Premiados do 37º Festival Guarnicê de Cinema
“O Exercício do Caos” e “O Dono da Capoeira” são consagrados no Festival Guarnicê de cinema 2014
As
produções audiovisuais maranhenses conquistaram 18 prêmios, reiterando os
méritos de cineastas já conhecidos e revelando novos talentos.
Cena do cotidiano de uma família retratada em "O Exercício do Caos" |
Patativa recebe o prêmio das mãos do professor Gersino dos Santos, diretor do DAC/UFMA.
O trabalho dos
organizadores do Festival, do Departamento de Assuntos culturais da UFMA
garantiu um fluxo de quase quatro mil pessoas, enquanto que antigos e novos
nomes do cinema no estado surpreenderam os amantes do audiovisual. “O Exercício
do Caos”, de Frederico Machado, levou o maior número de prêmios na categoria
longa, foram nove troféus. “O Dono da Capoeira”, de Roberto Pereira, conquistou
cinco na categoria curta. Outros curtas também garantiram prêmios: “Xiri Meu
‘Eu não dou’ – Patativa”, de Tairo Lisboa, ganhou dois, pela aparição de
Patativa – ícone da arte maranhense – e pelo carinho do público; “Passagem”, de Arturo
Sabóia reiterou o talento do diretor com mais um prêmio guarnicê. Mas foi
“Escolha seu Caminho”, de Alcino Davenport, que abusou da ousadia, desafiou as
limitações técnicas e conquistou um prêmio com o júri popular.
Os demais premiados no
Festival, na categoria longa, foram os paulistas “Mataram meu irmão”, de
Cristiano Burlan e “Triunfo”, de Caue Angeli. Na categoria curta, os paulistas
também agradaram: “Preto ou Branco”, de Alison Zago Brito recebeu o maior
número de premiações, com seis troféus; “Dream Catchers”, de Gabriel Moura
Santana Freire, recebeu um. Ainda nesta categoria, foram premiados o mineiro
“Tormenta”, de Fernanda Salgado e Fernando Mendes, e o amazonense “Até que a
última luz se apague”, de William Ferry.
Os resultados sugerem
um crescimento da produção audiovisual no estado, tanto no que se refere à
revelação de novos talentos quanto no que diz respeito à qualidade do que é
produzido. Impressões, sensações e análises dos que participaram do Festival
revelam entusiasmo, esperança e criticidade quanto ao presente e ao futuro do
cinema no Maranhão.
“A
premiação serve de incentivo, de estímulo e, sobretudo o reconhecimento da
capacidade criativa dos artistas maranhenses, aqueles que têm afeição pelo
cinema, que tem equipe que está trabalhando e que precisa apresentar sua
produção.A universidade o departamento de assuntos culturais procurou interagir
e criar esse ambiente” (Natalino Salgado, Reitor da Universidade Federal do
Maranhão).
“É um exercício de fazer cinema numa cidade
que não tem cinema, é um exercício de tentar fazer um filme num cinema
original, mais intelectualizado numa cidade que não tem esse tipo de cinema,
que é mais difícil ainda de ter um cinema popular e ao mesmo tempo é caótico,
justamente por a gente não ter essa escola de cinema ainda” (Frederico Machado,
sobre “O Exercício do Caos”).
“É
o primeiro passo para o Maranhão chegar às telas, eu acredito que ele ainda não
está lá” (Ida Castro, atriz, integrante da equipe de “O Dono da Capoeira”).
“O movimento do Maranhão cinematográfico
começa desde a década de 70, vem até hoje em dia passando por diversos
processos, super 8, 16mm, 35 [mm], digital, então tudo isso mostra nossa
trajetória, apesar de não contar com editais públicos, políticas públicas de
afirmação de editais, nem da Prefeitura, nem do Governo do Estado” (Tairo
Lisboa, diretor premiado).
“Tá
começando uma revolução no cinema maranhense, mesmo feito com as dificuldades,
quem faz ta começando a percebendo que está acontecendo uma revolução, e eu não
dou muitos anos pro cinema maranhense... e o cara do sul, do Rio, São Paulo...
