ENTÃO, É NATAL - Novos símbolos vão sendo criados conforme as tradições familiares

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ENTÃO, É NATAL - Novos símbolos vão sendo criados conforme as tradições familiares

 JORNAL O ESTADO - JOCK DEAN

Famílias recriam simbolismo nos presépios conforme costumes particulares; adaptações vão desde a homenagem a membros da família, até mudanças no rito de montagem e queimação das palhinhas, tradições que passam por gerações
O mais comum é que os presépios sejam montados no início de dezembro e desfeitos no dia 6 de janeiro, Dia de Reis, quando são queimadas as palhinhas, com votos de um bom ano, encerrando o ciclo natalino. Mas em São Luís algumas famílias criaram tradições próprias, que vão desde os itens colocados no ornamento, até o período de manutenção da peça no interior das residências. No Centro, anjos representam membros da família. Já no Maracanã, familiares montam o presépio na véspera do Natal e desfazem apenas em fevereiro.

Há mais de 20 anos, o cantor Gabriel Melônio e a esposa Vera Lúcia Silva Penha mantêm uma tradição herdada da avó do cantor. Tudo começou quando ele ainda observava a avó preparando o cenário de for­ma artesanal, decorando com ra­mos de murta e pintando ela mes­ma uma cartolina azul a estrela guia ao fundo do presépio. Com o falecimento dela e com filhos pequenos, ele decidiu manter a tradição. “Ela montava o presépio do quarto. Mas dessa época eu me lembro também de presépios grandiosos montados em igrejas como a do Carmo, que era um presépio que se movimentava”, lembrou.


Assim como a avó, ele mantém a tradição do presépio artesanal. Todos os anos ele compra murta, ariri e os demais itens que vão compor o presépio. Mas o cantor fez algumas mudanças na montagem. Do quarto o presépio foi para a sala. Além disso, hoje ele conta com a ajuda do artista plástico Sebastião Cardoso na montagem da peça, que ganhou alguns personagens especiais. “Este ano, eu estava andando na rua e vi um anjo que me fez lembrar meu neto, então, o comprei. Ainda esta semana vou comprar uma anjinha para representar mi­nha neta, que faz um ano em janeiro”, informou.
E é só por causa da neta que este ano ele deve queimar as palhinhas do presépio nos primeiros dias de janeiro. “Por ele, o presépio passava o ano todo armado. Já che­gou a desmontar dias antes do Carnaval. Teve um ano em que queimou as palhinhas no período de Carnaval. O povo brincando na Rua do Passeio [onde moram] e a gente queimando palhinhas em casa”, contou a filha Gabriela Pe­nha, que participa da montagem do presépio junto com o pai.

No dia da queimação das palhinhas, quando o presépio é desfeito, há distribuição de bolos, chocolate, refrigerante e a tradicional ladainha com a presença de rezadeiras cantando em latim. “Toda a família se envolve na montagem. A festa da queimação de palhinha reúne to­dos os amigos e familiares”, afirmou Gabriel Melônio.



Outras datas 
No Maracanã, Esmeralda Santos Coutinho, 65 anos, mantém uma tradição de mais de 100 anos, iniciada pela sua bisavó. Só que a família criou um rito próprio. O presépio é montado na véspera do Natal, dia 24, e desmontado apenas no dia 2 de fevereiro. E não é apenas essa a mudança no rito. “A gente queima as palhinhas duas vezes. No dia 7, quando encerramos o festejo dos Santos Reis, a gente queima algumas palhinhas, mas é no dia 2 que fazemos mesmo toda a celebração de queima das palhinhas”, explicou.

Toda a família participa da montagem do presépio que antes era feito de areia, ariri e outras ramas tipicamente usadas no ornamento, mas como esse ano o presépio mudou de casa, é a primeira vez na casa de Esmeralda Santos Coutinho, eles decidiram mudar também a montagem. “A gente está construindo uma base de tijolos em um salão aqui do terreno, por que ele não cabe dentro da minha casa”, explicou.

A família mantém essa tradição porque foi assim que a bisavó de Esmeralda Santos Coutinho começou com a devoção. Ela repassou para os seus descendentes que cumprem o ritual fielmente. “Eu não sei dizer por que ela fazia assim, mas foi des­se jeito que a gente aprendeu. Por isso que é desse jeito que fazemos”, disse a dona de casa.
SAIBA MAIS SOBRE A TRADIÇÃO
A tradição católica diz que o presépio (do latim praesepio) surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo mais realista possível. Com a permissão do papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos, e vários outros animais. Neste cenário, foi celebrada a Missa de Natal. O sucesso dessa representação do presépio foi grande e, rapidamente, se espalhou por toda a Itália e pelo mundo. No Brasil, a arte chegou com os padres jesuítas. Em todas as religiões cristãs, é consensual que o presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeira-mente inspirado nos Evangelhos.

PERSONAGENS DO PRESÉPIO

Menino Jesus: é o filho de Deus, escolhido para ser o salvador do povo.
Virgem Maria: é a mãe Jesus Cristo.
São José: esposo de Maria e pai adotivo do Menino Jesus.
Gruta ou curral: é o local simbolizado pelo presépio. O curral era onde se guardava o gado. Por isso, no presépio, o Menino Jesus fica sobre palhas, numa manjedoura.
Manjedoura: é um lugar de aconchego onde Jesus ficou quando nasceu, utilizado como berço.
Um burro, um boi, o galo e as ovelhas: os animais representam a simplicidade do local onde Jesus nasceu. O boi representa ainda a bondade, a força pacífica, o povo hebreu e o sacrifício. O burro simboliza a humildade e os pagãos. O galo anuncia a chegada de Jesus, uma boa nova. Já as ovelhas, além de serem os animais dos pastores, simbolizam que Jesus veio ao mundo para sacrificar-se pelos pecadores.
Anjos: os anjos anunciam aos pastores a chegada do filho de Deus.
Pastores: os pastores são homens do campo, que simbolizam a simplicidade do povo, já que Deus acolhe a todos sem se importar com sua condição social. Representam ainda o povo hebreu.
Estrela de Belém: a estrela de Belém é aquela que se coloca no alto da árvore de Natal. Foi ela que guiou os três Reis Magos quando Jesus Cristo nasceu.
Três Reis Magos: Gaspar, Baltasar e Belchior representam os povos pagãos. Eram considerados sábios. Estes três nomes simbolizam as raças distintas, representando a universalidade da salvação. Eles vieram do Oriente conduzidos pela estrela. Chegaram à cidade de Belém, local de nascimento do Menino Jesus, trazendo presentes: mirra, ouro e incenso. O ouro representava a realeza, a mirra era símbolo da paixão e o incenso é oferecido a Deus, que representa a divindade de Jesus.


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