Poeta Ferreira Gullar diz nutrir uma enorme simpatia pelo Sampaio Corrêa, time pelo qual jogou nas categorias de base.

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Poeta Ferreira Gullar diz nutrir uma enorme simpatia pelo Sampaio Corrêa, time pelo qual jogou nas categorias de base.

Raízes tricolores



Marcio Henrique Sales
Da editoria de Esportes
20/03/2015 00h00
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Ferreira Gullar foi eleito membro da ABL

Cidadão do mundo, sempre divulgando seus livros já traduzidos para diversos idiomas, o poeta Ferreira Gullar, um dos mais importantes do Brasil, se junta à massa tricolor de São Luís quando o assunto é futebol maranhense. Em entrevista a O Estado, Gullar, vascaíno assumido, diz nutrir uma enorme simpatia pelo Sampaio Corrêa, time pelo qual jogou nas categorias de base e que foi uma das maiores paixões de seu pai, que foi atacante do clube.
Conhecido pela genialidade de suas obras literárias, Ferreira Gullar disse ser um dos mais ilustres torcedores do Vasco da Gama, mas o poeta, sempre um dos orgulhos do maranhense, revelou que o Sampaio é um de seus amores imortais. “Meu pai [Newton Ferreira] foi jogador do Sampaio Corrêa. Por ter jogado nas categorias de base do clube, certamente torceria pelo time se morasse no Maranhão, pois daqui [Rio de Janeiro] não consigo acompanhá-lo. Por gostar muito de São Luís e das coisas do meu estado, me considero, de certa forma, torcedor à distância do Sampaio”, explicou.

Sempre atento às coisas que envolvem o Maranhão, Ferreira Gullar disse ter ficado muito feliz ao ver uma partida do Tricolor maranhense pela televisão. “Não sou muito de frequentar estádio. Vejo futebol mais pela TV, quando tem jogo da Seleção Brasileira ou do Vasco, mas fiquei muito feliz ao ver, outro dia, uma partida do Sampaio. Fico muito entusiasmado toda vez que algo da minha terra tem destaque. Infelizmente, não viajo mais de avião e faz muito tempo que não visito a minha São Luís. No ano passado, meu irmão foi até lá e me disse que a cidade está muito mal cuidada, com as ruas cheias de buracos. Gostaria que as autoridades cuidassem melhor de São Luís, porque ela é uma cidade muito bonita, com casarões e azulejos, além de ser uma cidade histórica”, espera.
Canhoteiro – Quando criança, o autor de Poema Sujo, uma de suas principais obras, se sujou muito em um campinho de areia perto do Mercado Grande, jogando com nada menos que outro ilustre maranhense: Canhoteiro, para muitos um Garrincha pelo lado esquerdo, ídolo do São Paulo (SP). “O pai dele tinha uma venda de mingau perto do Mercado Grande e o meu pai tinha uma quitanda lá. Como tinha um campinho perto, jogamos muitas peladas. Na época, ele tinha 8 ou 10 anos e, com uma bola de borracha, já mostrava que seria um grande craque de futebol. Ele era muito habilidoso e, com certeza, jogava bem melhor que eu”, comentou.
Desde criança, Gullar, atual ocupante da cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL), dividia o tempo com os estudos, principalmente literários, e as peladas. Foi ainda na infância que começou a torcer pelo Vasco da Gama, por meio de outra paixão de menino, o futebol de botão. Em 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro para dar seguimento aos estudos e teve a oportunidade de acompanhar, das arquibancadas do Maracanã, o auge do mágico Expresso da Vitória que dominou o futebol carioca.
Nascido há 84 anos em São Luís, com o nome de José Ribamar Ferreira, Ferreira Gullar tem mais de 15 livros de poesia publicados, vários ensaios, antologias e trabalhos em jornal e televisão. Neto de português e filho de Alzira Goulart e Newton Ferreira, a paixão pelo futebol nasceu por influência do pai, centroavante da Seleção Maranhense e do Sampaio Corrêa, que o levava para ver jogos no extinto estádio Santa
Izabel, o maior da época, no Canto da Fabril, onde, hoje, está localizado o prédio do Ministério da Fazenda. Nessa época, Gullar jogou nas categorias de base do Tricolor, mas acabou adotando o Vasco da Gama como time do coração.


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