Conheça quem são os quatro integrantes eleitos para a Corte Momesca de São Luís, que vai reinar absoluta até a Quarta-Feira de Cinzas.
Reis da folia!
Conheça quem são os quatro integrantes eleitos para a Corte Momesca de São Luís, que vai reinar absoluta até a Quarta-Feira de Cinzas.
Yane Botelho
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado
10/02/2013

Com samba no pé e alegria contagiante, a Corte Momesca do Carnaval de São Luís comanda a folia na capital maranhense. Desde o dia 17 de janeiro, quando foram eleitos para assumir os cargos ilustres, o Rei Momo Vitor Mendes, a rainha Rayane Moraes e as princesas Mayara da Silva e Cacau Dorneles cumprem uma agenda agitada. Os representantes da cidade são convidados de honra em diversas festas, até o fim da temporada carnavalesca.
Rainha e princesas cortejam a folia, junto com o Rei Momo. Em 19 dias de mandato, até terça-feira, dia 5, os membros haviam participado de aproximadamente 70 eventos, uma média de 3,5 por dia. São bailes, desfiles em blocos de rua, apresentações e visitas a hospitais, asilos e instituições de caridade.
A corte da Fundação Municipal de Cultura (Func) é composta por personagens clássicos. Ela simboliza o Carnaval da cidade e abrilhanta as comemorações. Determinação, simpatia, desenvoltura e alegria são essenciais para cumprir a tarefa de levar alegria aos foliões. E para cumprir a meta, os integrantes precisam estar sempre animados.
Rei Momo - Para ser Rei Momo, é necessário ser muito simpático e esbanjar alegria, além de pesar bastante. Aos 28 anos e com 149 quilos, Vitor Mendes recebeu o título pela terceira vez. Ele foi eleito monarca do Carnaval da capital maranhense em 2009 e 2010. O rapaz deve à família e aos amigos o prêmio gordinho, de R$ 5 mil, que faturou este ano. "Minha mulher me incentivou a concorrer mais uma vez", conta.
A aparência rechonchuda transmite uma personalidade simpática e bem-humorada. Para manter esse aspecto, o soberano come bastante. Não costuma dispensar nenhum cardápio. "Sou muito extrovertido, cheio de amizades. Sobre comida, gosto de tudo. Sou um comilão", admite.
Vitor Mendes, que é vendedor autônomo, conta que já se acostumou com o título. Ele acumula fãs pela cidade e o público o reconhece como Rei Momo até mesmo fora do período carnavalesco. Muitos costumam pará-lo para tirar fotografias. Para ele, a emoção de representar a folia do Carnaval na capital maranhense é inexplicável. Sua missão agora é chamar ludovicenses e visitantes para conhecer e valorizar a folia de São Luís. "Quero mostrar o valor do Carnaval de São Luís. Chamar a população para as ruas. Juntos vamos curtir essa festa democrática, com alegria", diz.
Beleza - Desenvoltura e beleza foram alguns dos requisitos que deram o título de rainha para Rayane Moraes, 19 anos. Ela venceu o concurso que tinha como critérios simpatia, espírito carnavalesco, desembaraço, sociabilidade e facilidade de expressão. Além desses quesitos, o item mais importante, o domínio na arte de sambar.
Ao lado do Rei Momo, a rainha comanda o Carnaval e conquista os foliões. Ela mostra desembaraço e transmite alegria com os movimentos, a coreografia, o sorriso. O corpo é bonito e o rosto, simpático. Rayane Moraes pesa 62 kg e tem bumbum bem empinado, cintura fina, pernas delineadas. O segredo das belas curvas, ela revela que é genético. A moça trabalha como recepcionista e foi a primeira vez que participou do concurso que elegeu a Corte Momesca. Ela não precisou de nenhum preparativo especial para participar da seleção. "Nenhum exercício físico especial. Não tinha experiência com esse tipo de concurso. Parentes e amigos me estimularam", relata.
Rayane Moraes conta que, no trabalho, muitos ficaram surpresos com a participação no concurso. De farda, passando boa parte do expediente sentada, atrás de um balcão, não eram todos que reparavam no corpo escultural. Depois do título, ela ganhou até um fã clube, com camisetas padronizadas e sua imagem estampada. "Homens e mulheres passaram a me admirar. Sou uma rainha de verdade, a Rainha do Carnaval de São Luís", afirma.
Bicampeã - Neste ano, o concurso para a escolha da Corte Momesca tem uma princesa bicampeã. Após receber o título em 2007, a recepcionista Mayara da Silva, 28 anos, foi eleita para o cargo de primeira princesa neste Carnaval. O seu sucesso é fruto de muita dedicação e amor à dança. Ela tem domínio na arte de sambar. O batuque da bateria, as fantasias coloridas, o cenário de confetes e serpentina formam o clima que a inspiram para ser uma representante da folia.
