Zé Cirilo, José Raimundo Rodrigues e Luís Fernando Pinto compartem a popularidade de seus programas em várias regiões do estado

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Zé Cirilo, José Raimundo Rodrigues e Luís Fernando Pinto compartem a popularidade de seus programas em várias regiões do estado


TELEVISÃO MARANHENSE

Há décadas no ar, programas mantêm simpatia dos telespectadores no MA

Por: Bruno Lacerda 

MA TV, Zoom zoom noturno, Zé Cirilo na TV... Mais que o nome de programas, essas três produções se tornaram marcas que escreveram (e ainda escrevem) parte da história da televisão maranhense. No ar há mais de três décadas, os shows compartem a popularidade alcançada, um conteúdo variado e a simpatia dos telespectadores das diversas regiões do Maranhão.

O Imparcial conversou com os apresentadores Zé Cirilo, José Raimundo Rodrigues e Luís Fernando Pinto, para hoje relatar alguns pontos marcantes da história destes personagens, que há tanto tempo constroem a televisão no estado.


Stillo Amaury

Começou no jornalismo há mais de 45 anos, em O Imparcial. Desde então, passou por diversas mídias – rádio AM e FM, jornais impressos e emissoras de televisão. Sua consolidação, no entanto, aconteceu nas telinhas. Na TV Difusora, onde trabalha atualmente, leva 22 anos à frente do formato “Zé Cirilo na TV” – programa de variedades, que inclui colunismo social, notícias e entretenimento, e tem penetração em todo o estado. 
"Eu trouxe aqui o Amaury Júnior na década de noventa. Todo mundo achava que eu era o Amaury daqui, e o Amaury era o Zé Cirilo de São Paulo ", Zé Cirilo

Dono de gestos e bordões marcantes, o apresentador afirma que televisão é um equilíbrio entre “invenção e reinvenção”. Zé assegura que a atitude frente às câmeras é fator fundamental para conquistar o público. “Na televisão, você tem que manter a sua maneira de ser, conquistar o público e falar a linguagem do telespectador”.

Ao longo de quase três décadas, figurou o cenário nacional em algumas ocasiões. As primeiras, em reportagens conjuntas com Amaury Júnior, que veio ao Maranhão a convite do apresentador na década de 90. “Eu trouxe aqui o Amaury Júnior na década de noventa. O 
Amaury era da Band, e eu fazia algumas reportagens lá. Todo mundo achava que eu era o Amaury daqui, e o Amaury era o Zé Cirilo de São Paulo. Foram trocas de ideias que deram certo”, afirma.


Outros momentos de exposição nacional foram os vídeos cômicos que se tornaram virais em programas de grande audiência, como o extinto CQC (Band) e o SuperPop (apresentado por Luciana Gimenez na RedeTV). “Os vídeos nacionais são vídeos marqueteiros... a história que aconteceu com o Charlie Brown (Noticiario sobre a morte do cantor Charlie Brown Jr, trocado pelo apresentador por Carlinhos Brown) teve mais de 12 milhões de acessos, e não para; as pessoas não sabem se foi mancada ou foi proposital. Isso é coisa de marketing, de ética profissional, e você não conta se é real ou não, mas a verdade é que estourou, como muitas coisas que nós temos feito”.
"As pessoas não sabem se foi mancada ou foi proposital. Isso é coisa de marketing, de ética profissional", Zé Ciro
O comunicador, que inova na forma de falar com os telespectadores, foi o primeiro no Maranhão a criar uma linha com o público através do aplicativo WhatsApp, batizado de Zapirilo.

Para o apresentador, saber usar as tendências e observar possíveis influências é um dos segredos do sucesso. “A influência a gente tem, o bom é você ver, observar e tirar proveito para criar quadros novos na televisão. Nós estamos agora com um quadro ‘trollando na web’, que está há pouco mais de três meses na TV e é o maior sucesso. Então, nós temos que aprimorá-las para mostrar a nossa própria maneira de fazer televisão”, afirma.

Quando questionado sobre o seu maior orgulho na carreira, é enfático: “O que eu mais me orgulho de ter feito na televisão foi construir um público que me estima, me dá resposta, me dá respaldo... Eu fico muito feliz quando eu vou às ruas, vou ao interior do estado, e as pessoas têm um carinho especial por mim, principalmente porque nós fazemos televisão sem agredir. O meu partido é o povo, é a televisão”.

O abraço da moda

Uma trajetória que começou em 1978 com o Jornal da Baixada e se consolidou, a partir de 1983, sob a marca Maranhão TV. Esta mesma marca acompanha José Raimundo Rodrigues por todas as emissoras de televisão pelas quais passou em sua experiência de quase 40 anos em frente às câmeras.

