Dia do Artista Plástico, artistas locais discutem o cenário para exposição e o mercado das artes plásticas no Maranhãointo

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Dia do Artista Plástico, artistas locais discutem o cenário para exposição e o mercado das artes plásticas no Maranhãointo

Para valorizar as artes plásticas


Carla Melo
Do Alternativo - Jornal O Estado do Maranhão
 
08/05/2013

O cenário de artes plásticas em São Luís carece de investimentos. Esta é a constatação de artistas de diferentes gerações que fazem arte em São Luís e que acreditam que neste dia 8 de maio, Dia do Artista Plástico, embora tenha havido conquistas, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que o Maranhão ingresse no mapa produtor de artes plásticas brasileira. 

Além da ausência de investimentos tanto do setor público quanto privado, a classe artística local reclama ainda de falta de lugares para realizar exposições, carência de um público consumidor e apreciador de arte e da falta de eventos como feiras, mostras e bienais voltadas às artes plásticas.

No entanto, mesmo com dificuldades, o mercado e a produção local tem se renovado. Para o consagrado pintor Péricles Rocha, os novos nomes que têm surgido na cena maranhense são a prova de que há, sim, uma renovação no que se refere à pintura maranhense. 

Sem citar nomes – até mesmo para, segundo Rocha, não cometer injustiças – ele destaca o trabalho de pintores jovens que pontuam no mercado local e até mesmo nacional. “Hoje o que se vê é a valorização de telas assinadas especialmente em um nicho de mercado voltado para a decoração”, comenta o artista plástico. 

Ele acredita que esta vertente impulsionada por arquitetos e decoradores tenha ganhado força nos últimos anos principalmente pela expansão do mercado imobiliário, bem como pela chegada de pessoas vindas de outros estados para fixar residência em São Luís. “Dessa forma o mercado consumidor aumentou e se tornou mais exigente também, o que é muito bom para nós, que somos artistas plásticos”, opina Rocha, que vende seus trabalhos para vários estados do Brasil, além de outros países da América Latina e para a Europa.
O também artista plástico Felipe Figna, que figura no rol da nova geração de artistas plásticos locais, acredita que é necessário estímulo por parte do poder público e privado, além de projetos de incentivos de capacitação. “O pouco que se investe em arte, que é algo que liberta profundamente o ser humano, afeta diretamente o povo na construção de uma mentalidade livre e analítica. Eu sonho um dia ver as ruas e vielas da Praia Grande até ao Desterro semelhantes às de Olinda onde se respira arte dia e noite”, relata o jovem artista.

Ele cita como exemplos de incentivo à revelação de novos talentos o 1º Festival de Arte Contemporânea da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). “É disso que necessitamos, de mais espaços abertos, acolhedores. Onde se fale sobre a arte, não só sobre técnicas, mas sobre conceitos, ideias e, principalmente, questionamentos. Essa troca é que ajuda a formar o artista e com o tempo experiências e participações vão dando corpo à carreira artística”, acredita Figna.

Circuito comercial - A galerista Ana Luiza Nascimento, que há 10 anos mantém a Galeria Hum, uma das poucas voltadas para a comercialização de obras de arte em São Luís, diz que o público consumidor é pequeno, mas que tem crescido nos últimos anos. “Por ser uma cidade de mais de 1 milhão de habitantes, o que se consome de arte aqui é ainda acanhado”, opina. 

Para ela, está ressurgindo um movimento que teve seu auge nos anos de 1980, com a Galeria do Beco, de propriedade de Zelinda Lima e que movimentou a cena cultural em São Luís. “Percebo um movimento de volta do interesse pela arte que até pouco tempo estava voltado quase que totalmente ao mercado de decoração, o que não é ruim, mas é apenas uma das muitas possibilidades comerciais”, diz a galerista.
Ana Luiza destaca o papel formador das galerias. “São espaços que formam não só consumidores, mas colecionadores de arte”, defende.
Ela concorda que faltam eventos que incentivem e deem visibilidade não só aos artistas, mas estimulem a formação de plateia. “Em capitais vizinhas como Teresina, Belém e Fortaleza há um cenário bem diferente, mais movimentado, com a realização de mostras, feiras e bienais. Isso falta por aqui”, pondera.

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