Escolas de samba maranhenses já esquentam os tamborins
Jornal O Estado do Maranhão - Caderno Alternativo
Escolas de samba de São Luís preparam seus desfiles
para o Carnaval 2018 com enredos que vão de homenagens a figuras ilustres a
personagens históricos
Algumas escolas de samba de São Luís intensificam
os preparativos para fazer bonito na Passarela do Anel Viário e brigar pelos
primeiros lugares do concurso que elegerá a melhor agremiação em 2018. Faltando
poucos meses para o Reinado de Momo, Favela do Samba, Flor do Samba, Terrestre
do Samba e Império Serrano divulgaram seus enredos e têm aberto seus barracões
para atividades e ensaios para o Carnaval.
A Flor do Samba levará para o Anel Viário o
centenário de Balsas. “Hoje tem Festança e Cantoria, é a Flor em Balsas! No
centenário da cidade querida” contará na avenida a trajetória do município
maranhense, suas riquezas, personagens e fatos marcantes no ano em que a cidade
completará 100 anos de fundação.
Nesta sexta-feira, 20, a agremiação promoverá a
segunda eliminatória do concurso do samba-enredo, às 21h, na Praça da Flor, no
Desterro. Da primeira eliminatória, duas propostas foram classificadas para a
final, as dos compositores Phellipe Sapuca e Carlos Boni, e a de Valmir Sales,
Bill Maravilha, Silvio Rayol e Camarão Mendes. A etapa final acontecerá no dia
27.
A Flor do Samba é um dos Pontos de Cultura, projeto
do governo federal e prefeitura de São Luís e beneficiou com oficina, no
primeiro semestre deste ano, 30 ritmistas da bateria Flor do Amanhã. Também ofertou
a capacitação em impressão em acetato, formando 10 crianças e adolescente da
comunidade do Desterro, bairro sede da escola. As oficinas duraram três meses e
o trabalho foi voltado para o desfile de 2018.
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Serrano
promoveu concurso para definir o hino oficial que vai ser entoado no Carnaval
de 2018 no último dia 15 de outubro. A festa aconteceu na sede da escola, no
Monte Castelo. O enredo é “Ana Jansen, histórias e lendas de um Império”, do
carnavalesco Wilson Bozó. Ao todo, quatro propostas participaram da disputa e a
vencedora foi a de Luann Correa, Clayton Canhoto e Loren Correa.
De acordo com o presidente da Império Serrano,
Nélio Silva, a escola vem dividida em dois quadros: um apresentando a mulher
poderosa, dona de escravos e com muitos inimigos e o segundo com as lendas e
mitos que surgiram em torno da figura de Ana Jansen após sua morte. “A escolha
do enredo visa mostrar o que ela representou no período em que viveu. Foi uma
mulher poderosa e este poder feminino no maranhão não foi compreendido, até
mesmo por ser mulher e ter poder, seus inimigos construíram uma imagem
pejorativa. A escola vai exaltar a importância dela, mas sem deixar se falar
dos mitos que surgiram após sua morte”, destaca o presidente Nélio Silva.
Literatura
A Terrestre do Samba vai homenagear o jubileu de
ouro do bairro Anjo da Guarda, surgido a partir do incêndio no bairro Goiabal,
na Madre Deus, registrado em 14 de outubro de 1968. De acordo com o presidente,
Biné Bulhões, e o jornalista, poeta, folclorista e compositor Herbert de Jesus
Santos, a base para a sinopse e concepção do samba-enredo é o livro “Um Terço
de Memória, Entre o Anjo da Guarda e Capela de Onça e os Heróis do Boi de
Ouro”, de autoria de Herbert Santos.
O livro traz desde a visão do Goiabal pegando fogo,
até a ida dos removidos para os seus novos endereços e como constituíram o
núcleo habitacional mais populoso da área Itaqui-Bacanga.
Quem também terá a literatura como ponto de partida
é a Favela do Samba, cuja escolha do samba enredo acontecerá apenas em
novembro. A diretoria da escola campeã do Carnaval de 2017, representada pelo
presidente João Moraes e pelo diretor de Carnaval, Euclides Moreira Neto,
levará para a disputa de mais um título enredo inspirado no livro “A Coluna
Revolucionária Prestes a Exilar-se”, de autoria do escritor e membro da
Academia Maranhense de Letras, Sálvio Dino, com o enredo “Visões da Coluna
Prestes: nas trilhas do Sul do Maranhão, uma coluna vertebrada, com ossos
feitos de sonhos e esperanças”.
Para o presidente da Favela, o advogado João
Moraes, o livro de Sálvio Dino é uma obra rica em detalhes e possibilita um
excelente roteiro carnavalesco para a escola do Sacavém. “Vamos revisitar
aquele movimento político com a leveza de um olhar poético-crítico para
produzirmos um grande desfile na passarela do samba”, destacou Moraes.
O presidente da agremiação destaca que o escritor
autorizou a utilização de seu livro para fundamentar o roteiro da Favela do
Samba. “Agora cabe à escola se debruçar sobre as informações prestadas pelo
escritor para realizar um grandioso desfile em forma de ópera carnavalesca”,
planeja João Moraes. A final do concurso para a escolha do samba-enredo
acontecerá em novembro.
“No Jubileu de Álamo, Oxóssi recebe o Panteão dos
Orixás no Xiré da Mangueira” é o enredo da Turma da Mangueira para o Carnaval
de 2018. A escola fará a celebração de 90 anos - Jubileu de Álamo – para
demarcar um ano santo que se refere ao carneiro cujo chifre foi usado para
anunciar o ano festivo trazendo de volta escravos em seu estado anterior de
liberdade, não sendo mais servos de homens e sim apenas do criador.
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