Mayara da Silva gostou tanto de participar da corte que se candidatou novamente. "Eu me inscrevi em cima da hora. Um amigo meu falou para eu tentar de novo. Queria muito participar da corte outra vez. Mas vi o alto nível das candidatas e fiquei até um pouco desanimada. Não imaginava que venceria. Já estava até descalça no camarim, quando veio o resultado", comenta. Mesmo com a rotina puxada - vai aos ensaios, ao trabalho de recepcionista, cuida da casa e da filha de 3 anos -, ela esbanja disposição. E sempre mantendo um sorriso no rosto. A simpatia e a ginga não agradam só a família, mas também o público.
Para manter o corpo bonito, ela afirma que não há nenhuma dieta ou exercício especial. "Como de tudo, não faço dieta, não malho. Sempre fui magra", ressalta. O samba ela aprendeu desde pequena, em festas. "Gosto muito de folia, acho que esse foi o segredo para ser escolhida para participar da corte mais uma vez", alega.
Bailarina profissional - A segunda princesa, Cacau Dorneles, 28 anos, é bailarina profissional há 12 anos. Mas a dança passou a fazer parte de sua vida bem antes. A quarta integrante da Corte tem aulas de balé desde os 5 anos de idade.
O gingado no pé, o balanço dos quadris, os braços majestosos. Dos membros da corte, Cacau Dorneles é uma das que mais se sobressaem no sambar, admitem os colegas e produtores. Empolgada com o som contagiante da bateria, a beldade esbanja simpatia e dança até amanhecer. "Dança é minha vida. É o que amo fazer", afirma.
A fantasia, a faixa de princesa e a coroa ela exibe com muito prazer. Moradora do Monte Castelo, o figurino ela usa até na porta de casa, para os vizinhos apreciarem. "Adoro o brilho da roupa, o salto alto, tudo. Quando desço do carro, todos ficam me olhando. Gosto dessa plateia, de ser querida pela vizinhança. Se pudesse, ficaria vestida assim até para tomar banho, mas não posso, porque a água vai estragar a fantasia", diz.
A segunda princesa já tentou outra carreira profissional. "Já fui recepcionista, mas me tiraram do posto. Não conseguia parar de dançar, nem mesmo no trabalho", conta. Atualmente, trabalha em uma banda. Esta foi a primeira vez que participou da seleção para a escolha da Corte Momesca. A oportunidade só veio este ano, porque estava de férias. "Nunca pude concorrer antes, pois as apresentações da banda me impediam de assumir outros compromissos. Na primeira oportunidade, corri para me inscrever. É com certeza um grande desejo e capricho realizado participar da Corte do Carnaval", comenta.
Mas para brilhar nas festas, é preciso mais do que samba no pé. Experiente, Cacau Dorneles sabe que a dança exige muita força das pernas e dos glúteos. Para preparar o bumbum para a atividade, séries de agachamento. Mudou também a dieta, passando a ingerir menos carboidratos e mais proteína. "É preciso pegar pesado nos exercícios. Mas já estou acostumada. Faço isso o ano inteiro, afinal, sou bailarina profissional", diz.
Saiba mais
Origem do Rei Momo
O Rei Momo é uma figura tradicional do Carnaval. Geralmente, o escolhido é alguém gordinho e extrovertido. No seu reinado, ele recebe a chave da cidade, que simbolicamente governa durante o Carnaval. A origem do personagem não é exata, mas tudo indica que ele seja inspirado em um personagem da Antiguidade clássica. Na mitologia grega, Momo era o deus do sarcasmo e do delírio.
Usando um gorro com guizos e segurando em uma mão uma máscara e na outra uma boneca, ele vivia rindo e tirando sarro dos outros deuses, o que provocou a ira e sua expulsão do Olimpo. No Brasil, a tradição de eleger um Rei Momo durante o Carnaval surgiu no Rio de Janeiro, em 1933. Naquele ano, a coroa foi entregue ao jornalista Morais Cardoso, que ocupou o trono até morrer, em 1948. A novidade fez sucesso e hoje várias cidades brasileiras também escolhem seu Momo.
Carnaval
A palavra Carnaval está ligada à tradição cristã de não comer carne no período que precede a paixão de Cristo. Carnaval deriva do latim carnelevamen (tirar a carne) que, depois, modificou-se para carne, vale (adeus carne). Ela surgiu de um culto em comemoração às colheitas na Antiguidade.
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