocial (1962), Catulo, seresteiro e poeta (1963), São Luís, Cidade dos Azulejos (1964), História da Independência no Maranhão (1972), Santos Dumont e a conquista dos céus (1973), Melo e Póvoas – Governador e Capitão-General do Maranhão (1974), História da Arquidiocese de São Luís do Maranhão (1977), O ensino superior no Maranhão (1981), Os negros no Maranhão (1983), O brasão d’armas de São Luís do Maranhão (1983), São Luís com S (1984), O Maranhão e a República (1990), Holandeses no Maranhão (1641-1644) (1991), História do comércio do Maranhão, v. 4 (1992), Apontamentos para a história da Medicina no Maranhão (1993), Dez estudos históricos (1994), João de Barros, primeiro donatário do Maranhão (1996), O Brasil e a partição do mar-oceano (1999) e História de São Luís (2012, obra publicada postumamente).
Conferencista que hipnotizava plateias e poeta a ser (re)descoberto, Mário Meireles, lhano no trato, era um professor nato, admirado dentro e fora da sala de aula. O Centro de Ensino Médio Prof. Mário Martins Meireles procura honrar o seu exemplo.
Sua pena descansou em 10 de maio de 2003, mas ele não morreu. De há muito deixou de ser apenas um homem. Ele hoje é uma marca. Escrever como Mário Meireles é cultivar com desvelo a última flor do Lácio nos férteis campos da História, é aliar a elegância de estilo à profundidade e rigor da pesquisa histórica. Tão intimamente associado está seu nome à historiografia maranhense que é impossível separar aquele desta, sem que se lhe abra um enorme rombo no casco.
Mário Meireles é o patrono da Cadeira nº 31 da Academia Ludovicense de Letras (ALL), que se prepara, no Ano dedicado ao ilustre historiador, pela passagem de seu centenário, para homenageá-lo, com o apoio da UFMA, em 10 de agosto deste ano, data de sua fundação.
Em tempos de crise de valores, Mário Meireles é um gigante a inspirar grandes navegações. E navegar por autores dessa estirpe sempre será preciso...
*Promotora de Justiça, sócia do IHGM e membro da ALL, Cadeira nº 31, patroneada por Mário Meireles
alaferro@uol.com.br


0 comentários:

Postar um comentário

visualizações!