“Enfrentamos os problemas, planejamos e conseguimos reorganizar o Legislativo Municipal”, diz Astro de Ogum
CARLA LIMA - Jornal O Estado Maranhão
Presidente da Câmara
Municipal de São Luís, em entrevista a O Estado, falou sobre os avanços em sua
gestão e também sobre a eleição para mesa diretora da próxima legislatura
Eleito para o quinto
mandato consecutivo, o vereador Astro de Ogum (PR), é o atual presidente da
Câmara Municipal de São Luís e deverá continuar no comando da Casa quando tiver
início da próxima legislatura em fevereiro de 2017.
Em entrevista
exclusiva a O Estado, o presidente falou sobre temas polêmicos como a
realização do concurso público após os mais de três séculos de existência do
Legislativo Municipal, afirmou que a crise financeira foi contornada na Casa e
que problemas como a aposentadoria de servidores estão sendo sanados.
Sobre a eleição para a
mesa diretora, Astro de Ogum garante que não há definição fechada a seu favor e
nega que tenha o apoio do prefeito Edivaldo Holanda Júnior para continuar a
presidir a Casa.
O Estado: O senhor completará até o fim de janeiro o seu mandato
de presidente da Câmara. O que destacar?
Astro de Ogum: Todo
gestor tem desafios e levando em consideração a situação que passa pelo país,
os desafios são maiores. Mas digo que a gente conseguiu sanear as finanças da
Câmara Municipal de São Luís. Digo com muito orgulho, após quase dois anos
presidindo a Casa, não há débitos com fornecedores. Não devemos uma caixa de
fósforo a fornecedores. Enfrentamos os problemas, planejamos e conseguimos reorganizar
o Legislativo Municipal. O que passou o prefeito Edivaldo Holanda Júnior ao
assumir a Prefeitura, nós passamos quando assumimos a Câmara só que em
proporções menores, claro, mas com cautela, planejamento e dedicação resolvemos
muitos problemas da Casa.
O Estado: Um dos compromissos assumidos pelo senhor quando eleito
presidente da Câmara foi a realização de um concurso público. O que aconteceu
para esse compromisso nunca ter saído do papel?
O concurso público
será uma realidade. Temos essa meta a ser alcançada. Ainda não foi possível ser
feito porque estávamos organizando a Casa. Definindo funções, verificando
situação de servidores, trabalhando questões salariais, aposentadorias. Tudo
para definir número de vagas do concurso, funções e, então, lançar o edital. E
com isso, posso garantir que o concurso já está bem próximo de acontecer.
O Estado: E quanto a Justiça, que determinou a realização do
concurso, não cobrou a realização do certame?
Sabemos que há uma
decisão judicial determinando a realização do concurso, mas não se pode fazer
algo desse tipo sem ter a organização devida. É fácil perceber que não se pode
fazer um concurso sem a devida organização. Já organizamos a Casa e agora vamos
fazer esse concurso.
O Estado: O senhor garantiu que a Câmara não passa por
dificuldades financeiras mesmo em um momento de crise. Mas há questões quanto
ao INSS. Essas foram sanadas também?
A nossa dificuldade
hoje não é financeira. Nosso problema maior é a questão do INSS. Esse impasse
vem de muitos anos e ainda estamos trabalhando para resolver todos os problemas
no que se refere a aposentadoria. Também estamos sanando problemas relacionados
com o Ipam. Nem todas as situações foram resolvidas, mas já conseguimos
avançar. E vamos continuar trabalhando para resolver porque sabemos que uma das
maiores preocupações de um trabalhador é com sua aposentadoria.
O Estado: O senhor disputará a presidência da Câmara em 2017 com o
apoio do prefeito Edivaldo Holanda Júnior?
Eu não posso dizer
nesse momento que o prefeito se pronunciou [sobre apoio para presidência da
Câmara] porque isso não ocorreu. O que temos é um grupo e que estamos
conversando e tentando criar uma conjuntura para ver o que acontece. Mas não
tenho garantia de nada. A única certeza que tenho é que consegui a reeleição
por decisão do povo e com a ajuda de Deus que me permitiu a chegar no quinto
mandato consecutivo.
O Estado: Há uma vontade sua de continuar a presidir a Câmara? O
que lhe habilita a querer o comando da Casa por mais dois anos?
Não me sinto à vontade
para falar se mereço ou não continuar a presidir a Câmara de São Luís. Isso é
uma avaliação que pode ser feita pelos funcionários da Casa, pela imprensa e
pelos vereadores, que são os que escolhem os membros da mesa diretora. Agora o
que vejo é muito especulação, que na minha interpretação, é uma forma de
desgastar a minha imagem. Já divulgaram de forma equivocada que eu serei o
secretário de Cultura do município e se não for, eu indicarei. Tudo especulação
sem qualquer fundo de verdade. Quero dizer que Deus é quem conduz o meu
destino.
O Estado: Mas há uma vontade sua de continuar a presidir a Câmara?
A gente começou um
trabalho e já estamos com um ano e dez meses. Digo que não temos hoje
dificuldades financeiras tanto que já temos caixa para pagar o mês de dezembro
e também a possibilidade de abono. Vamos consultar o Ministério Público e
verificar se isso é possível. Se for, vamos pela primeira vez, pagar abono para
servidores. Falo isso para demonstrar que temos um compromisso sério de
administrar a Câmara. Mas o futuro a Deus pertence.
O Estado: Essa legislatura ainda não terminou e até o fim do ano
os vereadores devem ficar envolvidos com a votação do Orçamento. Tem previsão
para entrar em pauta? A Prefeitura pode ter dificuldades em aprovar a proposta?
Eu espero que haja um
entendimento e que o orçamento seja votado sem problemas. Sem grandes
dificuldades. Sabemos que temos a oposição, mas acredito que não deva haver
tantos conflitos porque esse projeto é de interesse da sociedade.
O Estado: E para a próxima Legislatura, o senhor, que faz parte da
base do prefeito, acredita que Edivaldo Júnior terá maioria na Casa?
Tivemos 48% de
renovação e, por isso, digo que o Poder Executivo deve abrir o canal de diálogo
para fazer uma base forte que possa contribuir com a Prefeitura nesses próximos
quatro anos. Acredito que a base deva ser de pelo menos 22 vereadores já que
essa foi a quantidade de parlamentares que estavam com o prefeito Edivaldo
nesse segundo turno. Mas governabilidade passa por apoios e esses são
conseguidos com diálogo.
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