Pesquisas sobre pajelança e religiões afro-brasileiras em publicação

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Pesquisas sobre pajelança e religiões afro-brasileiras em publicação

Organizado por Mundicarmo Ferretti, livro “Um caso de Polícia!” será lançado hoje, às 18h30 na Casa de Nhozinho
Livro analisa religiões afro-brasileiras

A pesquisadora Mundicarmo Ferretti se dedicou a organizar o livro “Um caso de Polícia!”, que aborda a pajelança e religiões afro-brasileiras no Maranhão entre os anos de 1876 a 1977. O lançamento será hoje, às 18h30, na Casa de Nhozinho (Praia Grande). A publicação tem pesquisa e textos de Herliton Nunes, Jacira Pavão, Marcelino Farias e de Mundicarmo Ferretti.
A pesquisa documental foi realizada entre os anos de 2003 e 2004 e agora chega ao mercado pelo selo da Editora da Universidade Federal do Maranhão (EdUFMA). A pesquisa foi realizada pelos três pesquisadores, então graduandos da UFMA e da Uema e, à época, bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão (Fapema), sob a orientação de Mundicarmo Ferretti. Além disso, a obra recebeu contribuições de outros pesquisadores e estudiosos da cultura popular e da religião afro-brasileira, a exemplo de Sérgio Ferretti e Zelinda Lima.

“Um caso de Polícia!” é dividido em duas partes. A primeira reúne quatro artigos assinados pela própria organizadora, que escreve o texto “Tambor, maracá, e brincadeiras de negros do Maranhão na virada do século XIX e início do século XX” no qual narra a pajelança de negro no último quartel do século XIX, no Maranhão Republicano, em Codó no fim do século XIX e o Tambor de Mina e pajelança no século XX.
Jacira Pavão, que traz “Pajelança de negro e religião afro-brasileira do Maranhão no século XIX: o processo de Amelia Rosa (1976-1877)” faz uma análise do processo-crime da negra alforriada Amelia Rosa, localizado no arquivo do Tribunal de Justiça do Maranhão. “O processo-crime de Amelia Rosa – a pajé de quem se falava em 1876 – transcrito pela historiadora Jacira Pavão, com bolsa de estudo da Fapema, foi divulgado no livro ‘Pajelança do Maranhão no século XIX – o processo de Amelia Rosa’, organizado por nós e publicado, em 2004, pela Comissão Maranhense de Folclore e pela Fapema”, explica Mundicarmo Ferretti.
Já Herliton Rodrigues Nunes escreve sobre “Perseguição religiosa: a pajelança na imprensa codoense entre os anos de 1894-1896”. No texto, o pesquisador faz uma relação de títulos e resumos das reportagens encontradas no jornal Monitor Codoense.
Marcelino Silva Farias Filho é autor de “Religião afro-brasileira em São Luís do Maranhão: aspectos e repressão nas décadas de 1920-1940”, no qual traz um mapa temático de localização das casas de culto afrodescendentes no qual demonstra a especialidade das religiões afro em São Luís e a segregação delas antes e após a instauração do Estado Novo, entre 1937 e 1945.
Acervos - Na segunda parte estão reunidas 319 matérias publicadas em jornais maranhenses, transcritas geralmente das editorias de polícia, o que explica o título do livro. A obra reúne ainda material disponível em acervos da capital sobre repressão a pajés, curadores, terreiros de Mina, terecô, umbanda e ainda sobre as celebrações alusivas ao dia 13 de maio, abolição da escravidão no Brasil.
“Não imaginava que um dia teria em minhas mãos uma quantidade tão grande de documentos jornalísticos sobre pajelança e religião afro-brasileira no Maranhão, como os que estamos hoje apresentando e disponibilizando a outros pesquisadores e interessados”, escreveu Mundicarmo Ferretti no texto de apresentação do livro.
Os pesquisadores tiveram como fonte, além dos jornais, o acervo de obras raras da Biblioteca Pública Benedito Leite e do Arquivo Público do Estado do Maranhão. Também foram pesquisados documentos do Acervo Histórico do Tribunal de Justiça do Maranhão.


Mundicarmo Ferretti ressalta que foi a partir desta publicação que começou a amadurecer a ideia de organizar um livro contendo estes documentos, transcritos por alunos-pesquisadores e também contribuições de outros estudiosos.
A pesquisadora ressalta que ainda há muito a se estudar sobre o tema. “Espero que esta obra estimule novas pesquisas e um posicionamento crítico sobre as opiniões e atitudes da sociedade maranhense em relação à pajelança, à religião afro-brasileira, aos folguedos populares e outros aspectos da cultura popular do Maranhão”.
Serviço
O quê
Lançamento do livro “Uma caso de Polícia!”, organizado por Mundicarmo Ferretti
Quando
Hoje, às 18h30
Onde

Casa de Nhozinho, Rua Portugal, 185, Praia Grande

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