Orquestra Histórica dos 400 se apresenta de hoje a domingo, em reverência aos 400 anos da cidade e para resgatar a música clássica

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Orquestra Histórica dos 400 se apresenta de hoje a domingo, em reverência aos 400 anos da cidade e para resgatar a música clássica


ALTERNATIVO

Orquestra e coro para homenagear São Luís


14/12/2012 

As comemorações em torno do aniversário de 400 anos de São Luís prosseguirão com música de boa qualidade durante apresentação da Orquestra Histórica dos 400, hoje, na Catedral Metropolitana de São Luís (Praça Pedro II), amanhã, na Igreja Nossa Senhora de Nazaré (Cohatrac), e domingo, no Teatro João do Vale (Praia Grande), as apresentações acontecem sempre às 19h. A apresentação recebeu o nome de A Grande Música do Maranhão e está inserida dentro dos Projetos Viva 400, uma iniciativa do Convention & Visitors Bureau, com patrocínio da Vale e do Banco da Amazônia.
De acordo com o diretor musical de orquestra, Alberto Dantas, a Orquestra Histórica 400 foi criada especialmente para o evento e reúne músicos de diversas cidades brasileiras. A parte de instrumentos de corda é formada por músicos da Orquestra Sinfônica da Paraíba, e a de sopros por músicos maranhenses da Escola de Música Lilah Lisboa de Araújo. "O coro, por sua vez, será composto por oito solistas paulistas, considerados os melhores do Brasil", disse Alberto Dantas.
Entre as peças, serão executadas três obras instrumentais, com a Marcha Fúnebre, de Francisco Libânio Colás, do século XIX, e a Ária da quarta corda da suíte número 3, de Johann Sebastian Bach. O encerramento será instrumental, com Obertura Coreolano, de Beethoven. Na parte de piano e octeto, será executada Missa Solene, do compositor maranhense Antônio Rayol.
Para a orquestra sinfônica e o coro de solistas, ficou reservada a peça Dous Psalmos, de Leocádio Rayol, irmão de Antônio Rayol. Além disso, será executada também a música mais antiga do Maranhão, provavelmente produzida no século XVIII, intitulada Missa Defunctorum. Os cantores líricos estarão sob a direção de Victor Vieira e o acompanhamento será da pianista Rosemary Fontoura.
Para chegar à formação final do espetáculo musical, foram meses de produção, ensaios e preparativos para reunir cantores, músicos e profissionais reconhecidos em todo o Brasil. Além das apresentações gratuitas ao público, o concerto será registrado em DVD e integrará parte da coletânea do projeto.
O concerto A Grande Música do Maranhão tem o objetivo de recuperar a memória musical da cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. Serão catalogadas 400 músicas mais relevantes nesses quatro séculos e registradas em 20 CDs. Além das gravações, o projeto está recuperando e transcrevendo as partituras mais importantes de compositores do período imperial do Maranhão, como os irmãos Leocádio, Alexandre e Antônio Rayol, que terão suas obras publicadas em edição de luxo.
Segundo Nan Sousa, idealizador e coordenador-geral do projeto A Grande Música do Maranhão, os concertos serão padronizados, mas haverá algumas alterações em peças musicais de um para outro. "Nós estamos trazendo grandes músicos para participarem desse concerto, que é o nosso presente musical para o aniversário de 400 anos de São Luís. Somente da Paraíba vieram 20, sendo que alguns já estiveram em outras oportunidades em São Luís. Daqui do Maranhão, teremos pelo menos 14 músicos", disse Nan Sousa.
Inspiração - A inspiração para o trabalho vem do Inventário de João Mohana, intelectual, sacerdote, escritor e pesquisador musical que registrou 3 mil obras em todo o território maranhense, resultando na mais importante coleção musical do Meio-Norte brasileiro.
João Miguel Mohana, que morreu no dia 12 de agosto de 1995, foi um padre, médico e escritor brasileiro, compositor e um entusiasta da cultura maranhense. Seus pais, Miguel e Anice Mohana, eram imigrantes libaneses. João Mohana viveu nas cidades de Coroatá, Bacabal e Viana até o fim de sua adolescência, quando decidiu trasladar-se para São Luís a fim de iniciar seus estudos secundários.
No final da década de 1940, Mohana foi estudar Medicina na Universidade Federal da Bahia. Em 1952, lançou seu primeiro livro, o romance O outro caminho, pelo qual recebeu o prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras. Apesar de ter sido obrigado a seguir medicina, sua grande vocação era o sacerdócio e, em 1955, após a morte de seu pai, entrou para o Seminário de Viamão, no Rio Grande do Sul, tornando-se padre em 1960. Em 1970, foi eleito membro da Academia Maranhense de Letras, ocupando a cadeira n° 3.
Na capital maranhense, o padre desenvolveu importante atuação cultural, como presidente da Ação Católica, arregimentando novos talentos em torno do teatro, cinema, música e literatura, visando nova linguagens, movimento vitorioso com a revelação de valores que passariam a figurar no cenário cultural brasileiro.

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