Renúncia ou impedimento
Carlos Heitor Conny - Folha de São Paulo - 08 de março 2015
RIO DE JANEIRO - O marechal Göring, segunda autoridade do regime nazista, tendo como único superior o próprio Hitler, era um sibarita. Herói da Primeira Guerra Mundial, o melhor piloto da Alemanha foi considerado um "príncipe da Renascença", roubava as obras de arte dos muitos países invadidos, tornando-se em pouco tempo um dos homens mais ricos do mundo.
Depois da derrota e perante o tribunal de Nuremberg, sob juramento, declarou que nada sabia da "solução final" para massacrar todos os judeus da Europa. Ele nunca ouvira falar sobre os campos de concentração e sobre o holocausto de 6 milhões de judeus.
Não aprovou nem colaborou com o genocídio. Era apenas um piloto que recebia ordens, e as cumpria com a perícia adquirida na guerra anterior. O tribunal condenou-o à forca por crimes contra a humanidade. Suicidou-se na prisão.
Não estou comparando o atual governo, principalmente dona Dilma, com o marechal alemão, a não ser quando ela declara que nada sabia do mensalão e do escândalo na Petrobras. No mesmo caso está o ideólogo Lula --o papa emérito do PT.
Diante do descalabro que envergonha o Brasil, país da corrupção e da impunidade, grande parcela do povo já fala em renúncia ou impedimento da presidente.
No Congresso, na mídia, e repetindo Nelson Rodrigues, nos botecos e nos velórios, a opinião média de todos é a opção da renúncia ou do impedimento da presidente.
Evidente que ainda não há provas isentas. Pessoalmente, acredito que nada será provado contra ela. Mas sua credibilidade e sua imagem pública estão desde já comprometidas. Não temos forca --espero que nunca a tenhamos. Bastam os exemplos de Tiradentes e, em outra hipótese --Deus não nos castigue!--, a solução macabra de Vargas.
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