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Poster oficial do Campeonato Maranhense 2015

Sampaio Corrêa – time de escol, tradição e futebol

 Doze anos depois, o Sampaio Corrêa voltou a disputar o Campeonato Brasileiro da Série B. Estreou na noite de sexta-feira, diante do Paraná, no estádio Castelão, para um público superior a 12 mil torcedores. Colheu o primeiro resultado negativo – fazendo o que não poderá repetir: perder em casa. 2 a 0 foi o placar, construído pelo visitante no segundo tempo da partida.
Serão disputados 114 pontos em 38 jogos – 19 na primeira fase, e 19 na segunda fase – e, pelo que se viu em 2013, quem soma acima de 50 pontos não ascende à elite, mas também não será rebaixado. Desses 114 pontos, 57 serão disputados em casa – quem perder jogos em casa, pode se complicar.
Perdendo na estreia para um dos adversários que não é considerado provável ascendente à Primeira Divisão, o Sampaio Corrêa pode se complicar, sim. Restam agora, em casa, 54 pontos e, desses, 21 serão muito complicados (América/MG, Atlético/GO, Avaí, Ceará, Luverdense, Ponte Preta/SP e Vasco/RJ), onde um empate terá sabor de vitória. É preponderante, para manter o equilíbrio e a esperança de se manter na Série B, que o Sampaio Corrêa recupere esses 3 pontos perdidos em casa.
Ainda com referência a 2013, os quatro que subiram para a série A, foram: Palmeiras, que somou 79 pontos; Chapecoense, que somou 72 pontos; Sport Recife, que somou 63 pontos; e Figueirense, que somou 60 pontos. Quem desceu foi o ASA/AL, que somou apenas 35 pontos; o São Caetano/SP, que somou 36 pontos; o Paysandu/PA, que somou 40 pontos; e o Guaratinguetá/SP, que somou apenas 41 pontos.
Detalhe muito importante: no ano passado, todos os clubes que terminaram na colocação a partir do décimo-primeiro lugar, ficaram com saldo negativo de gols. Entre os dez primeiros, apenas o Icasa, que ficou na quinta posição, ficou com saldo negativo.
PLANEJAMENTO – Seria passar atestado de idiota, alguém querer cobrar uma vitória do Sampaio Corrêa na estreia, ainda que pelo fato de ter jogado em casa e diante da sua torcida. Não é hora de cobrança do time dentro de campo, pois, na estreia, ficou visível o desentrosamento. Mas, não se pode negar, “desentrosamento” é algo que está incluído na falta de um planejamento adequado.
Aqui mesmo, neste mesmo espaço, nesta mesma página, produzimos no ano passado uma matéria sugerindo uma maior preocupação com o planejamento – em todos os sentidos. A soberba e a prepotência fluíram e levaram a sugestão para a lata do lixo.
Série B é outro nível. Série B não tem São José, Araioses, Bacabal nem Imperatriz, clubes profissionais do Maranhão, em que os elencos não diferem em nada do SAEC do Anil, Cruzeiro do Anil, Swat do Maiobão. E, não duvidem: se o planejamento falhar, o Sampaio Corrêa volta para a Série C.
Preferimos ficar em casa para ter uma visão melhor do jogo dentro de campo. Ficou evidente que, durante os mais de 90 minutos de jogo, o time do Sampaio Corrêa não executou uma única “jogada ensaiada”. Tudo ficou a cargo dos mais de 35 anos de Arlindo Maracanã que, com as viagens aéreas cansativas, o pequeno tempo de recuperação e a alimentação diferenciada em cada sede, não vai produzir o mesmo futebol que possa levar o time maranhense a produzir o seu melhor futebol.
Ainda que tendo sido o primeiro jogo, a categoria e capacidade técnica que se viu no meio de campo do Paraná, com Cambará (5), Edson Sitta (8), Lúcio Flávio (10) e Juliano Mineiro (11) foi exatamente o contrário do que se viu no Sampaio Corrêa, onde apenas Jonas (5) e Arlindo Maracanã (7) se destacaram, muito mais pela correria do que pela qualidade e acerto de jogadas e passes, enquanto Eloir (8) e Cleitinho (10) nada produziram de proveitoso. Viraram ídolos da noite para o dia, mas diante do São José, do Araioses e do Bacabal. Agora é diferente.
