Casos de mortes por calazar já são quatro vezes mais do que em 2014
PERIGO A SAÚDE
A Leishmaniose Visceral ou calazar é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. Ela é uma doença sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, entre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.
Em segundo lugar está a anfotericina B, cujo inconveniente maior é o alto preço do medicamento. Uma nova droga, a miltefosina, por via oral, tem-se mostrado eficaz no tratamento dessa moléstia. A regressão dos sintomas é sinal de que a doença foi pelo menos controlada, uma vez que pode recidivar até seis meses depois de terminado o tratamento.
O Centro de Controle de Zoonoses, responsável pelo controle de cães e gatos em São Luís, suspendeu os serviços de recolhimento dos animais abandonados nas ruas, contribuindo para o aumento da população.
A paralisação das atividades no CCZ aconteceu após uma notificação do Conselho Regional de Medicina Veterinária e da Promotoria do Meio Ambiente. Continuam funcionando apenas os serviços de vacinação de casa em casa e os exames de diagnóstico de doenças.
Com o aumento da população de animais errantes, aumenta também os riscos à saúde dos bichos e também dos seres humanos. A principal zoonose que incide entre esses animais ainda é a leishmaniose visceral ou calazar.
Este ano, já morreram oito pessoas
vítimas da doença, conforme a Secretaria de Estado da Saúde; quantidade de
mortes e notificações têm aumentado
As mortes de pessoas por leishmaniose
visceral (também conhecido como calazar) quadriplicaram em um ano em São Luís.
Conforme os dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Em todo o ano passado,
foram registrados dois óbitos por causa da doença, enquanto de janeiro a julho
deste ano oito mortes foram contabilizadas na capital maranhense. A leishmaniose
tem cura, mas a demora das pessoas em buscar o tratamento adequado é o
principal fator para os óbitos.
Os casos da doença estão sendo
registrados com muita frequência em São Luís e começam a preocupar as
autoridades públicas. De janeiro a julho deste ano, 37 ocorrências foram
notificadas na capital e resultaram na morte de oito pessoas. Em todo o ano
passado, ocorreram 31, ocasionando dois óbitos. Conforme os dados, a quantidade
de casos registrados na metade deste ano superou o total das de 2014.
A leishmaniose pode ser do tipo
tagumentar americana (LTA) ou visceral (LV) e a última é a forma mais grave da
doença, pois causa sérias lesões nas vísceras, como no fígado e baço, que podem
levar à morte se não for feito o tratamento adequado. Ela era, primariamente,
uma zoonose caracterizada como doença de caráter eminentemente rural, mas
recentemente vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte.
Em São Luís, também se observa cada
vez mais a sua incidência nas áreas urbanas por causa da devastação das zonas
rurais, consequência direta do processo de urbanização. Dessa forma, o mosquito
transmissor da doença migra para os grandes centros, afetando as pessoas que
moram nesses locais.
"Em São Luís há uma preocupação
grande, pois o mosquito está se deslocando para a zona urbana. Por causa dessa
situação, torna-se mais difícil o controle da doença e ainda enfrentamos
dificuldades para entrar nas casas para aplicar o inseticida", disse
Raimundo Farias Rodrigues, coordenador de endemias da SES.
As leishmanioses são consideradas
primeiramente como zoonoses, podendo acometer o homem, quando este entra em
contato com o ciclo de transmissão do parasita, transformando-se em
antropozoonose. Atualmente encontra-se entre as seis endemias consideradas
prioritárias no mundo.
Ontem, a SES, por meio da
Superintendência de Epidemiologia e Controle de Doenças, realizou, na Praça
Deodoro, ações de saúde para informar a população sobre os sinais e sintomas
das leishmanioses tagumentar americana (LTA) e leishmaniose visceral (LV).
