CRISE NO PAPÃO - Roberto Fernandes diz que o Moto é administrado como se fosse time de pelada
Cuspiu
fogo!
Roberto Fernandes, presidente do Moto, fez desabafo após receber
críticas de torcedores e disparou: “Moto é administrado como time de pelada.”
Esportes - Jornal O Estado do Maranhão
Roberto Fernandes recebeu críticas em seu programa
A crise no Moto Clube vai muito
além dos resultados pífios em campo. Ontem pela manhã, o presidente do Papão,
Roberto Fernandes, fez um desabafo durante o seu programa de rádio e afirmou
que clube é administrado como “time de pelada”. O dirigente, que defende a
paralisação das atividades por falta de recursos, até se emocionou após fazer
uma breve prestação de contas da entidade.
Roberto Fernandes ficou
profundamente irritado com o questionamento de um ouvinte do seu programa sobre
o destino do dinheiro repassado à diretoria do clube pela Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) pela participação do clube na Copa do Brasil. “Acho
que alguns torcedores, porque não são todos, não deveriam colocar todo mundo na
vala comum. A CBF deveria nos repassar R$ 200 mil, mas Antônio Américo
[presidente da Federação Maranhense de Futebol] só conseguiu R$ 140 mil. De
cara, a gente repassou R$ 60 mil para a conta da Copa do Nordeste. Desse total,
pagamos os jogadores que estavam conosco no ano passado e os que continuariam.
Pagamos a pousada onde os atletas e o Edson Porto estavam hospedados, um mês de
salário adiantado para o ex-treinador [Eugênio Souza] e reservamos uma parte
para logística, como passagens áreas, material de treino e o ônibus para
viagens no Estadual”, explicou.
O dirigente rubro-negro revelou
ainda que o clube tem débitos em aberto da temporada passada com jogadores e o
técnico Edson Porto. “Ainda não pagamos jogadores que não voltaram. Um deles é
o volante Pierre. O treinador Edson Porto também tem dinheiro para receber do
Moto e só não entrou na Justiça porque prometemos pagá-lo assim que recebermos
alguma receita. Os jogadores que hoje estão aqui são verdadeiros heróis, porque
estão há dois meses sem receber e dando o máximo deles em campo”, revelou o
dirigente. Com relação ao restante do valor da cota de TV da Copa do Brasil, o
dirigente disse que o recurso não deu para pagar todas as despesas. “Dos R$ 60
mil que a CBF nos devia, ela descontou na fonte R$ 20 mil para impostos. Dos R$
40 mil que sobraram usamos a metade para pagar Eugênio Souza e seu auxiliar,
para que eles fossem embora. Pagamos metade do hotel onde ele estava hospedado
e usamos o restante para custear a alimentação dos jogadores”, explicou.
Outro ponto que deixou Roberto
Fernandes irritado foi a declaração do presidente da FMF, Antônio Américo, de
que teria pago tudo o que devia ao Moto referente a sua participação na
Supercopa Maranhão. “Acho que ele foi muito infeliz na sua declaração, porque
ele não nos deu os R$ 60 mil, porque a competição deu prejuízo e ele pagou
apenas os clubes de fora: Vitória (BA) e Náutico (PE). O Moto e o Sampaio não
receberam nada pela participação na Supercopa Maranhão. O que ele fez foi nos
dar uma compensação financeira conseguindo com a CBF R$ 90 mil para custearmos
nossas despesas de viagem na Copa do Nordeste”, afirmou.
Muito emocionado com as
declarações, Roberto Fernandes chegou a se emocionar após o desabafo. “Gostaria
muito de ajudar o Moto, mas infelizmente sou um assalariado. Não admito é me
chamarem de corrupto. A única coisa que tenho para deixar para meu filho é o
meu exemplo. Ser honesto e trabalhador”, finalizou.
Após derrota, Papão deve focar no Estadual
A situação do Moto se complicou
ainda mais na Copa do Nordeste depois da derrota por 1 x 0 para o Náutico (PE),
quinta-feira, na arena Pernambuco. Se for levado em consideração o adversário
do Papão na última rodada, o lanterna Piauí, a missão não é tão difícil, já que
o jogo será em São Luís. O problema é que o time maranhense tem cinco pontos e
com um triunfo chegaria somente a oito, mesma pontuação do líder, que é o
Timbu. Na terceira colocação e atrás ainda do Salgueiro, que tem sete pontos, o
Rubro-Negro precisaria de quase um milagre para conseguir uma vaga na próxima
fase como um dos melhores segundos colocados, já que perde para o líder também
nos critérios de desempate no grupo C.
Com apenas quatro gols
marcados, o Moto só não é superado pelo Piauí no ranking dos melhores ataques
da chave. O Náutico tem nove e o Salgueiro seis. Com a possibilidade de uma
eliminação precoce na Copa do Nordeste, a ideia de priorizar o Campeonato
Maranhense parece que fica cada vez mais viva no CT Pereira dos Santos.
“Poderíamos ter saído com a vitória,
mas acabamos perdendo para nós mesmos. Agora é pensar na final de
domingo", comentou após a derrota na Arena Pernambuco o diretor de futebol
do Moto, Waldemir Rosa, o Dadá, se referindo a partida contra o São José, que
pode levar o time a liderança do Maranhense, já que o Sampaio, que é dono da
primeira posição, folga na rodada. No Estadual, o Moto é o terceiro colocado
com oito pontos. O líder é o Sampaio, que tem 10, e o segundo colocado é o São
José, que tem a mesma pontuação do Tubarão, mas perde nos critérios de
desempate.
Volta aos treinos - Com a volta
de quatro, dos seis jogadores considerados titulares que não foram com a
delegação para o jogo contra o Náutico (PE), o time do Moto terá somente a
manhã de hoje para preparar seu time visando o jogo diante do São José, que
será amanhã, pela sétima rodada do Campeonato Maranhense. O técnico Filinto
Holanda contará novamente com o lateral Diego Renan, os meias Kléo e Felipe
Costa e o atacante Henrique, que foram liberados pelo departamento médico, recuperados
de contusões. Há esperança de que também o artilheiro Naôh seja colocado à
disposição para o importante jogo. Já Pedro Gusmão, que sente dores musculares,
já está descartado.
O foco do Moto agora é a
classificação para a fase semifinal do Campeonato Maranhense. O jogo diante do
São José será fundamental. Com o retorno de quatro titulares, o técnico Filinto
Holanda deve escalar o time com Raniere, Diego Renan, Luiz Fernando, Rodolfo e
Rodrigo Fernandes; Deivid (Fagner), Felipe Dias, Kléo e Felipe Costa; Vavá e
Rayllan (Henrique). Se Naôh for liberado, entrará no ataque em lugar de Vavá.
Críticas a dirigentes
O presidente motense criticou
também o abandono de alguns conselheiros, que se afastaram do clube.
“Infelizmente, o clube não tem uma estrutura administrativa de um diretor de
sede, administrativo e financeiro. Com isso, o Dadá, que é diretor de futebol;
o Hans Nina, que é diretor de marketing, acabam fazendo muitas tarefas que não
competem a eles. Desta forma, o Moto é administrado como um time de pelada. O
time tem muito conselheiro que vai em reunião e não ajuda com nada. Se o
cidadão não tem dinheiro, ele poderia ajudar com trabalhos, mas ao invés disso
se apresenta como conselheiro só para entrar de graça nos jogos”, comentou.
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