Há 25 anos, morreu Coxinho, famoso amo do Boi de Pindaré

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Há 25 anos, morreu Coxinho, famoso amo do Boi de Pindaré


Por Manoel dos Santos Neto


Faz 25 anos, neste domingo (dia 3), que morreu o cantador de bumba-boi Bartolomeu dos Santos, o famoso Coxinho. Ele nascera no povoado Lapela, município de Vitória do Mearim, hoje cidade de Conceição do Lago-Açu, no dia 24 de agosto de 1910. Sobraçando seu maracá, ficou famoso como o cantador do Boi de Pindaré. Morreu em São Luís no dia 3 de abril de 1991 e ficou, infelizmente somente depois de sua morte, consagrado como um dos nomes mais importantes da cultura popular do Maranhão. 

Após o falecimento do cantador, o governador Edison Lobão – mediante projeto de lei do então deputado estadual José Raimundo Rodrigues - oficializou o “Urro do Boi”, a mais famosa toada do cantador, como o Hino Cultural e Folclórico do Maranhão, através da Lei 5.299, de 12 de dezembro de 1991, cuja execução é obrigatória no início e no final de qualquer evento cultural em qualquer parte do território maranhense.
Repórter de rua - Quando Coxinho morreu, eu trabalhava como repórter de Cidade – na época, dizia-se nas redações que repórter de Cidade era repórter de rua – e eu tive a chance de ser testemunha que Coxinho, na fase final de sua vida, teve de sair às ruas para pedir esmolas, tamanha era a sua situação de pobreza e abandono.
Nos últimos meses, ele só se alimentava de sopa e não conseguia se locomover de um lugar para o outro sem o auxílio de uma cadeira de rodas. Mesmo doente, triste, amargurado e solitário, continuava compondo toadas e cantava na sala vazia, onde passou os últimos momentos de sua vida.
Às seis horas da manhã daquela quarta-feira, 3 de abril de 1991, Bartolomeu dos Santos, o lendário Coxinho, aos 80 anos de idade, não resistiu mais: foi encontrado inerte sobre a rede. Calava-se a voz que tornara célebres as toadas do Boi de Pindaré.
A vida atribulada de Coxinho se transformara numa trajetória de sofrimentos e amarguras. Ao se projetar como um dos grandes compositores do Maranhão, ele era a imagem de um homem transformado em ruína. Quase cego, com as pernas corroídas por uma chaga implacável, o cantador se recusava, entretanto, a parar.
“Enquanto eu estiver vivo, vou continuar cantando boi”, dizia. Na última semana, a família descobriu que ele sentia fortes dores no peito e tinha graves problemas respiratórios.



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