'Acabou tudo', diz museólogo após visitar destruído Museu Nacional, no Rio
Incêndio no mais antigo museu do país, que completou 200 anos, durou seis horas
UOL- Lucas Vettorazzo
RIO DE
JANEIRO - A direção do Museu Nacional, atingido neste domingo (2) por
um incêndio, ainda calcula a extensão das
perdas do acervo do local, que abrigava peças raras da
história brasileira e mundial.
O que se sabe até o momento é que o piso do terceiro e segundo andar cederam. Bombeiros trabalhavam na manhã desta segunda (3) no combate a pequenos focos de incêndio, no resfriamento da estrutura do prédio bicentenário e na coleta de artefatos que puderam ser salvos.
Mais cedo, por volta das 10h30 desta segunda, bombeiros saíram do prédio com dois vasos e um brasão, aparentemente da família real brasileira. Policiais Civis fazem uma perícia no local. O diretor do museu, Alexander Kellner, afirmou que pedirá que a Polícia Federal também faça uma perícia no prédio, já que se trata de um imóvel federal.
Mais antigo do país,
o Museu Nacional é subordinado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
e vem passando por dificuldades geradas pelo corte no orçamento para a sua
manutenção. Desde 2014, a instituição não vinha recebendo a verba de R$ 520 mil
anuais que bancam sua manutenção e apresentava sinais visíveis de má
conservação, como pareces descascadas e fios elétricos expostos.
A instituição está
instalada em um palacete imperial e completou 200 anos em junho
—foi fundada por dom João 6º em 1818. Seu acervo, com mais de 20
milhões de itens, tem perfil acadêmico e científico, com coleções focadas em
paleontologia, antropologia e etnologia biológica. Menos de 1%, porém, estava
exposto.
Funcionários do museu
auxiliam no trabalho dos bombeiros, tentando identificar itens para
acondicioná-los em locais que as chamas não alcançaram. Alguns artefatos estão
sendo depositados, por exemplo, na área de um chafariz em um pátio interno do
museu.
O museólogo Marco Aurélio Caldas esteve no interior do prédio nesta manhã e disse que arqueólogos irão trabalhar para identificar possíveis objetos que desabaram junto com o piso do segundo andar e que podem estar sob escombros no assoalho do piso térreo.
De acordo com Caldas, o segundo andar, onde ficava a área de exposição, foi todo destruído.
Questionado se teriam sido salvos, por exemplo, a coleção de múmias egípcias, o fóssil do maior dinossauro de grande porte já montado no Brasil e o fóssil da Luzia, a mais antiga habitante da América Latina, ele fez um sinal de negativo com a cabeça. "Acabou tudo", disse ele, que era um dos poucos funcionários do museu autorizado a entrar junto com os bombeiros nesta manhã.
O museólogo Marco Aurélio Caldas esteve no interior do prédio nesta manhã e disse que arqueólogos irão trabalhar para identificar possíveis objetos que desabaram junto com o piso do segundo andar e que podem estar sob escombros no assoalho do piso térreo.
De acordo com Caldas, o segundo andar, onde ficava a área de exposição, foi todo destruído.
Questionado se teriam sido salvos, por exemplo, a coleção de múmias egípcias, o fóssil do maior dinossauro de grande porte já montado no Brasil e o fóssil da Luzia, a mais antiga habitante da América Latina, ele fez um sinal de negativo com a cabeça. "Acabou tudo", disse ele, que era um dos poucos funcionários do museu autorizado a entrar junto com os bombeiros nesta manhã.
O primeiro meteorito
encontrado no Brasil, chamado Bendegó, exposto na entrada do museu, sobreviveu
às chamas, assim como parte restante da coleção de meteoritos. Segundo um
segurança privado do Museu Nacional que pediu anonimato, o museu não contava
com uma brigada de incêndio 24 horas. Um eletricista ficaria de plantão somente
no horário de funcionamento das exposições.
Um servidor federal que trabalha no setor administrativo e de pessoal do museu, que também pediu que seu nome não fosse revelado, afirmou que o prédio não tem uma planta elétrica, com levantamento detalhado sobre onde passa a fiação do prédio histórico.
A suspeita é que o fogo tenha começado, segundo ele, no segundo andar, na ala direita do prédio que tem o formato de uma letra H. A área seria onde ficam expostos materiais dos indígenas brasileiros. Um cofre com peças de grande valor pode ter sido preservado, segundo esse funcionário. O museu tinha um acervo de 20 milhões de peças, dos quais apenas 1% estava exposta.
A parte da frente do prédio, chamado de palácio imperial, foi a parte mais atingida. Era também a parte aberta a visita do público. A estrutura traseira, onde funcionam as áreas de pesquisa e arquivo, foram menos atingidas, embora a direção não tenha conseguido ainda contabilizar a extensão das perdas.
Estudantes e funcionários do museu fazem protestos nas principais entradas da Quinta da Boa Vista, parque público em São Cristóvão, zona norte, onde o prédio imperial do museu está instalado. Até o momento não há relatos de tumulto. Por volta das 11h, os portões da Quinta foram fechados e só puderam passar funcionários do museu, autoridades e a imprensa.
O diretor do museu fez um apelo ao governo federal para a liberação de recursos para restaurar o prédio, já que não é possível reconstruir acervo, diferentemente do sugerido pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. "Já perdemos parte do acervo. Não podemos mais perder a nossa história", disse o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner.
Um servidor federal que trabalha no setor administrativo e de pessoal do museu, que também pediu que seu nome não fosse revelado, afirmou que o prédio não tem uma planta elétrica, com levantamento detalhado sobre onde passa a fiação do prédio histórico.
A suspeita é que o fogo tenha começado, segundo ele, no segundo andar, na ala direita do prédio que tem o formato de uma letra H. A área seria onde ficam expostos materiais dos indígenas brasileiros. Um cofre com peças de grande valor pode ter sido preservado, segundo esse funcionário. O museu tinha um acervo de 20 milhões de peças, dos quais apenas 1% estava exposta.
A parte da frente do prédio, chamado de palácio imperial, foi a parte mais atingida. Era também a parte aberta a visita do público. A estrutura traseira, onde funcionam as áreas de pesquisa e arquivo, foram menos atingidas, embora a direção não tenha conseguido ainda contabilizar a extensão das perdas.
Estudantes e funcionários do museu fazem protestos nas principais entradas da Quinta da Boa Vista, parque público em São Cristóvão, zona norte, onde o prédio imperial do museu está instalado. Até o momento não há relatos de tumulto. Por volta das 11h, os portões da Quinta foram fechados e só puderam passar funcionários do museu, autoridades e a imprensa.
O diretor do museu fez um apelo ao governo federal para a liberação de recursos para restaurar o prédio, já que não é possível reconstruir acervo, diferentemente do sugerido pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. "Já perdemos parte do acervo. Não podemos mais perder a nossa história", disse o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner.
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