O escritor José Louzeiro celebra nesta segunda-feira, 84 anos de vida em uma trajetória de luta, jornalismo literatura e cinema

Com um currículo que
inclui passagens por grandes jornais do país, com uma presença marcante no
jornalismo policial, autor de mais de 40 obras literárias, em diversos gêneros
literários, além do desenvolvimento de roteiros de importantes filmes do cinema
nacional, o escritor maranhense José Louzeiro escolheu a proximidade do
aniversário de 84 anos, que será nesta segunda-feira, 19, para relembrar um
pouco de São Luís, cidade que nasceu e viveu até o início da juventude, época
que teve que se mudar para o Rio de Janeiro, após fazer uma reportagem polêmica
e ser perseguido politicamente por Vitorino Freire.
Em São Luís, o garoto
peralta, que gostava de brincar na rua, após incentivos de professores, como é
o caso de Maria Freitas e Luís Rêgo, pegou gosto pela literatura e pelo
jornalismo policial, sua primeira vocação. Depois do jornalista, veio suas
facetas como escritor e como roteirista, que o fizeram conhecido nacionalmente,
com destaque para os roteiros de “Pixote- A Lei do Mais Fraco” e “Lúcio Flávio
– O Passageiro da Agonia”, adaptações de obras literárias para o cinema e que
ganharam projeção com a direção do argentino Hector Babenco.
Neste texto, enviado
especialmente por ele a O Estado, ele fala sobre suas recordações de São Luís,
família e sobre amores da sua vida.
Meus 84 anos, bem
vividos, bem-queridos
José
Louzeiro
Especial
para o Alternativo
Nessa época toda tenho
uma queixa a fazer. Vivi o tempo todo numa Cidade Maravilhosa, longe de minha
querida São Luís, do bairro da Camboa, longe da fábrica onde meu pai Aproniano,
que era pedreiro, ganhou um salário para conservar o prédio, evitando problemas
durante os pesados invernos que se abatiam sobre São Luís, e, dessa forma,
sustentar a família e seus filhos, onde se destacava Zezico, que era eu.
Eu era um garoto peralta,
empinador de papagaios no bairro da Camboa, que tinha esse nome por causa da
fábrica que empregava especialmente mulheres no setor de fiação.
Fui muito protegido pelo
professor Luís Rego, que era extremamente tolerante com os pagamentos das
mensalidades que, nem sempre, meu pai podia enfrentar.
Jovem de poucas
namoradas, não cheguei a me apaixonar por nenhuma delas. Vieram os filhos. A
primeira foi Luciane, seguida por José, Valdivia e André. Em momentos
estratégicos, mudei do Rio de Janeiro para Brasília e depois para São Paulo,
sempre no jornalismo.
Meu “maior feito” foi me
encontrar e me apaixonar pela baiana Ednalva Tavares, com a qual vivo até hoje
e nem pretendo mudar de mão.
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