Etnografia de terreiro de Mina em publicação

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Etnografia de terreiro de Mina em publicação

Pai Airton  Gouveia em  ritual no Terreiro Ilê Ashé Ogum Sogbô, no bairro Liberdade
Livro “Ilê Ashé Ogum Sogbô: etnografia de um terreiro de Mina em São Luís do Maranhão”, do professor Gerson Lindoso, ressalta a importância das marcas rituais do Tambor de Mina da Casa do Pai Airton Gouveia
O professor de Língua Portuguesa e Inglesa, Gerson Lindoso, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhã (IFMA) Campus São Luís -Centro Histórico, que desde as graduações em Jornalismo e Letras, e o mestrado em Ciências Sociais na Universidade Federal do Maranhão, tem desenvolvido pesquisas antropológicas, como a que culminou, no livro “Ilê Ashé Ogum Sogbô: etnografia de um terreiro de Mina em São Luís do Maranhão”, com os selos das editoras Café e Lápis e Edufma.

Ele é um dos coordenadores do projeto de pesquisa “Religiões afro e festas populares no Maranhão”, que tem o Tambor de Mina como foco principal, mas também trata de algumas manifestações folclóricas como o bumba meu boi de encantado, o tambor de crioula para os pretos-velhos e os blocos afro. É desenvolvido por meio do Grupo de Estudos Afro-Brasileiros e Culturais (Geabrac), coordenado também pela antropóloga e professora do IFMA, Christiane Mota.
O livro teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), por meio do Edital do Programa de Apoio à Publicação de Livros, Coletâneas e Catálogos (APUB) e é resultado da dissertação de mestrado do professor que pesquisa o tema desde as graduações em Jornalismo e Letras.
Estudo
No livro ele apresenta um estudo antropológico sobre as religiões afro-brasileiras na atualidade, analisando, por meio da etnografia, o contexto afro-religioso local, sua diversidade, pluralismos e peculiaridades desenvolvendo um diálogo em torno da importância das marcas identitárias específicas do modelo ritual de Tambor de Mina da Casa do Pai Airton Gouveia, o Ilê Ashé Ogum Sogbô, terreiro localizado no bairro da Liberdade em São Luís. O estudo teve como problemática desvelar os significados atribuídos ao paramento afro-religioso (as vestimentas especiais dos orixás/voduns) desse espaço religioso.
Um dos passos iniciais da pesquisa foi mapear as pessoas que seriam procuradas para fornecer os dados necessários para a viabilização do estudo, visto que a temática central havia sido definida ainda na faculdade. “Escolhemos trabalhar com o Terreiro de Iemanjá, do finado pai Jorge Itaci na Fé em Deus, para pesquisarmos as razões da popularidade desse líder religioso. Selecionamos seguidamente, ainda, a Casa de Ogum e Sogbô de pai Airton, na Liberdade”, diz o pesquisador, acrescentando que as escolhas aconteceram, também, pelos espaços religiosos ainda não se configurarem como objetos de estudo por muitos pesquisadores.

Método
Gerson Lindoso conta que adotou o método da observação participante, ferramenta importante de sua etnografia. “A etnografia não é uma técnica ou simplesmente um método em que o pesquisador só observa ou faz mero uso de entrevistas. O seu objetivo principal é a captação das significações e das experiências subjetivas extensas no processo de interação social”, explica.

“Foi uma maneira que encontrei de manter uma relação mais prolongada com o objeto de estudo, para coletar os dados, adquirir novas experiências, construir e desconstruir visões de mundo”, observa Gerson Lindoso.
Segundo o professor, os resultados alcançados pela sua pesquisa, de modo geral, tem sido positivos. “A própria publicação da dissertação, com apoio da Fapema, já é considerada como uma conquista. Mas devemos destacar, ainda, o interesse que sempre devemos despertar pelo tema, tanto em estudantes, no ambiente escolar, quanto em pesquisadores de outros campos e entendemos que esse é um passo importante no sentido de mostrar a diversidade cultural e religiosa e combater o preconceito e a intolerância”, afirma Lindoso.


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