Claro, todos sabem, o Sampaio Corrêa é o campeão maranhense da temporada, e chega à Série B com muita motivação. Mas, o nível dos adversários é outro – e o Paraná nem está entre os prováveis que subirão para a elite – mesmo o time maranhense ainda esteja formando o seu melhor time dentro da competição (olha aí a falha do planejamento!) o lateral-direito Gabriel Cassimiro, que disputou o último Campeonato Carioca pelo Resende, é a mais nova contratação da equipe “boliviana”. O clube aposta na segurança do goleiro Luís Muller, contratado ao Brasil de Pelotas, e considerado o melhor goleiro do Campeonato Gaúcho. Mas isso não significa que Rodrigo Ramos perderá a posição.
No jogo de estreia, o que se viu foi que, enquanto o Paraná aproximava seus jogadores para que não errassem tantos passes, o que acabou acontecendo, o Sampaio Corrêa dava chutões ou concentrava o jogo em Arlindo Maracanã. Apenas no segundo tempo, quando já perdia o jogo, liberou um pouco mais o lateral-esquerdo William, enquanto tentava recuperar a perda do lateral-direito, que cansou literalmente, com a entrada de Hiltinho pelo lado direito. Era a vã tentativa de levar preocupação ao adversário por aquele lado – exatamente o lado onde atuava um dos melhores jogadores do Paraná, o lateral-esquerdo Breno.
Não concordamos com quem, de forma apressada, andou escrevendo que o técnico Flávio Araújo escalou o time errado, como se alguém, no primeiro jogo, tivesse a consciência de qual seria o time “certo”. O que se percebeu foi que a zaga pode e precisa ser melhorada e que os dois laterais quando avançarem para o contra-ataque, precisam de cobertura competente.
O meio-campo do Sampaio Corrêa não tem qualidade, não arma nada e não pode depender de Arlindo Maracanã. Isso porque, percebeu-se que Jonas (que excelente jogador!) é o único que cumpre fielmente o seu papel. Flávio Araújo precisa entender que Jonas não pode ficar tão exposto, correndo o risco de tomar muitos cartões amarelos. Pela mudança que propiciou no jogo maranhense, viu-se que Valber não pode ser reserva, principalmente com Cleitinho no time. Repetimos: agora o nível técnico é outro. Os bolivianos não terão mais pela frente o São José, o Bacabal nem o Araioses.
SOLUÇÕES – O que se espera é que os dirigentes bolivianos façam jus à sua prepotência e encontre soluções num curto espaço de tempo e entre uma viagem e outra e a falta de treinamentos para garantir o entrosamento entre as prováveis novas peças. Recuperar o zagueiro Paulo Sérgio é uma necessidade mais que urgente. Resta esperar que os laterais, mais entrosados e adaptados ao Maranhão possam produzir melhor, da mesma forma que seja encontrada a melhor formação para o meio-campo.
Outra falha, de cunho administrativo (e falta de planejamento!) foi a permissão para que jogadores concedessem entrevistas para a televisão sem o painel de publicidade por trás. Os apoiadores com certeza cobrarão isso. Falta instalar um local adequado para entrevistas coletivas e determinar quais jogadores e dirigentes concederão essas entrevistas. Tudo isso tem o nome de “planejamento”.
No mais, é esperar que o Sampaio Corrêa tenha atuação e resultados melhores nos próximos seis jogos: Icasa, 25/4, fora; Oeste, 3/5, em casa; Avaí, 10/5, em casa; ABC, 16/5, fora; e Vasco, 20/5, fora.
Atentem para um detalhe: no dia 16 de maio o Sampaio Corrêa enfrenta o ABC em Natal e, quatro dias depois, sem treinamento e sem tempo para recuperação, enfrenta o Vasco da Gama no Rio de Janeiro.
Será que dá para entender, dessa forma, porque cobramos aqui tanto planejamento? Esqueçam a prepotência e a soberba para tentar ascender à Série A. O objetivo do Sampaio Corrêa tem que ser voltado para permanecer pelo menos uns três anos na Série B, melhorar a estrutura técnica e administrativa – e com elas elevar o padrão do futebol maranhense como um todo – pagando as dívidas trabalhistas com as arrecadações nos jogos e com as cotas das transmissões pela televisão e garantir, de forma estrutural, a permanência dos patrocinadores. Pensar em subir para a Série A, agora, é suicídio. Mas não é impossível que no Sampaio Corrêa alguém esteja pensando nisso.

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