Morreu Ana Clara, uma das cinco vitimas de ataques de criminosos a onibus em Sao Luis

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Morreu Ana Clara, uma das cinco vitimas de ataques de criminosos a onibus em Sao Luis

Morre em São Luís menina vítima de ataques a ônibus
Morreu às 6h45 de ontem (6), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Juvêncio Matos, a menina Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, uma das cinco vítimas de ataques de criminosos a ônibus na Grande São Luís, na noite da última sexta-feira (3). As ações ocorreram em represália ao endurecimento da disciplina no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, após uma crise que começou em 10 de outubro, causada por rebeliões, fugas e mortes. Ana Clara teve 90% do corpo queimado e não resistiu.
O ataque ao ônibus em que estava Ana Clara ocorreu na Vila Sarney Filho. Os bandidos, em número de seis, jogaram gasolina no coletivo, da empresa Josélia, e atearam fogo antes mesmo da evacuação dos passageiros.
Seis criminosos foram presos pelo Serviço de Inteligência da PM na madrugada de ontem (veja na página de Polícia). Um adolescente de 14 anos, conhecido como “ET”, está entre os detidos. Os outros presos são: William Teixeira Ferreira (que teria jogado o combustível, tendo parte do corpo queimado), Lavardière Silva Rodrigues, Jordan de Sousa Júnior, Julian Jeferson Sousa da Silva e um homem ainda não identificado.
No domingo (5), outros dez suspeitos de ter realizado os ataques já haviam sido detidos, entre eles Hilton Jhon Alves Araújo, o “Praguinha”, 27.
Numa escuta telefônica autorizada pela Justiça, a polícia gravou uma ligação, um dia antes dos ataques, na qual “Praguinha” recebe ordens, por celular, do CDP, de Jorge Henrique Amorim Matias, o “Dragão”, preso no Centro de Detenção Provisória (CDP), em Pedrinhas. Jorge e Hilton Jhon pertencem à facção “Bonde dos 40”, segundo a polícia.
“O Choque hoje invadiu aqui, levou uma TV de 80 [polegadas] nossa, ‘tá ligado’? Nós ‘tamo’ dando um alô na geral, aí, pra todo mundo se organizar. Quando é mais tarde, horário daqueles ataques, novamente pra cima deles. É ônibus, é polícia, é bombeiro, é ‘tudinho’, ‘tá ligado’”, diz “Dragão” a “Praguinha”.
Após receber a ordem, Hilton Jhon liga para a mãe: “Não vai pegar ônibus hoje nem amanhã. Vai rolar uma chacina em São Luís”, avisa.
Hilton Jhon – condenado em 2012 a 20 anos de prisão em regime fechado, por assassinato e tráfico de drogas – havia saído de Pedrinhas no indulto de Natal do mesmo ano. Ele não retornou, sendo preso novamente em janeiro de 2013, mas em outubro passado a Justiça concedeu uma ordem de soltura ao criminoso, por considerar que houve decurso de prazo no recurso interposto contra sua condenação.
Segundo Cláudio Araújo, diretor do Hospital Juvêncio Matos, a menina Ana Clara havia sido transferida do Socorrão 2 por volta das 20h do sábado, e já chegou em estado grave. Ele disse que a criança precisou ficar em coma induzido para suportar as dores e foi levada imediatamente para área de isolamento da UTI Pediátrica. “Fizemos todos os procedimentos necessários, inclusive a revascularização dos tecidos, mas o quadro clínico da Ana Clara era extremamente delicado e os tecidos já não absorviam mais a medicação, daí resultou o choque hipotensivo e a insuficiência renal que a levaram a óbito”, disse Araújo.
Além de Ana Clara, outras quatro pessoas saíram feridas do ataque, entre elas sua mãe, Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, e sua irmã Lorrane Batista Santos, de 1 ano e 5 meses. Juliane está internada no Hospital Tarquínio Lopes Filho (Hospital Geral), com 40% do corpo queimado, e Lorrane, no Juvêncio Matos, fora de perigo.
Os outros passageiros feridos no ataque são Abyanci Silva dos Santos, de 35 anos, e Márcio Ronny da Cruz Nunes, 37.
Abiancy está internada na enfermaria do Hospital Geral, com queimadura de segundo grau no braço direito e abdômen. Ela não corre risco de morrer.
Márcio Ronny teve 72% do corpo queimado – principalmente a face – e seu estado é grave. Ele está internado na UTI do Hospital Geral.
Márcio é apontado como um herói por ter sido ele quem retirou a menina de seis anos de dentro do ônibus incendiado na Vila Sarney.
Segundo as testemunhas e parentes da vítima, Márcio Ronny, que é pai de cinco filhos, voltava do trabalho (ele é entregador de frango), quando o ônibus em que estava foi parado pelos bandidos. “Ele não saiu imediatamente do coletivo para poder ajudar Juliane e as filhas”, disseram familiares do rapaz.
O sepultamento de Ana Clara ocorrerá nesta terça-feira (7), pela manhã, no Cemitério Jardim da Paz, em São José de Ribamar (município vizinho a São Luís).
Ontem (5), o avô de Ana Clara, Nazico Rodrigues da Silva, de 80 anos, morreu de infarto após ser informado do estado crítico da neta, que ele teria ajudado a criar. Ele morava no Bairro Santa Cruz.
OUTRA DELEGACIA ATACADA – Na noite de sábado, a fachada do 8º Distrito Policial, no Bairro da Liberdade, e uma viatura da Polícia Civil foram atingidas a tiros. Ninguém ficou ferido. No domingo, um suspeito de ser o responsável pelo atentado – Bruno Airton Carneiro, de 19 anos – foi preso. Foi o segundo caso de delegacia atacada. Na sexta, o 9º DP, no Bairro do São Francisco, havia sido alvo dos criminosos, num ataque igualmente sem vítimas.

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