Rio veta mais de 100 Blocos de Rua
A explosão do Carnaval de rua do Rio tem dificultado o sonho de cariocas de juntar amigos, criar um bloco e arrastar multidões pelas ruas da cidade. Só neste ano, a prefeitura vetou quase cem pedidos.
A zona sul e o centro são as regiões que mais sofrem restrições, devido ao excesso de blocos e às obras do metrô. As duas áreas concentram 234 dos 492 blocos autorizados. A ideia agora é espalhar as atrações pela cidade.
Os pedidos na zona norte, por exemplo, foram privilegiados pela Riotur, que define as autorizações. Lá o número de blocos subiu 44% -foi de 63 para 91. "A zona sul chegou num limite que não permite novos blocos. Resgatamos a tradição de blocos na zona norte", disse o secretário de Turismo, Antônio Pedro.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Organizador do Velha Roupa Colorida, um dos 91 grupos barrados neste ano, o músico Bernardo Pellon, afirma que entende as restrições, mas que é preciso repensar o Carnaval de rua na cidade.
"Tem que se pensar numa maneira de viabilizar blocos novos, para que o Carnaval não fique estagnado", diz.
Antônio Ziviani, do bloco Thriller Elétrico, reclama que os critérios de escolha da prefeitura não ficam claros.
O bloco dele ensaiou o ano todo a adaptação de músicas de Michael Jackson e fez forte divulgação pela internet de sua estreia no Carnaval. Porém, não conseguiu autorização para se apresentar na praça Tiradentes (centro). "É difícil analisar o critério da prefeitura, mas entendo que há muitos [pedidos]. Não queria estar na pele de quem tem que decidir", afirma.
Há também os grupos que criticam abertamente as regras da folia de rua carioca, que começou a ser organizada em 2010. Os principais "opositores" se reúnem na Desliga dos Blocos e desfilam sem autorização.
"A maior festa carioca deve ser livre, independente e realizada com a disposição dos foliões, pois somos um grupo de pessoas cantando e dançando a felicidade nas ruas", diz manifesto do grupo.
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