CHEGOU O CARNAVAL!
José Louzeiro
A chegança do Carnaval faz lembrar das pessoas que não esquecem dos “tempos
idos”, em que Carnaval era brincadeira que reunia pessoas de todos os tipos,
principalmente as que tinham vocação para brincadeiras populares: melhor
dizendo – era a hora e a vez dos velhos relembrarem o que haviam aprendido.
E olha que, nesse relembrar, surgiu novidades surpreendentes, como o
caso da “nega bonita”, de calça amarela e chinelo de couro, que os sambistas
que se misturaram com a “baianice” que somos incapazes de separar um dos
outros.
É bom lembrar que a cantoria “baianense” tem tudo a ver com o
“carioquês” falado pelos cariocas.
Atualmente, se desejarmos estabelecer as raízes do samba, fatalmente
teremos que recomeçar ao “sambalelé”, que se encontra em pleno rejuvenescer.
O velho samba está cansando por falta de novidades rítmicas e as que
tem, não são adequadamente exploradas e, tudo vira “sambalelé”, o que não é
verdade!
O samba tem muito a ver com a ginga que se instalou nas favelas e nos
morros; é o momento em que o negro solta seu grito de liberdade, que já não
consegue nem no Carnaval. O negro não tem voz!
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