Justin Bieber - O menino Midas
Com só um CD lançado, Justin Bieber, 17, é a terceira celebridade mais lucrativa do globo; entenda o sucesso (comercial) do canadense, que vem ao Brasil
CHICO FELITTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se Justin Bieber vivesse no Brasil, onde faz quatro apresentações em outubro, seria acompanhado de perto pela Receita Federal. É que o cantor, de 17 anos, lucrou US$ 53 milhões em 2010, o equivalente a R$ 84 milhões, valor que o colocaria na categoria de grande contribuinte. E a cifra deve ser ainda maior neste ano, estima a revista "Forbes".
Nada mau para um cantor com apenas quatro anos de carreira e cujas obras são um CD ("My World 2.0", de 2010) e um filme 3D ("Justin Bieber: Never Say Never", de 2011).
Só que a máquina de fazer dinheiro de Bieber não foca apenas em música. A turnê que ele fez em 2010 ficou na 12ª posição entre as mais lucrativas dos EUA, atrás da do cantor John Mayer.
Vicent M. de Gradpre, economista da Universidade Columbia (EUA), analisou a carreira de Bieber. "O mercado teen é enorme, e música é só pretexto. Mas tem data de validade. Porque o ídolo logo cresce e vem o próximo." A tática é lucrar muito e rápido. "Agora, é hora de aproveitar toda a fama para associar sua cara a tudo o que se move", explica Gradpre.
E ELE CANTA?
Mas Justin Bieber vende mais porque canta bem ou só canta para vender mais? A Folha procurou nove acadêmicos brasileiros para analisar o fenômeno Bieber. Uns disseram não conhecê-lo, outros declinaram por considerá-lo irrelevante.
Um filósofo da Unicamp sintetizou: "Não tenho o mais remoto interesse pelo Britney Spears de coturno". Já na Universidade de Nevada (EUA), a socióloga Gwen Sharp estuda o cantor há um ano. Para ela, o sucesso dele independe da música. "É hipersexualização. Ele é um misto de libido precoce, focada nas mães, com doçura, para as filhas. É um mercado mais abrangente do que os garotos que vieram antes."
Para Sharp, a foto da revista "Vanity Fair" em que o torso nu de Bieber é acariciado por uma dúzia de mãos revela muito. "Se fosse um menino qualquer, seria aceitável?"
A sensação de que Justin é um menino qualquer é o que o faz célebre, diz a analista de mídia Joan Struff. "Ele criou uma síndrome de Cinderela virtual, de que qualquer um que coloque vídeos na internet pode ser descoberto. Mas isso não se repete", afirma Struff.
Justin foi descoberto "por acidente" em 2007, pelo produtor Scooter Braun. Navegando na internet, ele clicou em falso no vídeo de um garoto que cantava fino um cover do cantor Ne-yo, num concurso em Atlanta (EUA). "Ao parecer comum, ele se tornou excepcional", afirma Struff. "Parecer" não é o único verbo que o produtor Maurice Starr usa para defini-lo. "Ele é bom. O timbre lembra o de Michael Jackson. E ele toca bem violão, piano, bateria e trompete. E dança OK. É um artista completo", diz.
Para o produtor, a internet só teve um papel nessa história: "Dar a uma gravadora um pote de ouro ainda novinho".
CHICO FELITTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Se Justin Bieber vivesse no Brasil, onde faz quatro apresentações em outubro, seria acompanhado de perto pela Receita Federal. É que o cantor, de 17 anos, lucrou US$ 53 milhões em 2010, o equivalente a R$ 84 milhões, valor que o colocaria na categoria de grande contribuinte. E a cifra deve ser ainda maior neste ano, estima a revista "Forbes".
Nada mau para um cantor com apenas quatro anos de carreira e cujas obras são um CD ("My World 2.0", de 2010) e um filme 3D ("Justin Bieber: Never Say Never", de 2011).
Só que a máquina de fazer dinheiro de Bieber não foca apenas em música. A turnê que ele fez em 2010 ficou na 12ª posição entre as mais lucrativas dos EUA, atrás da do cantor John Mayer.
Vicent M. de Gradpre, economista da Universidade Columbia (EUA), analisou a carreira de Bieber. "O mercado teen é enorme, e música é só pretexto. Mas tem data de validade. Porque o ídolo logo cresce e vem o próximo." A tática é lucrar muito e rápido. "Agora, é hora de aproveitar toda a fama para associar sua cara a tudo o que se move", explica Gradpre.
E ELE CANTA?
Mas Justin Bieber vende mais porque canta bem ou só canta para vender mais? A Folha procurou nove acadêmicos brasileiros para analisar o fenômeno Bieber. Uns disseram não conhecê-lo, outros declinaram por considerá-lo irrelevante.
Um filósofo da Unicamp sintetizou: "Não tenho o mais remoto interesse pelo Britney Spears de coturno". Já na Universidade de Nevada (EUA), a socióloga Gwen Sharp estuda o cantor há um ano. Para ela, o sucesso dele independe da música. "É hipersexualização. Ele é um misto de libido precoce, focada nas mães, com doçura, para as filhas. É um mercado mais abrangente do que os garotos que vieram antes."
Para Sharp, a foto da revista "Vanity Fair" em que o torso nu de Bieber é acariciado por uma dúzia de mãos revela muito. "Se fosse um menino qualquer, seria aceitável?"
A sensação de que Justin é um menino qualquer é o que o faz célebre, diz a analista de mídia Joan Struff. "Ele criou uma síndrome de Cinderela virtual, de que qualquer um que coloque vídeos na internet pode ser descoberto. Mas isso não se repete", afirma Struff.
Justin foi descoberto "por acidente" em 2007, pelo produtor Scooter Braun. Navegando na internet, ele clicou em falso no vídeo de um garoto que cantava fino um cover do cantor Ne-yo, num concurso em Atlanta (EUA). "Ao parecer comum, ele se tornou excepcional", afirma Struff. "Parecer" não é o único verbo que o produtor Maurice Starr usa para defini-lo. "Ele é bom. O timbre lembra o de Michael Jackson. E ele toca bem violão, piano, bateria e trompete. E dança OK. É um artista completo", diz.
Para o produtor, a internet só teve um papel nessa história: "Dar a uma gravadora um pote de ouro ainda novinho".
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