Grupos de bumba boi festejam São Marçal no João Paulo
Tradicional encontro de grupos de bumba-boi de matraca já acontece há 90
anos, na avenida que leva o nome do santo; evento atraiu milhares de pessoas
para o João Paulo durante nesta sexta-feira.
Grupos de bumba-boi mantiveram a tradição que já acontece há 90
anos e reverenciaram São Marçal, na avenida que leva o nome do santo, no bairro
João Paulo, em São Luís. O tradicional encontro levou milhares de pessoas para
a avenida na sexta-feira, 30 de junho, no último dia da temporada oficial
junina na capital maranhense.
O evento deste ano foi marcado por uma série de polêmicas. Uma delas foi o Instituto São Marçal, que deixou de organizar o encontro este ano alegando falta de apoio do Governo do Estado para a realização das atividades, levantando-se a possibilidade de a festa ser cancelada. Dessa forma, um grupo de voluntários se comprometeu em organizá-la, com a disponibilização da estrutura de palco e som.
O evento deste ano foi marcado por uma série de polêmicas. Uma delas foi o Instituto São Marçal, que deixou de organizar o encontro este ano alegando falta de apoio do Governo do Estado para a realização das atividades, levantando-se a possibilidade de a festa ser cancelada. Dessa forma, um grupo de voluntários se comprometeu em organizá-la, com a disponibilização da estrutura de palco e som.
Encontro
No dia em homenagem a São Marçal, os grupos de bumba-boi começaram a chegar ao João Paulo desde as 5h e no local já havia um público esperando pela passagens dos batalhões. Ao longo de todo o dia, o comércio permaneceu de portas fechadas.
Um a um, os grupos se apresentaram para as pessoas que foram ao local prestigiar e participar do momento singular da cultura popular maranhense. As apresentações começaram próximo à sede do 24º Batalhão de Infantaria Leve (BIL), de onde os brincantes se concentraram, e de lá elas seguiam ao longo da avenida, passando pela frente da estátua do Duque de Caxias, os dois palcos montados na via e por fim pela grande estátua de São Marçal. Em seguida, se dispersavam.
Os batalhões eram seguidos pelos que queriam aproveitar todos os momentos das festividades juninas. Os brincantes carregavam as suas próprias matracas e pandeirões, que, de forma harmônica, entoavam o som forte e característico do São João.
Foi assim durante a passagem do Boi de Maracanã, que levou para a avenida a beleza do seu batalhão pesado, tão aguardado por muitos que ali estavam. Nos pandeirões dos integrantes do grupo, a imagem de Humberto de Maracanã, que faleceu no ano de 2015, fazia com que a memória de uma das maiores personalidades do São João maranhense continuasse viva.
Ainda durante o dia, outros grupos passaram pelo local, como o Boi do Maiobão, Boi de São José dos Índios; Boi da Matinha, Boi de Itapera, entre outros grupos. As apresentações no local terminaram apenas no fim da tarde. “Todos os anos eu venho para o João Paulo e participo da festa. Gosto muito de estar aqui”, disse a comerciante Francisca dos Santos.
Este ano, houve uma diminuição na quantidade de grupos que passaram pela Avenida São Marçal. Além disso, o Exército Brasileiro, por meio do 24º Batalhão de Infantaria Leve (24º BIL), não disponibilizou o caldo de feijão como fazia todos os anos. Mesmo assim, contribuiu para o desenvolvimento da festa.
“O batalhão esteve sempre presente e se colocando sempre à disposição. Essa é uma festa do povo e o batalhão faz parte desse povo”, destacou o tenente-coronel Marcus Vinícius, atual comandante do 24º BIL.
SAIBA MAIS
O primeiro encontro de bois
no João Paulo data da década de 1920, quando os batalhões do Sítio do Apicum, o
Boi do Lugar dos Índios, do povoado de São José dos Índios, em Ribamar, e,
segundo populares, o Boi da Maioba se reuniram no espaço onde hoje é a Praça
Ivar Saldanha, sob o pedido de José Pacífico de Moraes, comerciante, apreciador
da cultura popular, que resolveu reproduzir, em seu bairro, um encontro que já
ocorria desde 1924, todo dia 29, em honra a São Pedro, na então Vila do Anil.
O encontro se repetiu todos
os anos até 1949, quando foi para o Monte Castelo, mas ficou lá somente um ano.
Depois, foi para o Bairro de Fátima e rodou por outros bairros até retornar ao
João Paulo, em 1959. Somente nos anos 1980 a festa tomou a forma que tem hoje.
Em 2006, a Prefeitura de São Luís, depois de ter sancionado a lei que alterou o
nome da Avenida João Pessoa para São Marçal, atribuiu à Festa de São Marçal,
através da lei Nº 4626 de 14 de julho, o título de bem cultural e imaterial,
transformando a data no Dia Municipal do Brincante de Bumba Meu Boi.
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