Nos passos do Laborarte, Flor do Samba se aquece para o Carnaval

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Nos passos do Laborarte, Flor do Samba se aquece para o Carnaval

CARLA MELO / DA EQUIPE DE O ESTADO
24/01/2016
Escola Flor do Samba leva para o desfile o Laboratório de Expressões Artísticas, entidade cultural criada na década de 1970
Há mais de quatro décadas, um grupo de artistas maranhenses fundava o Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte), em São Luís. Desde então, o grupo movimenta a cena cultural local, caracterizando-se por sua rica produção artística. Para celebrar e homenagear a entidade, a Escola Flor do Samba prepara um desfile que tem como tema “Laborarte: mais que um laboratório de artes. Uma paixão da cidade”.

Berço de iniciação e formação de vários artistas maranhenses, o Laborarte surgiu em 1972. A motivação foi a necessidade que jovens de vários grupos artísticos sentiram de criar um movimento que unificasse suas atividades e as centralizasse em torno de um objetivo comum, favorecendo, desse modo, as expressões artísticas e culturais de São Luís. E será esta história que a agremiação, situada no bairro Desterro, Centro Histórico de São Luís, promete contar com pompa e circunstância. A escola será a última a entrar na Passarela do Samba, já na madrugada de segunda-feira, quando encerrará a primeira noite de desfiles.
Segundo o presidente da escola, Luís César Maia, o Lulu, o tema foi sugerido por um dos integrantes da escola, Darlan Oliveira, e fundamentado por seu irmão, Augusto César Maia, o Tampinha. “A sinopse de nosso enredo foi escrita por meu irmão, Augusto Tampinha. E nós estamos trabalhando intensivamente há alguns meses para dar vida a ele. Posso dizer que a escola está 60% pronta e que os outros 40% estão em ritmo acelerado”, pontua Lulu.
A escola, que ano passado foi vice-campeã com o enredo “Tambores o astro iluminado”, promete um grande desfile. Sob a coordenação do carnavalesco Sebastião Cardoso, a agremiação terá cinco carros alegóricos, 20 alas, comissão de frente com 12 bailarinos (coreografada por Flávia Almeida), bateria com 120 ritmistas (sob o comando do mestre Dudu), quatro casais de mestre-sala e porta bandeira,para contar a história do Laborarte desde sua fundação, passando pelos principais espetáculos e personalidades artísticas que têm relação com o grupo, além da importância histórica e cultural da entidade. “Abordaremos desde sua fundação, a partir da junção de dois grupos de teatro, sendo um da Igreja de São Pantaleão e outro do Colégio Liceu Maranhense, na pessoa principal de Tácito Borralho, que será um dos homenageados, além de Nelson Brito e Rosa Reis” adiantou o presidente.
Para embalar esta história, o samba de Darlan Oliveira, escrito em parceria com Lucas Neto e Hakan, ganha vida na voz do intérprete Vovô.
Homenageado
Em plena ditadura militar, a necessidade dos artistas brasileiros se expressarem era enorme. No Maranhão, não era diferente. Foi neste contexto político e cultural que artistas e grupos de artistas se uniram para criar um grupo que não apenas desse voz a eles, mas que também pudesse dar uma “cara” que deveria ter a fisionomia dos maranhenses.
Assim nascia o Laborarte, da junção do Antroponáutica, grupo oriundo do Liceu Maranhense e formado pelos novos poetas da cidade, e do Movimento de Teatro de Férias, criado nos palcos da paróquia da Igreja de São Pantaleão. O agregador era o jovem teatrólogo Tácito Borralho, que em 11 de outubro de 1972, deu o pontapé para a criação do Laboarte.
A missão da entidade era congregar tendências de expressões artísticas, para desenvolver um trabalho mais atuante, em um movimento que centralizasse a formação, produção e distribuição de arte, dirigido para um modelo de educação popular.
Nos primeiros anos, o grupo apostou na criação artística por meio das teorias básicas, dinâmica de grupo e cursos de arte integrada. A partir de 1974, o Laborarte se volta para o estudo da cultura popular como matéria-prima para consolidar sua vasta produção.
Por volta de 1986, o Laborarte passa a estudar a teatralidade, das festas populares de São Luis e desenvolve espetáculos que contemplam o Carnaval, Festas Juninas, de Páscoa e Natalinas, para citar algumas. Além disto, desenvolve também eventos inspirados em suas próprias experiências como o “Carnaval de segunda”, “Sexta no Labô”; “Tarde no Casarão”, entre outros, tornando-se uma referência quando o assunto são artes cênicas e música no Maranhão.
A Flor do Samba tem 76 anos de existência e tem no currículo 11 títulos de campeã. O último foi em1997 com o enredo “No rabo de uma estrela”. l

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