CARNAVAL 2015 : Confira as letras dos sambas que vão sacudir a Sapucaí
- Viradouro - ‘Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de graça!’
Os negros / Trazidos lá do além-mar / Vieram para espalhar / Suas coisas transcendentais / Respeito / Ao céu, à terra e ao mar / Ao índio veio juntar / O amor à liberdade
A força de um baobá / Tanta luz no pensar / Veio de lá / A criatividade/
Em cada palma de mão, cada palmo de chão /Semente de felicidade / O fim de toda a opressão, o cantar com emoção / Raiou a liberdade / Tantos o Preto Velho já curou / A Mãe Preta amamentou / Tem alma negra o povo / Os sonhos tirados do fogão / A magia da canção / O Carnaval é fogo / O samba corre / Nas veias dessa pátria-mãe gentil / É preciso atitude / De assumir a negritude/ Pra ser muito mais Brasil / Ôôôô, ôôôô, ôôôô Brasil
- Portela - ‘Imaginário, 450 janeiros de uma cidade surreal’
Oh, meu Rio/ A Águia vem te abraçar e festejar/ ‘Feliz Cidade’ sem igual/ Paraíso divinal/ E eu ‘daqui’ feito ‘dali’/ Em traços te retrato surreal/ A natureza lhe foi generosa/ Na Guanabara ‘formosa mulher’/ Despertou cobiça, beleza sem fim/ ‘Delícias’ de um ‘nobre Jardim’
Eu vi o ‘Menino do Rio’ versar
Um lindo poema/ Para impressionar a ‘Princesinha do Mar’/ Sonhando com a ‘Garota de Ipanema’/ Vem amor, a Lapa dá o ‘Tom’ pra boemia/ Vem amor, a nave da emoção nos contagia/ Lá vem o trem chegando com o povo do samba/ Lá vai viola, o batuque só tem gente bamba/ Tão bela! Orgulhosamente a Portela/ Vem cantar em seu louvor ô ô ô ô/ ‘Central’ do meu Brasil inteiro/ Morada do Redentor
Sou carioca, sou de Madureira/ A Tabajara levanta poeira/ Pra essa festa maneira meu bem me chamou/ Lá vem Portela malandro, o samba chegou
Grande Rio - ‘A Grande Rio é do baralho’
O jogo começou/ Sou eu que dou as cartas na Avenida/ E nessa disputa de poder/ Eu não quero saber, vou jogar pra vencer/ Sou ‘Rei’, venha ser a minha ‘Dama’/ No castelo de quem ama/ Sou teu ‘servo’, minha linda flor/ A surpresa está na manga/ Meu trunfo de maior valor/ Pra saber o meu destino... Fui buscar/ A resposta no tarô e encontrei o amor/ A chave para abrir o meu caminho/ Num raiar de um novo dia a cigana revelou/ Estrelas me guiam à luz do luar/ Além dos mistérios eu vou viajar/ A ‘água’ da ‘terra’ eu vejo brotar/ O ‘fogo’ ardendo envolto no ‘ar’/ O meu amanhã como posso saber?/ Chegou minha hora eu não posso perder/ De um jeito esperto, num lance incerto/ A última carta vai surpreender/ Canta Caxias, o meu coringa é você/ Eu vou na ginga, jeito malandreado/ Vem cá, menina, começou o carteado/ Se você veio ver, então vamos jogar/ Chegou Grande Rio... Pode apostar!
- São Clemente - ‘A incrível história do homem que só tinha medo da Matinta Pereira, da Tocandira e da Onça pé de boi’
Chega mais.../ Mas vem sem medo, hoje é Carnaval/ Artista brasileiro genial/ E nem Matinta Pereira hoje vai lhe calar/ Vem bicho brabo e onça sambar/ Clementiano é fiel não/ abandona/ Vem pra folia Fernando Pamplona/ De Rio Branco a Rio Branco aprendeu/ Se encantou com esta festa popular/ E quando foi julgador o desfile atrasou/ Seu coração salgueirou/ Zambi é Zumbi, Chica da Silva mandou... ôôôô/ Exaltando o negro pro mundo inteiro cantar/ Pega no ganzê, pega no ganzá/ Idealista, grande vencedor/ Fez o desfile ganhar outra dimensão/ Choveram críticas, meu professor/ Junto aos confetes e alegria do povão/ Hoje, sua herança desfila aqui/ Lindo girassol começa a se abrir
É o mestre/ Que segue o astro rei lá no infinito/ O céu ficou ainda mais bonito/ Todos querem aplaudir/Vem que a festa é da gente/ Meu orgulho, São Clemente/ Ao gênio maior da Avenida/ Canta Zona Sul, feliz da vida
- Unidos da Tijuca - ‘Um conto marcado no tempo — o olhar suíço de Clóvis Bornay’
Carnaval/ Eterna é nossa união/ Que bom voltar/ Pra reviver esta emoção/ Quem dera com o meu pai reencontrar/ Tantas histórias encantadas/ Se fez o sonho e não quero acordar/ Seres alados, castelos erguidos
Sopro gigante, herói destemido/ Nos montes de neve um anjo a proteger/ Melhor amigo que o homem pode ter/ Gira mundo no tempo, Templo da Invenção/ Tudo cabe no bolso ou na palma da mão/ ‘O som da caixa’/ Jóia de valor/ Quem procura acha, a senha do amor
Novo tempo/ Relativa idade do conhecimento/ Brilhante pensamento/ Explica a vida em todas as direções/ Sábia mente, a hora voa com o viajante/ Brilha o sol num instante/ Aquecendo tantas gerações/ Hoje eu vejo que o ontem/ É o aprendizado para o amanhã/ Suíça, em tua História a inspiração/ Com teus sabores na Avenida/ Quebrando o gelo, lá vem o Pavão/ Deixa o dia clarear Tijuca/ Tá na hora a gente vai à luta/ O relógio disparou, alô gente bamba/ Vai pro Borel o Prêmio Nobel do Samba
- Imperatriz - ‘Axé, nkenda! um ritual de liberdade e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz!’
