Superfaturamento das despesas com o amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008, em Brasília.
Em amistoso, hotel custa quase o dobro
CBF Polícia do DF vê superfaturamento nos gastos de empresa de amigo de Teixeira em jogo do Brasil de 2008
ELVIRA LOBATO
DO RIO
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
A Polícia Civil do Distrito Federal tem indícios de superfaturamento em gastos do amistoso entre Brasil e Portugal ocorrido em novembro de 2008 e que inaugurou o estádio de futebol Bezerrão.
A partida custou R$ 9 milhões e foi paga pelo então governador José Roberto Arruda à empresa Ailanto Mar- keting, contratada sem licitação para organizar o jogo.
A Ailanto é de Sandro Rosell, presidente do Barcelona, amigo do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e sócio de sua mulher em uma empresa do Rio de Janeiro.
Na ocasião, os direitos de amistosos da seleção brasileira pertenciam a uma empresa chamada ISEC.
Para o jogo no Bezerrão, ela cedeu os direitos à Bonus Sports Marketing que, por sua vez, repassou para a Ailanto. Tanto a Bonus quanto a Ailanto eram de Rosell.
A Decap (Divisão Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública) da Polícia Civil -que conduz a investigação- suspeita de superfaturamento em diárias de hotel e no transporte.
A Ailanto informou ter gastado R$ 141 mil para pagar a hospedagem de 40 integrantes da delegação portuguesa no Hotel Kubitschek, onde uma diária em quarto standard teria custado R$ 484.
Para a polícia, o valor teria sido superfaturado. O preço atual da diária do mesmo quarto para grupos, informado pelo hotel, é R$ 292.
Nas diárias da delegação brasileira, no Hotel Alvorada, a Ailanto disse ter pagado R$ 151,2 mil. A diária declarada do apartamento standard foi de R$ 504 e hoje custa R$ 310.
No transporte aéreo, a Ailanto disse ter gastado R$ 1,2 milhão para fretar o avião que transportou a seleção portuguesa. O comprovante de pagamento, obtido pela Folha, diz que o valor foi R$ 650 mil.
A polícia também vê inconsistência no gasto em passagens para a CBF. O valor declarado (R$ 900 mil) não passaria de R$ 250 mil.
Além da falta de comprovantes das despesas feitas pela Ailanto, a polícia também quer saber por que nem todas as despesas foram pagas.
Vários gastos, como conservação do gramado, contratação de seguranças no estádio e transporte da arbitragem foram pagos pela Federação Brasiliense de Futebol com parte da bilheteria, que rendeu R$ 1,39 milhão. Esses gastos deveriam ter sido arcados pela Ailanto.
APREENSÃO
Em busca de provas, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão no apartamento de Vanessa Precht, no Rio de Janeiro, há cerca de uma semana. Ela é secretária de Rosell, sócia na Ailanto, e coordenou a organização do amistoso. Seu apartamento constava como sede da empresa, em 2008.
Além da inconsistência dos valores declarados, a polícia também duvida da autenticidade do documento apresentado pela Ailanto que atestou sua capacidade técnica para realizar a partida.
A empresa iniciou suas atividades cinco meses antes da realização do amistoso e entregou ao governo do DF carta da Bonus Sports Marketing, que também pertencia a Rosell, garantindo que a Ailanto já organizara eventos esportivos na Europa.
A abertura do inquérito pela Polícia Civil ocorreu em julho de 2010, após perícia do Tribunal de Contas do DF.
CBF Polícia do DF vê superfaturamento nos gastos de empresa de amigo de Teixeira em jogo do Brasil de 2008
ELVIRA LOBATO
DO RIO
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
A Polícia Civil do Distrito Federal tem indícios de superfaturamento em gastos do amistoso entre Brasil e Portugal ocorrido em novembro de 2008 e que inaugurou o estádio de futebol Bezerrão.
A partida custou R$ 9 milhões e foi paga pelo então governador José Roberto Arruda à empresa Ailanto Mar- keting, contratada sem licitação para organizar o jogo.
A Ailanto é de Sandro Rosell, presidente do Barcelona, amigo do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e sócio de sua mulher em uma empresa do Rio de Janeiro.
Na ocasião, os direitos de amistosos da seleção brasileira pertenciam a uma empresa chamada ISEC.
Para o jogo no Bezerrão, ela cedeu os direitos à Bonus Sports Marketing que, por sua vez, repassou para a Ailanto. Tanto a Bonus quanto a Ailanto eram de Rosell.
A Decap (Divisão Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública) da Polícia Civil -que conduz a investigação- suspeita de superfaturamento em diárias de hotel e no transporte.
A Ailanto informou ter gastado R$ 141 mil para pagar a hospedagem de 40 integrantes da delegação portuguesa no Hotel Kubitschek, onde uma diária em quarto standard teria custado R$ 484.
Para a polícia, o valor teria sido superfaturado. O preço atual da diária do mesmo quarto para grupos, informado pelo hotel, é R$ 292.
Nas diárias da delegação brasileira, no Hotel Alvorada, a Ailanto disse ter pagado R$ 151,2 mil. A diária declarada do apartamento standard foi de R$ 504 e hoje custa R$ 310.
No transporte aéreo, a Ailanto disse ter gastado R$ 1,2 milhão para fretar o avião que transportou a seleção portuguesa. O comprovante de pagamento, obtido pela Folha, diz que o valor foi R$ 650 mil.
A polícia também vê inconsistência no gasto em passagens para a CBF. O valor declarado (R$ 900 mil) não passaria de R$ 250 mil.
Além da falta de comprovantes das despesas feitas pela Ailanto, a polícia também quer saber por que nem todas as despesas foram pagas.
Vários gastos, como conservação do gramado, contratação de seguranças no estádio e transporte da arbitragem foram pagos pela Federação Brasiliense de Futebol com parte da bilheteria, que rendeu R$ 1,39 milhão. Esses gastos deveriam ter sido arcados pela Ailanto.
APREENSÃO
Em busca de provas, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão no apartamento de Vanessa Precht, no Rio de Janeiro, há cerca de uma semana. Ela é secretária de Rosell, sócia na Ailanto, e coordenou a organização do amistoso. Seu apartamento constava como sede da empresa, em 2008.
Além da inconsistência dos valores declarados, a polícia também duvida da autenticidade do documento apresentado pela Ailanto que atestou sua capacidade técnica para realizar a partida.
A empresa iniciou suas atividades cinco meses antes da realização do amistoso e entregou ao governo do DF carta da Bonus Sports Marketing, que também pertencia a Rosell, garantindo que a Ailanto já organizara eventos esportivos na Europa.
A abertura do inquérito pela Polícia Civil ocorreu em julho de 2010, após perícia do Tribunal de Contas do DF.
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