Fotógrafo carioca percorrerá 10 mil km entre Minas Gerais e Maranhão
18/03/2015 – Caderno Alternativo – Jornal O Estado do MA
Comunidades de Alcântara, no Maranhão, recebem esta semana a visita do
carioca João Roberto Ripper. Renomado fotógrafo documental, ele está no
município a fim de dar continuidade ao projeto Fotografando Povos Tradicionais
que registra, além do Maranhão, populações do norte de Minas Gerais. O projeto
pode ser acompanhado pelo endereço eletrônico
fotografandopovostradicionais.blogspot.com.br.
Durante três meses ele percorrerá quase 10 mil quilômetros entre os
estados de Minas Gerais e Maranhão documentando o cotidiano de populações que
habitam florestas e beira de rios. Ao todo, são 11 comunidades, onde vivem
quilombolas, ribeirinhos, geraizeiros e colhedores de flores.
Esta não é a primeira vez que Ripper vem a Alcântara. “É um retorno.
Estive no município por umas cinco ou seis vezes e em uma delas realizei um
trabalho de fotografia, agora vou voltar para entregar as imagens para as
comunidades e também para rever como estão as pessoas, aquelas famílias que
conheci”, diz Ripper.
O fotógrafo, que trabalha com os princípios da comunicação popular e
utiliza como método de trabalho a fotografia compartilhada, onde as pessoas
fotografadas ajudam a editar o material final – podendo inclusive excluir
fotografias dos arquivos brutos. “Se você não desenvolve uma relação de
intimidade com as pessoas, o trabalho não funciona, porque não há
participação”. Além de Ripper, compõem a equipe duas assistentes, Ana Mendes e
Valda Nogueira.
Para Ripper, as comunidades visitadas compartilham um sentimento comum,
a ambição pelo reconhecimento territorial e identitário. “Eu vou dar
continuidade a um trabalho que venho fazendo há muitos anos. A proposta é focar
no norte de Minas e em Alcântara, no Maranhão, mas indiretamente outras
populações pobres do Brasil, com uma rica diversidade cultural, beneficiam-se,
pois este é um projeto que atinge a solidariedade humana” afirma.
O projeto Fotografando Povos Tradicionais está entre os contemplados
pelo Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, da Funarte.
Perfil - Aos 61 anos, João Roberto Ripper ocupa lugar de destaque entre
os ícones da fotografia documental humanitária no Brasil e no mundo. Nos anos
1990 trabalhou ao lado do Ministério Público e da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) denunciando focos de trabalho escravo em minas de carvão no
interior do país e fotografou durante duas décadas a triste saga dos índios
Guarani Kaiowá em busca de direitos básicos, como terra, saúde e alimentação.
Hoje, Ripper é visto como orquestrador de um novo olhar sob as favelas
cariocas. Isto porque ele é um dos fundadores da Escola de Fotógrafos Populares
que forma profissionais, prioritariamente moradores das comunidades que compõem
o Complexo da Maré, na área da fotografia e jornalismo.
Nos últimos anos ele tem percorrido o Brasil e o mundo ministrando uma
oficina intitulada Bem querer onde ensina os princípios da comunicação popular
e difunde seu método de trabalho, a fotografia compartilhada. João Roberto
Ripper tem dois livros lançados, o primeiro chama-se Imagens Humanas e o
segundo, Retrato Escravo, ambos podem ser folheados no site oficial do
fotógrafo.
Serviço
• O quê
Projeto Fotografando Povos Tradicionais
• Onde ver as imagens
Blog: fotografandopovostradicionais.blogspot.com.br
Facebook:
facebook.com/fotografandopovostradicionais
Site de J.R Ripper: imagenshumanas.photoshelter.com/
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