O premiado cineasta pernambucano Marcelo Pedroso estará em São Luís nessa semana para ministrar o curso de direção de documentários que acontece de hoje a domingo no IFMA, do Centro Histórico
Autor de filmes
considerados referências no atual cinema brasileiro, o cineasta pernambucano
Marcelo Pedroso participa essa semana de uma atividade de cinema em São Luís.
Ele vai ministrar o Curso de Direção de Documentário, no IFMA Campus Centro
Histórico. O curso, com aulas até o dia 22, está com inscrições encerradas e
propõe uma espécie de panorama das possibilidades do documentário, revisitando
algumas de suas transformações históricas.
Promovido
pelo Centro Audiovisual do Norte-Nordeste, ligado à Fundação Joaquim Nabuco, o
curso já foi realizado em dezenas de capitais e cidades das duas regiões e o
cineasta Marcelo Pedroso já ministrou módulos similares em Aracaju, Porto
Velho, Boa Vista, palmas, Garanhuns, Afogados da Ingazeira e Triunfo, entre
outras.
Para Pedroso, o
grande problema do documentário, seja político e, consequentemente, ético, não
se trata de saber contar uma história por meio da linguagem cinematográfica,
mas de perceber o tipo de agenciamento que é favorecido nas relações fílmicas,
assim como suas conseqüências para a vida em comunidade. “Dirigir um
documentário significa empreender um tipo específico de mediação com as pessoas
e o mundo. E isso passa necessariamente por uma reflexão do ou da
documentarista sobre seu papel e sua participação na sociedade”, destaca.
Um
documentário ou qualquer filme pode ser feito por um celular que custou R$ 150,
00 ou uma câmera que custou U$150 mil. Uma coisa não é necessariamente melhor
ou pior do que outra. “Assim como filmar com um orçamento de um milhão de reais
não garante em nada que o filme será melhor que uma produção que foi feita com
o dinheiro arrecadado por uma rifa ou a mesada que um grupo de adolescentes
ganhou dos pais e mães”.
O
cinema tem implodido progressivamente as determinações técnicas que credenciam
um filme como bom ou ruim. Um dos melhores documentários brasileiros do ano
passado chama-se “Todas as trans finíssimas fumando maconha”, na opinião do
cineasta, e este foi feito com um celular por um grupo de mulheres que não tem,
em princípio, qualquer formação ou domínio formal da linguagem cinematográfica.
O grande avanço tecnológico nessa área diz respeito às câmeras DSLR, que filmam
com sensores análogos aos de câmeras de cinema. São equipamentos relativamente
baratos e que tem favorecido uma ampla democratização dos meios de produção.
Currículo
Atuando
como diretor de cinema desde 2005, Marcelo Pedroso, que também é jornalista,
teve trabalhos premiados em importantes festivais brasileiros, como a “Mostra
Internacional de São Paulo”, o “CineEsquemaNovo” (RS) e a “Mostra do Filme
Livre” (RJ). Entre seus trabalhos em longa-metragem, estão Pacific (2009) e
KFZ-1348 (2007), tendo também realizado curtas como “Corpo Presente” (2011) e
“Aeroporto” (2010). Pedroso também participa de diversos projetos pedagógicos,
sendo membro do conselho do Vídeo nas Aldeias, com destacada atuação em
formação audiovisual para comunidades indígenas, e realizando oficinas e cursos
de cinema em diversas instituições e faculdades pelo Brasil.
Entre
seus longas-metragens, um lançado em 2009 chama-se “Pacific”, feito usando
apenas imagens amadoras de turistas em um cruzeiro. Entre seus
curtas-metragens, há “Câmara Escura”, que debate um pouco a questão do medo,
violência e vigilância na metrópole. Pedro é co-fundador da Símio Filmes,
produtora de cinema em Pernambuco. Mestre em cinema pela Universidade Federal
de Pernambuco e doutorando na mesma instituição com pesquisa sobre documentário
contemporâneo, atua também como educador dando cursos e oficinas em diversas
regiões do país.
Filmografia
KFZ-1348
(co-direção de Gabriel Mascaro, 2008, 81 min, documentário, 35mm)
Balsa
(2009, 46 min, documentário, HD)
Pacific
(2009, 71 min, documentário, HD)
Aeroporto
(2010, 18 min, documentário, HD)
Corpo
Presente (2011, 22 min, ficção, 35mm)
Câmara
escura (2012, 23 min, documentário, 35mm)
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