Umbanda é considerada patrimônio cultural imaterial do Rio
Terreiros
onde é praticada a religião de matriz africana serão cadastrados pela
prefeitura
O prefeito Eduardo Paes publicou nesta
terça-feira, no Diário Oficial do Município, um decreto tornando a Umbada como
patrimônio cultural de natureza imaterial do Rio. Conforme Ancelmo Gois
informou em sua coluna, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade
(IRPH) fará o cadastro dos terreiros.
A Tenda Espírita Vovó Maria Conga de
Aruanda, no Estácio, é o primeiro já cadastrado.
- Desde 2009, o Instituto Rio
Patrimônio da Humanidade tem feito um trabalho para valorizar a cultura
africana, tão presente na História do Rio. Recebemos um pedido para avaliar a
importância cultural deste terreiro. Fomos a campo e vimos a necessidade de ampliar
este reconhecimento para a religião. Esta chancela destaca a expressão cultural
do sincretismo religioso. Os terreiros são referências dentro dos bairros
cariocas e valorizam a cultural de cada local - explica Washington Fajardo,
presidente do IRPH.
O reconhecimento foi realizado pela
necessidade de políticas públicas de respeito à diversidade religiosa, além de
lembrar a importância de reflexões sobre as religiões de matriz africanas. Tão
celebradas no Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança
Africana, as religiões de origem africana também são valorizadas no Cais do
Valongo, redescoberto e aberto à exposição pública em 2012 na Região Portuária.
- Esta valorização da Umbanda abrirá
uma linha de trabalho e pesquisa para aumentar o cadastro dos locais onde a
religião é praticada. Com estes estudos, será possível ampliar o leque de
conhecimento desta manifestação e seu impacto na formação da identidade
cultural do carioca - Washington Fajardo, presidente do IRPH.
BOSSA NOVA E ESCOLAS DE SAMBA
Com a inclusão da Umbanda, a cidade
conta com 54 bens imateriais chancelados pelo município. A listagem inclui a
Bossa Nova, as escolas de samba, os blocos de carnaval Cordão da Bola Preta e
Cacique de Ramos, a obra literária de Machado de Assis, o Centro Luiz Gonzaga
de Tradições Nordestinas, os vendedores de mate e biscoitos de polvilho das
praias cariocas, as festas de Iemanjá, diversos bares tradicionais da cidade, a
tradicional procissão de São Sebastião, a Bênção dos Barbadinhos, as marchinhas
do carnaval, o frescobol, entre outros.
De acordo com a Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), são considerados
patrimônio imaterial práticas, representações, expressões, conhecimentos e
técnicas que as comunidades, grupos e indivíduos reconhecem como parte
integrante de seu patrimônio cultural.
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