A carreira teve início na TV Difusora, quando esta era afiliada da Rede Globo. Depois de passar por uma série de treinamentos para cobrir pautas nacionais, Zé Raimundo foi destacado para acompanhar as eleições de 1982, quando a reabertura democrática ganhava espaço no Brasil.

Naquela ocasião, um acidente trágico marcou a sua carreira, dando abertura a uma nova oportunidade. 

"O repórter que me acompanharia sofreu um acidente, acabou falecendo, e eu precisei fazer a minha parte e a dele. O trabalho rendeu um bom reconhecimento com a direção da Globo, e eu passei 6 anos sendo repórter à disposição da Globo no Maranhão", Zé Raimundo
O reconhecimento rendeu frutos, mas não freou o espírito empreendedor do jornalista. Desde 1983, fundou a sua empresa e começou a produzir seu próprio programa. A revista eletrônica Maranhão TV ganhou espaço e audiência graças à diversidade de conteúdos que utilizou ao longo da sua história.

Esse formato, nós adquirimos com o know-how do tempo de experiência na TV. Se eu fosse falar só sobre cultura, nem todo mundo gosta; se eu fosse falar só sobre esporte, nem a minha mulher gosta; se eu fosse falar só de política, só quem gosta são os comentaristas de política e os políticos. Então, a síntese do programa quer englobar audiência de um público mais diversificado. Dessa forma, você consegue manter o público”, declara.

Muitos foram os momentos marcantes da carreira do apresentador, mas três merecem destaque: a cobertura da eleição dos delegados maranhenses que votariam na chapa presidencial de 1985 (e as várias manobras políticas que envolviam o processo), o retorno de José Sarney ao Maranhão um dia depois da sua eleição como vice-presidente, que teve destaque nacional e, por último, mas não menos importante, o drama das enchentes que atingiram mais de 400.000 pessoas em todo o estado.


A emissão, mesmo tradicional, mantem-se moderna através do mundo digital. Além da experiência de coproduzir conteúdo em parceria com uma emissora latina dos Estados Unidos, o MA TV também chega a mais de 160 países através de um aplicativo móvel.

“Nós produzimos um programa feito aqui em São Luís e legendado em espanhol para a TV Caribevisión, em Miami, que era retransmitido em Nova Iorque. Foi um programa que projetou internacionalmente não só a mim, mas também o estado do Maranhão. Por exemplo, a toada Maranhão, meu tesouro, meu torrão foi legendada em espanhol, cantada por Humberto Maracanã e Alcione, e veiculada neste canal. E com o advento da internet, nós adquirimos um aplicativo e hoje, com o Youtube, nós temos ao redor de 900 mil visualizações em mais de 160 países no mundo”.


“Mostrar do brega ao chique.” Essa é a missão de Luís Fernando Pinto à frente da TV. A maneira encontrada para fazê-lo foi o programa “Zoom zoom noturno”, no ar há 32 anos e com passagens por diferentes emissoras da televisão maranhense. O nascimento inusitado tem origem com a cobertura jornalística do carnaval no Maranhão.

“O primeiro trio elétrico de carnaval que teve aqui, quem fez foi a Rádio Cidade. Nós unimos Rádio Ribamar e Rádio Cidade. Cederam um caminhão para a gente e uns amigos montaram o som. Cada fim de semana estávamos em um bairro. Era o ‘Carnaval da Cidade’, com vários locutores da rádio e apresentadores da TV. Quando acabou o carnaval, nós sentimos a necessidade de mostrar alguma coisa sobre a noite em São Luís. Isso, em 1984. E daí nasceu o Zoom zoom noturno”.

O programa, como o próprio nome sugere, mostra a noite nas boates, bares e casas de shows de São Luís, servindo como uma espécie de guia da programação da cidade. Um dos seus quadros, no entanto, desperta a atenção de várias gerações nessas três décadas: o strip-tease. 
"O strip-tease marca... ele começou um mês depois da estreia do programa. E não é com o objetivo de ser algo pornográfico, mas um show erótico, de divertir", Luís Fernando Pinto
Sobre as mudanças ocorridas no formato desde a estreia, Luís Fernando brinca: “A única coisa que mudou foi a minha idade. Televisão, como na vida, você não cria, você copia. E se você copia, copia pra melhor. O maior apresentador da TV brasileira é o Sílvio Santos. Você já viu ele mudar? Você muda a roupagem, o cenário, mas a essência do programa permanece a mesma”.

Luís Fernando é frequentemente apelidado de “lenda da TV” por companheiros e colegas de trabalho, mas demonstra humildade ao afirmar que o sucesso é resultado de um esforço coletivo. “Em tudo o que você fizer, se você fizer com amor, o sucesso vem de forma espontânea. Eu estou do outro lado da tela, mas detrás de mim há gente muito mais importante que eu. O sucesso é a humildade, o profissionalismo e o respeito... pelos companheiros de trabalho e pelo público, que é essencial para que você se mantenha”.



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