ESCÂNDALAO NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL DO MARANHÃO

java redirecionamento

Tecnologia do Blogger.

ESCÂNDALAO NA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL DO MARANHÃO

Polícia Federal desmonta esquema de financiamento de imóveis na CEF
Operação desarticulou esquema que desviou mais de R$ 500 milhões com participação de funcionários da Caixa.

19/08/2014
Jornal O Estado do Maranhão .




Policiais federais examinam em empresa contratos


Um desvio de mais de R$ 500 milhões, 5.033 contratos irregulares de imóveis em São Luís, afastamento de funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF), 44 mandados judiciais para serem cumpridos e 12 pessoas conduzidas à sede da Polícia Federal (PF), na Cohama, para prestar depoimentos, inclusive funcionários da CEF e donos de imobiliárias. Este foi um dos saldos da Operação Cartago, realizada pela Polícia Federal ontem, na Grande Ilha de São Luís, para desarticular esquema fraudulento na carteira de financiamento de imóveis da Caixa, que vinha ocorrendo desde o ano de 2009 nos pontos de correspondentes bancários instalados em pelo menos seis agências localizadas somente na capital.

Ontem, o superintendente regional da PF, delegado Alexandre Silva Saraiva; o delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Fabrízio Garbi, e o delegado Sandro Rogério Jansen, coordenador da Operação Cartago, divulgaram para a imprensa detalhes do processo investigativo. A operação consistiu no cumprimento de 44 mandados judiciais, dos quais 19 de busca e apreensão; 18 de condução coercitiva e sete comunicações de suspensão da função pública de funcionários da Caixa Econômica Federal.


A Operação Cartago contou com a participação de 121 policiais do Maranhão, Minas Gerais, Brasília, Ceará e Piauí. O trabalho foi iniciado nas primeiras horas da manhã de ontem em residências e empresas e todos os detidos foram levados para a sede da Polícia Federal. Eles vão responder pelos crimes de gestão fraudulenta, estelionato, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, inserção de dados falsos e sonegação fiscal.

Esquema fraudulento - O delegado Sandro Rogério Jansen disse que o esquema fraudulento vinha sendo investigado a pedido da Caixa desde o ano de 2012. Ainda segundo ele, em 2005 a coordenação do banco criou os correspondentes bancários para facilitar os pagamentos das contas de água, luz, telefone, dentre outros tributos. Em 2009, esses serviços foram ampliados e os pontos de correspondências bancárias passaram a realizar compra e venda de imóveis e ganhavam em torno de 3% a 4% pelo valor de cada transação aprovada pela Caixa Econômica Federal.

Com o passar dos dois primeiros anos de funcionamento, a direção da Caixa constatou que a maioria dos donos dos correspondentes bancários imobiliários tinha ligação direta com os próprios funcionários do banco. Já o trabalho investigativo da Polícia Federal constatou que muitos empregados da Caixa criaram empresas fictícias em nomes dos parentes e passaram a prestar os serviços de compra e venda de imóveis na capital como ainda cobravam taxas abusivas aos clientes.

Foram montados escritórios de atendimento dentro de, pelo menos, seis agências bancárias em São Luís e utilizando o espaço físico com mesas, cadeiras e até computadores da Caixa. Ainda segundo o delegado, os empregados dessas empresas chegaram a ter acesso às senhas restritas aos funcionários do banco. Apenas em uma única agência, durante o ano de 2010, todos os contratos de financiamento imobiliário firmados eram fraudulentos resultando num prejuízo ao cofre da Caixa em torno de R$ 500 milhões.

O delegado Sandro Jansen contou que as pessoas interessadas em comprar imóvel buscavam informações na Caixa e, na ocasião, o agente bancário, quase sempre integrante do bando, obtinha toda a documentação necessária e agia como um corretor de imóveis. Já as taxas pagas pelo comprador eram integralmente ou tinham um percentual desviado com a anuência do funcionário do banco responsável pela liberação do valor. "Embora os contratos fossem realizados diretamente pelos clientes, os documentos mencionavam as empresas como intermediárias e isso rendia o pagamento indevido de comissões aos correspondentes bancários", detalhou o delegado.

Empresas imobiliárias - Ainda durante a investigação, a Polícia Federal descobriu que empresas imobiliárias estavam envolvidas na fraude e muitas vendiam imóveis que não existiam. Sandro Jansen não citou os nomes das empresas, que na manhã de ontem foram vistoriadas e tiveram documentos apreendidos, inclusive computadores. "Estivemos nas empresas que construíam os imóveis e percebemos que se trata de mais um braço desse bando", afirmou Sandro Rogério Jansen.

Em relação aos clientes, a polícia disse que todos podem ser considerados lesados pelos integrantes da quadrilha e que ainda nste mês será feita uma pericia contábil para analisar o valor em espécie desviado pelo bando, pois envolve, até o momento, 5.033 contratos imobiliários.

Já a direção da CEF informou, por meio de nota, que a operação da Polícia Federal foi deflagrada após apuração administrativa instaurada pelo banco, que culminou com a demissão de empregados envolvidos e com o encaminhamento de notícia-crime à PF. A Caixa continua acompanhando o caso e está à disposição da polícia para colaborar com as investigações.

Outras irregularidades - Um levantamento feito no mês de abril deste ano indicou que o Maranhão é o estado brasileiro como maior número de irregularidades em programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida. A Caixa já contabilizou um total de 15.720 denúncias de ilegalidades no decorrer dos cinco anos de execução do programa.
Correspondente bancário

O que : empresa contratada pela Caixa para efetuar serviços financeiros

Como ser: a empresa interessada deve procurar uma agência da Caixa para obter todas as informações.

Serviços prestados: encaminhamento de proposta bancária de abertura de contas, pedidos de empréstimos, encaminhamento de emissão de cartões de crédito, recebimento e pagamento relativos a contas de depósitos, pagamento de tributos, e recebendo de propostas dos produtos de crédito imobiliário.

Fonte: Caixa Econômica Federal
Números

44 mandados judiciais

121 policiais federais participaram na Operação Cartago

500 milhões desviados apenas durante o ano de 2010

6 agências da CEF instalaram os correspondentes bancários em São Luís

12 pessoas físicas foram indiciadas

7 pessoas jurídicas, entre correspondentes bancárias e empresas imobiliárias, estão envolvidas no esquema de fraude na carteira de financiamento de imóveis da Caixa

0 comentários:

Postar um comentário

visualizações!