IstoÉ publica reportagem sobre 'fantasmas' que Dutra mantém na Câmara

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IstoÉ publica reportagem sobre 'fantasmas' que Dutra mantém na Câmara

Passados mais de 30 dias da denúncia que o aponta como mantenedor de funcionários fantasmas na folha de servidores do seu gabinete, o deputado federal Domingos Dutra, PT-MA, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, permanece no mais absoluto silêncio sobre o caso. Adepto das fórmulas radicais de protesto quando se vê acuado, como foi na greve de fome de 2010, desta vez o parlamentar petista, diante de documentos oficiais que comprovam o crime cometido, optou pela indiferença. Em contrapartida, uma das revistas de circulação nacional, a IstoÉ, em edição que foi às ruas ontem, aborda a prática adotada por Dutra, ajudado pela mulher, Núbia Dutra, de fazer caixa colocando no gabinete funcionários que não existem ou exigindo dos funcionários reais um retorno de parte dos salários que recebem. A matéria de IstoÉ se calça em documentos e no depoimento de uma ex-chefe de gabinete do deputado, Márcia Rabelo, que por seis meses trabalhou com Dutra e em pelo menos duas vezes retornou parte do salário para uma conta bancária indicada por Núbia. Márcia está de posse dos recibos de depósito e se diz disposta a ir à Justiça. O escândalo envolvendo o deputado federal maranhense começou a vir à tona em abril, quando foi descoberto que uma doméstica de sua casa era nomeada em seu gabinete, mas nunca recebu o salário como assessora parlamentar. As investigações demonstraram que havia outros servidores do gabinete na mesma situação, inclusive com algumas denúncias já feitas à polícia. Desde o início, Domingos Dutra manteve-se em silêncio sobre o assunto. Nas vezes em que tentou falar, apenas acusou adversários políticos de perseguição, mas não deu qualquer explicação. Antes de falar à revista, Márcia prestou outro depoimento a repórteres, integralmente gravado, quando ela fala da forma adotada pelo casal Dutra de fazer do gabinete na Câmara Federal um ambiente de medo e de extorsão praticados contra funcionários. A ex-chefe de gabinete diz que ouviu de Núbia que até na cara de uma amante de Domingos Dutra ela já colocou revólver. A ex-chefe de gabinete conta que Dutra contrata funcionários para os eu gabinete, pagos pela Câmara, mas eles trabalham, na verdade, no escritório da mulher, Núbia Dutra. “Eles têm pessoas que são contratadas para trabalhar no escritório político dele [Dutra], mas que trabalham no escritório dela [Núbia]. Núbia ligava o tempo inteiro pro gabinete perguntando quem chegou, que horas... O dia todo a gente sendo vigiado por ela”, declarou. Nas conversas gravadas, Márcia Rabelo chega a revelar detalhes da vida particular do casal, com escândalos relacionados a traições e relacionamentos do deputado com outras mulheres. “Já ouvi umas histórias dela [...] Ela [Núbia ], uma vez, numa mesa de bar, contou várias histórias, que ela aprendeu a atirar desde menina com o pai dela; que eles andavam no interior na época de política e ela andava armada; que atirava; que a coisa era na bala. Ela disse que uma vez descobriu que o marido tinha amante e foi lá na Câmara, no interior, e botou a arma na cara dela [...] Ela diz que o deputado se separou uma época dela e ela fez um monte de trabalho. Ela tinha uma ONG de mulheres que apanham do marido, uma casa onde abriga essas mulheres”, revelou Márcia. O depoimento de Márcia deve instruir ações civis contra Dutra e processos no Conselho de Ética da Câmara Federal. Trechos do depoimento da ex-chefe de gabinete “Acertamos o valor de R$ 2,4 mil e fui tocando. Na segunda semana, a mulher dele apareceu por lá. Já tumultuou o trabalho da gente todinho porque ela tava fundando um partido, um tal de PIS, Partido da Igualdade Social, e mobiliza todo o gabinete para cuidar da parte dela , ao partido dela, das coisas dela particulares, desde buscar uma roupa, marcar consulta a fazer até petição. Ela se intitula advogada, mas quem redige as petições dela é a funcionária lá do gabinete, a Elaine de Araújo. Isso demanda todo o tempo da gente”. “Entrei dia 11 de fevereiro [de 2011] e no dia 24 recebi meu salário parcial. Quando chegou em março, ela [a secretária Elaine] me chamou e disse: ‘A doutora Núbia pediu para aumentar o seu salário parcial [...] É pra tu devolver pra ela e ficar só com a parte tua, os R$ 2,4 mil e o resto tu devolve. ‘E se eu não fizer isto?’ Fiquei desesperada. ‘Disseram que tinha isso, mas ele [Dutra] faz isso aqui? Como? Ele sabe que ela [Núbia] faz isso aqui?’ Ela [Elaine] disse: ‘Sabe e eu vou te confessar que já estou cansada de fazer isso. Já estou há quatro anos tendo que fazer este tipo de coisa aqui dentro’. Pensei: ‘Se não devolver, ela vai me mandar embora. Se eu for conivente com isso, eu vou estar colaborando [...]’. Ela [Elaine] disse que perdeu as contas de quantas vezes e com quantas pessoas ela faz isso. Aí, me mostrou a folha do pessoal. Olhei todo mundo, 25 pessoas, e eu só falo com três pessoas no estado. Cadê a equipe do estado, que eu não conheço ninguém? Só conheço o seu Nonato, um senhor já de idade, que trabalha no escritório dele lá no Maranhão. Moisés, que é um artista circense que ele mandou chamar lá também, e o doutor Fred, que é o advogado. E este resto, mais de vinte pessoas, só do Maranhão, que eu não fazia a menor ideia! Em Brasília, tem o Sales Chagas, jornalista, a Elaine de Araújo, que hoje é o braço direito da esposa”. Número 25 é o número de funcionários do gabinete de Dutra, mas apenas três são vistos por lá.

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