A Pastoral do Turismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai distribuir panfletos nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo com críticas à gestão do governo para a competição. Os panfletos dão "cartão vermelho" à inversão de prioridades no uso do dinheiro público do país para eventos como a Copa do Mundo, e critica o fato de o governo delegar responsabilidades públicas a grandes corporações e entidades privadas que se apropriam do esporte.
A CNBB ressalta, no entanto, que o governo só marcará o "gol da vitória" quando ninguém for perseguido por trabalhar em espaço público, e direitos dos consumidores e torcedores forem respeitados.
Os folhetos foram impressos em três idiomas (português, espanhol e inglês) e mostram a preocupação da Igreja com oito pontos que merecem “cartão vermelho”.
O primeiro deles é “a exclusão de milhões de cidadãos ao direito à informação e à participação nos processos decisórios sobre as obras que foram realizadas para a Copa”. Outros pontos criticados são a remoção de famílias e comunidades para a construção de obras dos estádios ou de mobilidade, a inversão de prioridades para com o dinheiro público que deveria servir, prioritariamente, para a saúde, educação, saneamento básico, transporte e segurança.
Além disso, os panfletos falam em desigualdades urbanas e degradação ambiental, a apropriação do esporte por entidades privadas e grandes corporações.
A entidade enumera iniciativas que representam um "gol da vitória": a garantia de que a população de bairros populares e moradores de rua tenham direito de permanecer em suas localidades; que ninguém seja perseguido por trabalhar em espaço público; que movimentos sociais não sejam criminalizados.
A CNBB afirma ainda que se "compromete a acompanhar torcedores e jogadores, nas suas demandas por momentos de espiritualidade e encontro com Deus, bem como ser presença orante durante toda a Copa".
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