Moacir Amorim, de 80 anos, é um dos coordenadores do evento, e descreve muito bem o sentimento de quem passa boa parte da vida organizando essa grande festa. “Eu comecei na Festa do Divino sendo mestre sala, quando tinha vinte anos de idade e hoje, com 80 anos, posso dizer que a Festa do Divino faz parte da minha vida. Sem ela, eu não seria nada do que sou hoje”, conta emocionado.

Com um pouco mais de vinte e um mil habitantes, a cidade de Alcântara abriga a festa de origem Portuguesa, desde o século XVI e se prepara todos os anos para receber pessoas de todos os cantos do mundo no período. Segundo a coordenação, mais de mil pessoas estão envolvidas diretamente com a organização dos doze dias da festa. “São onze casas de ‘festeiros’, personagens da corte que compõem cada edição da festa, sendo nove mordomos baixos, um mordomo e um Imperador, personagens que, durante os dias de festejo, são cercados de muita fartura e luxo”, completa Sr. Moacir.

Segundo o coordenador, a fé move os integrantes da corte imperial do Divino Espírito Santo. “A felicidade que eles têm de participar da festa, fazendo os doces e licores, abrindo as portas de suas casas para pessoas de todos os lugares e ficando noites sem dormir, é o reflexo da fé e paixão pelo Divino Espírito Santo”, explica.
Além da corte, existem as caixeiras do Divino, mulheres que tocam as melodias marcantes das “caixas” durante a abertura e fechamento da tribuna, com louvações para o divino e santo homenageado. Elas são as responsáveis pelas honras ao império, acompanham toda a programação e são personagens marcantes do festejo.

Em cada casa, é montado um verdadeiro banquete para receber a visita dos membros da corte, caixeiras e visitantes em geral que saem em cortejo para as casas dos festeiros, depois das missas realizadas na Igreja de Nossa Senhora do Carmo. São doces, licores, bolos, cachaças, arroz temperados, carnes de todos os tipos e comidas típicas da culinária alcantarense sendo servidos de forma gratuita para todos os participantes da festa.

Pontos da Festa

Além das casas da corte e das missas na Igreja Matriz da cidade, um dos pontos altos da festa acontece no salão nobre do Palácio Imperial de Alcântara, local onde é montado um altar para apresentação dos membros da corte.

Como chegar

De barco: É necessário pegar um catamarã, escuna ou lancha, no Terminal Hidroviário Praia Grande, que fica no Centro Histórico de São Luís. Os bilhetes variam de acordo com o tipo de embarcação: barco e lancha, custam R$ 15,00 (cada trecho).

Ferry Boat: A saída é do terminal da Ponta da Espera (São Luís) até o terminal do Cujupe (Alcântara). A travessia dura em média uma hora e vinte minutos e custa R$ 11 para passageiros e a partir de R$ 30 para veículos. Do Cujupe, o caminho segue pela BR-222, em uma viagem que dura cerca de uma hora e meia.