Balaiada em publicação
De autoria do historiador e professor Matthias Röhrig Assunção,
o livro “De caboclos a bem-te-vis, formação do campesinato numa sociedade
escravista: Maranhão 1800-1850” será lançado hoje
Após um hiato de mais
de 20 anos, finalmente pesquisadores, estudantes e interessados no tema podem
ter em mãos o livro “De caboclos a bem-te-vis, formação do campesinato numa
sociedade escravista: Maranhão 1800-1850”, do historiador e professor Matthias
Röhrig Assunção. O trabalho, resultado da tese de doutorado do pesquisador,
escrita entre os anos de 1980 e 1981 e publicada na Alemanha em 1993, chega em
sua versão em português pela editora Anna Blume, de São Paulo. O lançamento
será hoje, às 18h30, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho (Praia
Grande). O livro será lançado na próxima semana no Rio de Janeiro.
Mas,
não se trata apenas de uma tradução da tese, já que o livro foi sendo reescrito
ao longo dos anos. “É uma versão ampliada, fui refazendo alguns capítulos com a
ajuda de outros pesquisadores e novas fontes de arquivo, em particular de
Portugal e Inglaterra”, ressalta o professor que morou no Maranhão no início da
década de 1980 e publicou, em 1988, o livro “A guerra dos bem-te-vis: a
Balaiada na memória oral”. Livro que, em 2008, foi reeditado pela Universidade
Federal do Maranhão.
Além
das novas fontes incorporadas, o professor diz que o livro também dialogou com
outros trabalhos publicados a partir de 1993 e que essa discussão foi até 2006,
ano em que concluiu o texto original em português. “O livro era para ter sido
publicado naquele ano, mas por razões alheias à minha vontade, isso não
ocorreu”,diz Matthias Assunção.
Nas
palavras do professor, o livro é uma tentativa de contar uma história regional
e singular, de como condições específicas favoreceram o desenvolvimento de um
campesinato não só em fazendas escravagistas, mas também em seu entorno. “Para
isso, analiso aspectos diferentes, que vão desde a história do meio ambiente, a
demografia, a propriedade da terra, estrutura social e economia até alcançar a
história dos movimentos sociais e políticos”, destaca.
Importante
fonte de pesquisa, o livro tem como ponto de partida a Balaiada, ocorrida entre
os anos de 1838 a 1841. Dividido em quatro capítulos – “Da terra virgem à terra
das palmeiras”; “A evolução da população”; “A luta pela terra”; “Economia e
sociedade no Maranhão” – cada um deles tem subdivisões que aprofundam as
discussões salientando o percurso histórico singular do Maranhão no cenário
brasileiro.
Autor
Matthias
Röhrig Assunção é professor titular de História na Universidade de Essex, no
Reino Unido. È autor, entre outros, dos livros “A guerra dos bem-te-vis: a
Balaiada na memória oral” e “Capoeira. The Historyofan Afro-BrazilianMartial
Art. No âmbito da capoeira, o professor dirigiu ainda o documentário “Jogo de
Corpo – Capoeira e Ancestralidade”.
O
filme, de 87 minutos, foi exibido na noite da última terça-feira, no Cine Praia
Grande. O trabalho documenta jogos de combate, danças e instrumentos musicais
no sul de Angola e explora possíveis vínculos com tradições afro-brasileiras,
em particular a capoeira. “O estudo é em sua maior parte feito em Angola, mas
também retrata Bahia e Rio de Janeiro”, diz o professor que em São Luís, ainda
na década de 1980, teve contato com o falecido mestre capoeirista Sapo,
fundador da capoeira maranhense moderna.
Matthias
Assunção explica que o filme foi gravado entre os anos de 2010 e 2012 e conta a
história do Mestre Cobra Mansa, que procura entender sua herança
afro-brasileira e em particular explorar a ancestralidade de sua arte, a
capoeira.
“Jogo
de Corpo” já foi apresentado em diversos festivais tendo sido premiado no
Zanzibar, Estados Unidos e Inglaterra e traz uma história de jogos de combate,
danças e músicas que conectam o Brasil e a África desde os tempos da escravidão
até o presente. l
Serviço
O quê
Lançamento
do livro “De caboclos a bem-te-vis, formação do campesinato numa sociedade
escravista: Maranhão 1800-1850”, do historiador e professor Matthias Röhrig
Assunção
Quando
Hoje,
às 18h30
Onde
Centro
de Criatividade Odylo Costa, filho – Praia Grande
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