CARNAVAL DE PASSARELA - Func reafirma que não haverá ajuda às escolas de samba e blocos

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CARNAVAL DE PASSARELA - Func reafirma que não haverá ajuda às escolas de samba e blocos


Reunido ontem com dirigentes de agremiações carnavalescas, o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Francisco Gonçalves


Thiago Bastos
Da equipe de O Estado
16/01/2013 00h00

 Em reunião, na tarde de ontem, no Teatro da Cidade de São Luís, na Rua do Egito, com representantes de blocos carnavalescos e escolas de samba da capital maranhense, a diretoria da Fundação Municipal de Cultura (Func) reafirmou que os R$ 2 milhões disponibilizados este ano pelo Município para a organização da folia momesca serão aplicados apenas na montagem da estrutura da Passarela do Samba, no Anel Viário, sem qualquer ajuda de custo às agremiações. A Func também informou que três escolas de samba da capital - Turma do Quinto, Favela do Samba e Marambaia do Samba -, por estarem com mais de 80% das fantasias e alegorias prontas, confirmaram presença no Carnaval de passarela deste ano.
A informação vem um dia após a decisão tomada na segunda-feira (14) à noite, na sede da Flor do Samba, no bairro Desterro, quando escolas de samba e blocos tradicionais anunciaram a ausência das agremiações da passarela do Anel Viário.
Segundo o presidente da Func, Francisco Gonçalves, a decisão de poupar despesas é uma medida que se aplica apenas este ano.
"Não será gasto o que não poderá retornar como receita. Por isso, a Prefeitura de São Luís investirá apenas o necessário para o Carnaval de passarela. Quem quiser desfilar poderá fazê-lo. Cultura é tão importante quanto a saúde. No entanto, não será por isso que gastaremos mais do que podemos neste momento. Ano que vem, quem sabe, mais dinheiroserá aplicado", afirmou Gonçalves, que também anunciou um déficit de R$ 15 milhões na pasta municipal de Cultura, contraído em anos anteriores, por falta de pagamento dos eventos.
Quanto às agremiações que confirmaram presença no desfile deste ano, o representante da União das Escolas de Samba do Maranhão (Uesma), Tony Mota, disse que, caso isso ocorra, haverá desrespeito ao estatuto da instituição. "Não será correto, pois a Turma do Quinto, a Favela do Samba e a Marambaia não serão reconhecidas pela instituição organizadora do Carnaval de passarela de São Luís e poderão ser punidas", afirmou.
Presença - O presidente da Associação Maranhense de Blocos Carnavalescos, Brasa Santana, avalizou o discurso do representante da Uesma. "Até hoje [ontem], nenhum bloco confirmou presença no Carnaval de passarela da cidade. Caso esse quadro mude, a associação também não fará campeonato e não reconhecerá qualquer desfile", informou.
Ainda segundo a Func, no ano passado o Município gastou mais de R$ 6 milhões com o Carnaval de passarela, valor três vezes maior do que o montante que será investido neste ano. Cada escola de samba recebe, anualmente, cerca de R$ 40 mil para a ajuda de custo e organização do desfile. Já para os blocos, o Município disponibiliza, todos os anos, R$ 10 mil.
De acordo com a direção da Uesma, caso a ajuda de custo do Município não seja repassada, será difícil oferecer ao público um Carnaval condizente com as tradições da cidade. "Com a verba pública, compramos quase tudo para os desfiles. Sem o dinheiro, fica inviável desfilar", disse o presidente da Flor do Samba, Celso Azevedo. O presidente da Func rebateu esse argumento. "Não se pode pensar na organização do Carnaval apenas contando com as verbas públicas. É preciso tornar a folia de Momo uma festa autossuficiente. Para isso, é necessária a boa vontade das direções das agremiações", disse Francisco Gonçalves.

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