Durante a atividade, dois estandes
foram montados no local e técnicos dos serviços de vigilância estadual
disponibilizaram materiais informativos sobre formas de prevenção e controle
das leishmanioses. Também houve aferição de pressão arterial, teste glicêmico e
verificação de peso e altura (IMC).
Na ação, os profissionais chamaram
atenção para a necessidade das pessoas acometidas pela doença buscarem o
tratamento o quanto antes. "O tratamento é longo e muitas pessoas ainda
demoram a procurar esse tratamento. Quando procuram, já está em estado avançado
e pode ser tarde demais", disse Daniel Saraiva, chefe do Departamento de
Controle de Zoonoses da SES.
NÚMEROS
37 casos de leishmaniose visceral registrados de janeiro à julho deste ano em São Luís
8 mortes por causa da doença este ano
31 casos de leishmaniose visceral registrados no ano passado
2 mortes por causa da doença em 2014
37 casos de leishmaniose visceral registrados de janeiro à julho deste ano em São Luís
8 mortes por causa da doença este ano
31 casos de leishmaniose visceral registrados no ano passado
2 mortes por causa da doença em 2014
SOBRE
A DOENÇA
A Leishmaniose Visceral ou calazar é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. Ela é uma doença sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, entre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.
O
diagnóstico precoce é
fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco a vida do paciente.
Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o
diagnóstico. Entre eles destacam-se os testes sorológicos (Elisa e reação de
imunofluorescência), e de punção da medula óssea para detectar a presença do
parasita e de anticorpos. É de extrema importância estabelecer o diagnóstico
diferencial, porque os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos
com os da malária, esquistossomose, Doença de Chagas, febre tifoide, etc.
Ainda
não foi desenvolvida uma vacina contra
a leishmaniose visceral, que pode ser curada nos homens, mas não nos animais.
Os antimoniais pentavalentes, por via endovenosa, são as drogas mais indicadas
para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos.
Em segundo lugar está a anfotericina B, cujo inconveniente maior é o alto preço do medicamento. Uma nova droga, a miltefosina, por via oral, tem-se mostrado eficaz no tratamento dessa moléstia. A regressão dos sintomas é sinal de que a doença foi pelo menos controlada, uma vez que pode recidivar até seis meses depois de terminado o tratamento.
Para
combater a doença, é essencial o apoio da população no
que diz respeito à higiene ambiental (manejo ambiental). Recomenda-se a limpeza
periódica dos quintais, com retirada de folhas, frutos, fezes de animais e
outros entulhos que favoreçam a umidade do solo e destino adequado do lixo
orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das formas imaturas dos
flebotomíneos; a limpeza dos abrigos de animais domésticos; bem como a
manutenção de animais domésticos distantes do domicílio, especialmente durante
a noite, de modo a reduzir a atração dos flebotomíneos para o intradomicílio.
Outra
forma de controle do inseto transmissor
é por meio do uso de inseticida (aplicado nas paredes de domicílios e abrigos
de animais). Porém, a sua indicação é apenas para as áreas com elevado número
de casos, como municípios de transmissão intensa, moderada ou em surto de
leishmaniose.
Cães
de rua aumentam casos da doença
A
grande população de cães de rua em São Luís contribui para aumento de casos em
São Luís. Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, edentados
(tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser reservatório do protozoário e
fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos a transmissão se torna
potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a
infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem.
O Centro de Controle de Zoonoses, responsável pelo controle de cães e gatos em São Luís, suspendeu os serviços de recolhimento dos animais abandonados nas ruas, contribuindo para o aumento da população.
A paralisação das atividades no CCZ aconteceu após uma notificação do Conselho Regional de Medicina Veterinária e da Promotoria do Meio Ambiente. Continuam funcionando apenas os serviços de vacinação de casa em casa e os exames de diagnóstico de doenças.
Com o aumento da população de animais errantes, aumenta também os riscos à saúde dos bichos e também dos seres humanos. A principal zoonose que incide entre esses animais ainda é a leishmaniose visceral ou calazar.
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