Foi um grito que ecoou, ‘Axé-Nkenda’!/ A luz dentro de você... Acenda!/ Nada é maior que o amor, entenda/ A voz do vento vem pra nos contar que na Mãe África nasceu a vida/ Pura magia, ‘baobá’ abençoado... Tanta riqueza no Triângulo Sagrado.../ Mistérios! Grandeza! O homem em comunhão com a natureza!/ Tristeza e dor, na violência pelas mãos do invasor/ E o mar levou.. Nossa cultura um Novo Mundo encontrou/ Põe pimenta pra arder, arder, arder!/ Sente o gosto do dendê, o iaiá, oyá/ Tem acarajé no canjerê, tem caruru e vatapá (é divino o paladar)/ Capoeira vai ferver! Vem ver! Vem ver!/ Abre a roda que ioiô quer dançar.. Sambar../ Traz maracatu, maculelê.. É festa até o sol raiar/ Liberdade! Sagrada busca por justiça e igualdade/ E com arte eu semeio a verdade/ O despertar para um novo amanhecer/ Faço brotar a força da esperança/ Deixo de herança um novo jeito de viver!/ Vamos louvar o canto da massa/ Unindo as raças pelo respeito/ Vamos à luta pelos direitos/ Uma ‘banana’ para o preconceito/ ‘Mandela’! ‘Mandela’!/ Num ritual de liberdade/ Lá vem a imperatriz! Eu vou com ela/ Eu sou ‘Madiba’! Sou a voz da igualdade
- Mangueira - ‘Agora chegou a vez vou cantar: mulher da Mangueira, mulher brasileira em primeiro lugar’
Oh, Divina Dama!/ Em cada alvorada te agradeço/ Quando me lembro dos meus tempos de criança/ Sinto tanto orgulho deste chão.../ Cercado pelo verde da esperança/ Vovó guiava minha imaginação/ Descendo o morro entre becos e vielas/ Vejo a primavera desabrochar/ Um mar de rosas perfumando a Passarela/ Deixa a Mangueira passar/ Ora yê yê... Vem, Menininha!/ Entra na roda, quero ver você girar/ Ê ê girar... Baiana, gira/ A Mãe do Samba dança pro seu Orixá
É tão bom ouvir As Pastorinhas/ Ao som de doces melodias/ E as estrelas da nossa canção/ Linda... Na beleza tem poesia/ A Rainha veste a magia/ Das flores em nossa Estação/ Brilha... A porta-estandarte/ Revelando toda arte/ Num bailar que não tem fim/ Desperta, amor!/ Pra ver a Neuma na Avenida/ O povo aplaude Dona Zica/ Sagrado Verde e Rosa nessa história/ Glória... A essas divas tão guerreiras/ A nossa Maria não é brincadeira/ É raça, é fibra, é jequitibá!/ Eu vou cantar a vida inteira/ Pra sempre Mangueira, tem que respeitar!/ Eu vou cantar a vida inteira/ Mulher brasileira em primeiro lugar
- União da Ilha - 'Beleza pura’
Floresceu… desabrochou uma explosão de cor/ Bem-vinda, oh mãe natureza/ Transformando, esbanjando formosura, é beleza pura/ Vem no tempo vai no vento, quem vai julgar/O povo sempre deu um jeito de se enfeitar/Cada um é tão bonito quanto possa imaginar/Sou sambista, minha arte é universal/O que importa é estar na moda, na avenida principal/Me visto de ilusão, transbordo de emoção sou chique estou no Carnaval/Lá vem ela toda prosa, gostosa fiu, fiu/A beleza tá no seu interior nos olhos de quem vê/No verdadeiro amor/Diga espelho meu no swing dessas feras/Tem mais bela do que eu? ele respondeu:/No reino encantado, quem nasce pra brilhar,/Jamais se apagará/Mamãe tô forte e tenho sorte/Meu charme é passaporte para ser superstar/Eu tô na tela da TV sou a cara da riqueza/Tiro foto de mim mesmo eu só quero aparecer/Vim sem nada pra vida, nada vou poder levar/O meu destino diz, que eu serei feliz/A ilha chegou, a festa começou/O show é da comunidade/Sem desmerecer ninguém, sou a mais linda encantando a cidade
- Salgueiro - 'Tem amor nesse tempero'
Tem amor nesse tempero... Salgueiro / Esse ‘trem é bom demais’/ Vem dos tempos dos meus ancestrais/ Foi o índio que ensinou / Com sua sabedoria / O jeito de aproveitar, tudo que a terra dá no dia a dia/ É de dar água na boca, se lambuzar / Visitar o paraíso... e sonhar/ O danado desse cheiro sô... ô sinhá / Atiçou meu paladar... ô sinhá / Já bebi uma ‘purinha’ vim sambar na academia / E não quero mais parar... ô sinhá / O ouro desperta ambição / Da fome nasce a criatividade / O branco, o negro e seus costumes
Trazendo muito mais variedade / Um elo em comunhão / E a culinária virou arte e tradição/ É no tacho... na panela... mexe com a colher de pau/ Saberes e sabores lá do fundo do quintal/ Peço a Nossa Senhora pra não deixar faltar / É divina... que delícia... pronta pra saborear/ Prepara a mesa bota a fé no coração / Numa só voz vai meu samba em louvação / É o meu Salgueiro com gosto de quero mais / Oh Minas Gerais!
