John Kennedy dos Santos Gurjão, que morreu no domingo (18) em um voo entre Lisboa e Dublin

A polícia irlandesa confirmou que a morte de um passageiro brasileiro em um voo para Dublin ocorreu devido ao rompimento de uma das 80 cápsulas contendo substância narcótica que ele havia ingerido antes da viagem, afirmou o jornal "The Irish Times". As autoridades ainda aguardam exames toxicológicos para confirmar que a substância era cocaína.

John Kennedy Santos Gurjão, 24, carregava em seu estômago cerca de 0,8 kg da substância em um voo da companhia Aer Lingus que ia de Lisboa a Dublin no último domingo (18).

Segundo testemunhas, o brasileiro se sentiu mal, ficou agressivo e chegou a morder um passageiro antes de ser algemado e controlado pela tripulação, segundo o "Irish Times".

Ele então desmaiou e chegou a ser atendido por um médico e duas enfermeiras que viajavam no mesmo avião, de acordo com o jornal, mas sua morte foi declarada na própria aeronave, após o pouso não programado na cidade irlandesa de Cork, depois que o comandante declarou emergência médica a bordo.

Caso seja confirmado que a substância carregada era mesmo cocaína, a carga levada por Santos Gurjão poderia ser vendida por cerca de 56 mil euros, diz o jornal irlandês.

O brasileiro parecia viajar sozinho, mas outros passageiros indicaram que ele havia tido contato com outra passageira, uma angolana que viajava com passaporte português de 44 anos, que foi detida em Cork.

Após o pouso, todos os passageiros e tripulação foram interrogados e tiveram suas bagagens revistadas. Foram encontrados 1,8 kg do que a polícia acreditava ser anfetamina —segundo o "Irish Times", a suspeita alegava se tratar de bicarbonato de sódio, o que foi confirmado pela perícia. Ela continuava detida na noite de segunda-feira (19).

INVESTIGAÇÃO

A polícia irlandesa afirma, segundo o jornal, ter entrado em contato com as autoridades do Brasil e de Portugal para saber por onde Santos Gurjão passou antes de embarcar no voo onde morreu.

A polícia irlandesa também acionou a embaixada brasileira para que comunicasse a morte de Santos Gurjão à família. Segundo o Facebook do passageiro, ele era natural de Macapá (AP). Uma entrada de 27 de agosto em sua página na rede social afirma que ele havia se mudado para Puerto Ordaz, na Venezuela.