Município fará projeto de combate ao calazar em bairro de São Luís
Após reportagem publicada por O
Estado no dia 16 deste mês, comprovando as mortes de quatro cães por
calazar em apenas um quadrimestre (de abril a julho deste ano) no bairro Retiro
Natal, a Prefeitura de São Luís - por meio da Vigilância Epidemiólogica -
informou ontem, dia 20, que dará início a um projeto visando ao controle da
doença. De acordo com o Município, as medidas de controle deverão começar pelo
Centro Histórico e adjacências, em parceria com a subprefeitura da localidade.
A Prefeitura confirmou ainda que - além da região do Centro Histórico -
deverão ser contemplados com o trabalho os bairros localizados nos arredores do
Centro, incluindo o Retiro Natal. A realização do projeto que objetiva a
diminuição dos casos de calazar foi determinada ainda no dia 16 deste mês, por
meio das redes sociais, pela secretária titular da Semus, Helena Duailibe.
De acordo com a superintendente de Vigilância Epidemiológica e Sanitária
da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), Terezinha Lobo, até o fim desta
semana, deverá ser divulgado o cronograma final e o conteúdo das ações (se, por
exemplo, incluirão recolhimento ou não dos animais). "Vamos fechar tudo
nos próximos dias e, em seguida, deveremos dar um parecer à população
ludovicense", afirmou.
Sobre os casos registrados no Retiro
Natal e denunciados por O Estado, a superintendente de Vigilância
Epidemiológica e Sanitária afirmou que vinham sendo monitorados. "Estamos
com dificuldades, no momento, já que, por exemplo, o CCZ [Centro de Controle de
Zoonozes] ainda está passando por reformas e sem atividades. É preciso alertar
à comunidade que procure vacinar seu animal e colabore, neste momento, com o
poder público", disse.
Os casos - No Retiro
Natal, a população ainda está temerosa quanto à ocorrência de novos casos de
calazar na região. Os moradores confirmaram que, nos últimos meses, nenhuma
equipe de saúde esteve no local para registrar os casos, ou mesmo efetuar o
controle epidemiológico da doença. "Até o momento, ninguém da Prefeitura
foi até a minha residência para ver como estão meus animais. É uma situação
preocupante, já que vários morreram aqui no bairro nos últimos meses",
disse a estudante e moradora do bairro, na Rua Paulo Frontin, Flaviana Cardoso.
O primeiro caso recente de óbito envolvendo animais em virtude do
calazar aconteceu em abril deste ano. O segundo aconteceu em maio deste ano e
teve como vítima um animal de dois anos e meio de idade e cujos sintomas
começaram a aparecer em fevereiro deste ano. O terceiro aconteceu em junho
deste ano e o quarto, na semana passada.
Os moradores da região apontam dois fatores para o problema: o acúmulo
de animais possivelmente infectados, por causa da sujeira e especialmente no
período noturno, nas instalações de um antigo hortifrutigranjeiro desativado,
localizado na Avenida Getúlio Vargas. E o segundo fator seria a existência de
animais "malcuidados" em um imóvel, na Rua Sílvio Romero, no Retiro
Natal. Na tarde de ontem, ninguém foi encontrado na residência citada para
tratar do assunto.
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