Samba para Gabriel Melônio, no carnaval da Turma do Quinto, em 2016

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Samba para Gabriel Melônio, no carnaval da Turma do Quinto, em 2016

Samba para Gabriel
 EVANDRO JÚNIOR/ DA EQUIPE DE O ESTADO       

Intérprete da Turma do Quinto há quase 40 anos, Gabriel Melônio subirá no carro-alegórico para ser o grande homenageado pela escola de samba da Madre Deus no desfile deste ano; samba vai contar sua trajetória musical e de vida
 EVANDRO JÚNIOR/ DA EQUIPE DE O ESTADO     

Há 39 anos emprestando sua voz para o desfile da escola de samba Turma do Quinto, desta vez o cantor Gabriel Melônio viverá uma experiência inédita. Festejado em uníssono pela comunidade, ele será o homenageado do desfile deste ano, com o samba-enredo “O Anjo Gabriel”, de autoria dos compositores Luís Henrique Bulcão, Inácio Pinheiro e José Pereira Godão.

Fiel à agremiação desde 1977, o intérprete já deu diversas demonstrações da emoção que lhe invade o peito. Como para ele a Turma do Quinto é quase uma “entidade”, ser o personagem principal de seu desfile é uma situação que o deixa sem palavras. Aos 67 anos, seus olhos brilham todas as vezes que ele fala sobre o assunto. E com razão. Além do fato de ser um apaixonado pela cultura maranhense, foi a Turma do Quinto a responsável pela projeção do radialista como uma das vozes de destaque do Carnaval local. Com ele, a agremiação viveu tempos áureos, todos marcados por vitórias seqüenciadas em concursos de passarela. A estreia foi com o enredo “A lenda de uma mulher maranhense: Ana Jansen”, nos idos de 1977, quando o cortejo ainda era realizado na Rua do Passeio e a passarela do samba montada na Praça Deodoro.
Morador desde criança na residência de número 993 da Rua do Passeio, o maranhense natural de Anajatuba cresceu presenciando as grandes festas de Momo e vendo os fofões assustarem as crianças em sua porta. “Aquilo para mim era um grande baile a céu aberto. Eu acompanhei os momentos mais marcantes do nosso Carnaval, sempre levado pelas mãos do meu pai, pois as minhas raízes sempre estiveram ligadas às festas populares”, recorda.
Gabriel foi para a Azul e Branco depois que deixou o microfone do bloco URTA (Unidos do Regional Tocado a Álcool). Era uma charanga animada que desfilava pelas ruas nas altas horas da madrugada, geralmente debaixo de chuva. Mas nem as forças da natureza tiravam o ânimo do intérprete que, posteriormente, dedicaria uma vida inteira a sua escola de samba do coração. São diversas as histórias e muitas revelam o compromisso de um dos filhos mais ilustres da Turma do Quinto. No desfile de 1985, por exemplo, quando o público entoou “Poema sujo” (samba de César Teixeira), um dos mais belos do portfólio da agremiação, nem mesmo a seqüência de choques tomados ao microfone atrapalhou o desempenho musical de Melônio. Foi um desfile que ocorreu debaixo de chuva torrencial.
“Foi emocionante, mas mesmo ensopado, eu estava lá, firme e forte. A minha responsabilidade era muito grande, como sempre foi. Eu precisava esquecer que estava tomando repetidos choques nos lábios, enquanto a escola era ovacionada pelo público, que testemunhava um dos desfiles mais lindos que já vi”, emociona-se.
Convocação
Na concentração desde que recebeu a notícia de que será o homenageado, Gabriel Melônio convocou os amigos e toda a família para lhe acompanhar no Anel Viário e dividir com ele o que deverá ser “um Carnaval de lágrimas de felicidades”. Na linha de frente estarão a esposa Vera Lúcia, as filhas Gabriela e Isabela, e os irmãos João, Nair, Maria José e Vera. Ele brinca dizendo que até os netos (filhos de Gabriela) irão para a avenida, referindo-se a seu xará Gabriel (7 anos) e Maria Clara (11 meses). Tudo indica que Gabriel desfilará sobre um carro-alegórico, algo completamente inusitado em sua relação de décadas com a folia. “Sempre estive no chão, com o povo, cantando perto das pessoas. Será realmente o Carnaval mais diferente da minha vida”, afirma.
Nos bastidores do desfile, cogita-se a participação de Gabriel nos vocais no início da apresentação, ao lado dos puxadores Inácio Pinheiro (cunhado do homenageado), Roberto Ricci, Franklin Hudson, Lucas Neto e Alessandra (Loba). Há informações extra-oficiais de que a diretoria da escola pensa em presentear o público com a voz do próprio fazendo a saudação e chamando a agremiação para sua histórica passagem pelo sambódromo. “No entanto, ainda não sei de nada sobre isso oficialmente. Eu apenas especulo, pois eles que decidirão tudo”, diz.
Maturidade
De jeito sereno e voz afinada, Gabriel Melônio é um morador querido na Madre Deus. Seus cabelos brancos revelam um artista com maturidade e elogiado aporte musical. Apaixonado por Elis Regina, gosta de homenageá-la todos os anos em shows exclusivos, onde exalta a obra da cantora gaúcha. Nos shows que protagoniza, interpreta principalmente seus conterrâneos e parceiros de palco. Pai atencioso, ele é assim também com os amigos e apreciadores do seu talento. É muito comum esbarrar com o artista andando pelo bairro ou assistindo à missa na Igreja de São Pantaleão, hábito que revela o seu lado devoto.
Cantor profissional há mais de 50 anos, Gabriel Melônio iniciou sua carreira ainda pequeno, ao participar de um concurso na Rádio Ribamar, em meados da década de 1950. Nos anos de 1970, integrou o URTA e, em seguida, foi convidado para a Turma do Quinto, estreitando sua relação com a escola de samba da qua jamais se desprenderia.



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