Jornalistas José Louzeiro e André Di Ceni lançarão, ainda este ano, o livro Mutirão

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Jornalistas José Louzeiro e André Di Ceni lançarão, ainda este ano, o livro Mutirão


Aos 82 anos, com fôlego para encarar muitos desafios, o escritor e roteirista maranhense José Louzeiro se prepara para mais um acontecimento marcante em sua vida. É que, até o fim do ano, ele lançará o livro Mutirão Carcerário, que retratará as deformidades do sistema carcerário brasileiro com base em depoimentos de ex-apenados reintegrados à sociedade por meio do programa Começar de Novo, desenvolvido pelo Conselho Nacional de Jusiça. A obra é assinada também pelo jornalista André Di Ceni e ainda não tem previsão de lançamento. Os autores escreveram o livro com a ajuda do juiz federal Ney Bello.

A obra retratará metodologias de trabalho empregadas nos mutirões carcerários no país, a opinião de seus agentes e a ressocialização.

Para Louzeiro, o livro é um marco em sua carreira literária, que reforça uma vida dedicada ao jornalismo investigativo. Segundo ele, Mutirão Carcerário , o livro falará ainda do sistema carcerário como um todo, em uma pesquisa densa.
“André Di Ceni, meu parceiro nesta obra, percorreu os estados e visitou os presídios de Norte a Sul, trazendo muitas histórias absurdas que ocorrem dentro do cárcere. Em algumas penitenciárias, os diretores tentaram maquiar a realidade, até exigindo que os detentos mentissem para não revelar o que acontece. O lado bom foi que nem tudo está perdido”, disse Louzeiro, que é autor de livros como Aracelli, Meu Amor, Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia e Pixote- Infância dos Mortos, que serviu de argumento para o filme Pixote - A Lei do Mais Fraco, do cineasta argentino Hector Babenco.
O projeto do livro Mutirão Carcerário foi iniciado em 2011 e passou por algumas dificuldades em seu desenvolvimento. No Amazonas, sofreram censura e perseguição por parte de uma juíza.
Na obra, os entrevistados evitam entrar em assuntos polêmicos devido à fiscalização dos diretores. Na Bahia, por exemplo, em um presídio feminino, a diretora conversava a portas fechadas com cada detenta antes das entrevistas. “Via-se que elas estavam constrangidas por esconderem a verdade”, contou. A capitulação dos livros é dividida por regiões e estados, onde é abordado um pouco sobre o mutirão ocorrido ali e o sistema carcerário no geral, mas a maior parte é destinada a contar a história do entrevistado de forma romanceada.
No Maranhão, chamou atenção o trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Advocacia Voluntária, que beneficia não somente os presos, mas também presta assistência a seus familiares.
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Reflexão - Na opinião do ecritor José Louzeiro, a crise no sistema penitenciário brasileiro tem que ser encarada como um desafio que precisa de mudanças urgentes. “O livro vai mostrar que há iniciativas e pessoas engajadas na melhora das condições e dos direitos dos presos, como o desembargador maranhense Froz Sobrinho,que disponibilizou informações do mutirão carcerário no Maranhão”, destacou.
André Di Ceni percorreu os estados e o Distrito Federal, entrevistando juízes, desembargadores, defensores públicos e diversas pessoas que trabalham nas áreas de execuções penais e ressocialização. Com as autoridades, trouxe as informações sobre a realidade carcerária local e o que se tem feito para melhorar. Com os presos ou egressos, as entrevistas foram nas penitenciárias ou nas casas dos próprios para conhecer suas visões sobre o sistema e suas próprias vidas durante e após a prisão. Estes dados eram trazidos, reunidos e o trio escolhia o que poderia entrar.
As viagens duraram cerca de dois anos por conta dos atrasos e empecilhos, terminando em Brasília com uma excelente entrevista com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que foi quem criou os mutirões em sua gestão como presidente da Casa, em 2008.
José Louzeiro espera que o livro traga reflexões. “Nós temos que parar com a ilusão de que este sistema perverso é a solução. Temos que pensar que o preso é um ser humano e tentar entender o que o levou a cometer aquela transgressão. É questão de inteligência, uma vez que o indivíduo voltará para a sociedade, cabe a nós se o receberemos ressocializado ou não”, finalizou.


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