‘Rapaz, eu quero assistir os filmes maranhenses’” (Alcino Davenport, diretor
premiado).
“O
festival do ano passado pra cá pegou um fôlego, e é isso que é importante, é
ele ter fôlego para continuar e apresentar cada vez mais filmes maranhenses,
incentivar cada vez mais o cinema maranhense” (Rômulo Estrela, ator convidado para
o evento).
“Tem que haver uma qualificação, tem que haver
assim ajuda para que nossos cineastas possam produzir, porque ideia a gente tem
demais, tá cheio de cineastas aí produzindo; mas a gente, como sempre, buscando
recursos e não encontra, as portas fechadas” (Fátima di Francis, radialista).
“Muita
gente nova ta fazendo coisas de qualidade, com vontade de fazer, com celular,
fazendo com câmera digital. Então, eu acho que o Maranhão tem futuro no cinema”
(André Bandeira, estudante de Filosofia).
“Eu
fiquei muito feliz pela quantidade de produções, me surpreendeu, porque eu não
esperava essa quantidade tão grande de produções locais, eu fiquei muito feliz;
só que eu acho que com o apoio, o apoio do governo, o apoio da prefeitura, dos
empresários, eu acho que, que a gente tende a crescer bem mais” (Helenira
Matos, turismóloga).
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Lista dos Filmes Premiados no Festival Guarnicê 2014
Os
melhores no formato Longa Metragem
JÚRI TÉCNICO
Longa Nacional O Exercício do Caos (MA)
Direção
Frederico Machado O Exercício do Caos (MA)
Roteiro Frederico Machado O Exercício do Caos (MA)
Montagem O Exercício do Caos (MA)
Trilha Sonora Joaquim
Santos O Exercício do Caos (MA)
Direção de Arte Hernani Ramos Triunfo (SP)
Direção de Fotografia O
Exercício do Caos (MA)
Ator Auro Juriciê O Exercício do Caos (MA)
Atriz Isabella Sousa e Thainá Sousa O Exercício do Caos (MA)
Ficção O
Exercício do Caos (MA)
Documentário Mataram
Meu Irmão (MA)
Os
melhores no formato Curta metragem
JÚRI TÉCNICO
Categoria Profissionais Filme
Curta Nacional Preto ou Branco (SP)
Curta Maranhense
O Dono da Capoeira
Direção Arthuro Saboia Passagem (MA)
Roteiro Fernanda Salgado Tormenta (MG)
Montagem Preto
ou Branco (SP)
Trilha Sonora Lilian Menlli e Alan Fonseca O
Dono da Capoeira (MA)
Direção de Arte Aline Hiane Preto ou Branco (SP)
Fotografia Cauê Laratta Preto
ou Branco (SP)
Ator Arnaldo Barreto Até
que a Última Luz se Apague (AM)
Atriz Patativa Xiri Meu "Eu não Dou" - Patativa (MA)
Som Preto ou
Branco (SP)
Documentário O Dono da Capoeira (MA)
Ficção Preto
ou Branco (SP)
Animação Dream
Catchers (SP)
JÚRI POPULAR
“Xiri
meu – Eu não dou – Patativa”, de Tairo Lisboa
PRÊMIO
ASSOCIAÇÃO DOS DOCUMENTARISTAS - MARANHÃO
Curta “Preto ou Branco”, de
Alison Zago Brito
Longa “Mataram Meu Irmão”, de
Cristiano Burlan
PRÊMIO
BNB DE CINEMA
Curta (MA) “O Dono da Capoeira”, de Roberto
Pereira
PREMIO
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Documentário
(MA) (Prêmio Mauro Bezerra) - “O Dono da Capoeira”, de Roberto Pereira
Ficção
(MA) (Prêmio Bernardo) – “Passagem”, de Arturo Sabóia
Colaboração de Juliana Monteiro Vieira (Redação Foca Aí e Jornal Cazumbá) e Karol Cantanhêde (TV UFMA)
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