- Mocidade - ‘Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só restasse um dia?’
Você, o que faria/ Se o mundo fosse acabar e só lhe restasse este dia pra viver?/ Ver tudo ruir, a terra tremer!/ O chão se abrindo aos seus pés/ A profecia vai acontecer!/ Vem.. é o juízo final!/ Viva.. o amanhã não vem mais!/ Solte... toda alegria!/ libere a sua fantasia!/
É de enloquecer amor../ É contagem regressiva/ Eu já tô louco, sou Vintém, sou Padre Miguel!/ Cada segundo vou curtindo a vida!/ A hora é essa.. não há mais tempo a perder/ Não tem limites.. diga o que vai fazer?/ De novo voltar ser criança?/ De bem com os amigos.. brincar?/ Andava pelado?/ Iria pro shopping ou malhar?/ Sem restrições morrer de amor?/ Faria a tristeza sumir?/ Na batida do tambor.../ roda baiana.. cai nesta folia!/ De verde e branco vem com a bateria!/ Invade... se joga.. na felicidade/ Fazendo a vontade do seu coração/ Hoje é o dia.. vem se ‘acabar’/ Deixa a mocidade te levar!
- Beija-Flor - ‘Um griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade’
Vem na batida do tambor/ Voltar na memória de um griô/ Fala cansada, mãos calejadas/ Ouça o menino beija flor…/ ceiba, árvore da vida/ Raízes na verde imensidão/ Na crença de tribos antigas/ Força e povoada nesse chão/ O invasor singrou o mar/ Partiu em busca de riquezas/ E encontrou nesse lugar/ novas índias, outras realezas/ Destino trocado, tratado se faz/ Marejam os olhos dos ancestrais/ Negro canta, negro clama/ Liberdade!/ Sinfonia das marés/ Saudade!/ Um africano rei que não perdeu a fé/ Era meu irmão, filho da Guiné!/ Formosa, divina ilha/ testemunha dos grilhões/ Eu vi a escravidão erguer nações/ Mas a negritude se congraça/ A chama da igualdade não se apaga/ Olha a morena na roda e vem sambar/ Na ginga do balélé, cores no ar/ Dessa mistura vem meu axé…/ Canta brasil! dança guiné!/ criança! levanta a cabeça e vá embora!/ No mar que trouxe a dor/ Riqueza aflora/ Tens uma família agora!/ Quem beija essa flor não chora/ Sou negro na raça, no sangue/ e na cor/ Um guerreiro beija flor/ Oh minha deusa soberana!/ Resgata sua alma africana.
- Vila Isabel - ‘O maestro brasileiro na Terra de Noel...Tem partitura azul e branca da nossa Vila Isabel’
O envolvimento suave da batuta/ Com a poesia do povo de noel/ Em sintonia o mestre/ e seus movimentos/ E o samba de vila isabel/ Tá na sua regência/ A doce magia e a inspiração/ Pra gente tocar feliz/ O clássico na mais pura raiz/ Mais cordas, metais/ A valorizar as notas musicais/ Traz o sopro de paz/ eu quero curtir o guarani/ Na arte retratos da vida/ O amor de ceci e peri/ Viver é amar e sonhar/ No som do ‘menino brasil’/ O ‘canto do uirapuru’/ Villa Lobos a emocionar/ Seguem no compasso a swingueira/ Orquestra brasileira, o balé/ bailam passista, porta bandeira/ E a bailarina na ponta do pé/ Solto então a voz na canção/ Que emociona a todos nós/ Dignidade de volta pro ninho/ Isaac e martinho dão o tom/ No ar a mais bela sinfonia/ É de arrepiar/ Comunidade unida a cantar/ Renasce num sonho lindo/ A vila de novo sorrindo/
E a música vem brindar
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